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COLUNAS


Ricardo Bressan
bressan@poccomunicacao.com.br

Fundador da POC – Por Outra Comunicação –, consultoria com foco em Planejamento Estratégico de Comunicação (Prevenção e Gestão de Crises, Media training, Análise de exposição de mídia, Relacionamento com a Imprensa, Mídias Sociais, Comunicação Interna, Etiqueta Corportiva e Palestras).

Desenvolveu uma ferramenta de comunicação organizacional denominada "Sistema de Compensação e Recompensa", que se originou de uma visão macro por meio das observações das mutações culturais que se configuram dentro do organismo social nos últimos anos. Com base nelas, a POC desenvolveu um método de trabalho com foco na seguinte premissa: Reproduzir imagem, sem antes ter se utilizado da comunicação como meio para o fortalecimento institucional ou de sua identidade, é o principal motivo das crises organizacionais. É como querer colher antes de plantar. O nosso trabalho é executado por meio da seguinte fórmula: investigação + apuração = diagnóstico.

Com MBA em Gestão da Comunicação Empresarial pela Aberje, Ricardo é jornalista e especializado em Comunicação Interna, Auditoria de Imagem, Relacionamento com Imprensa, Comunicação e Responsabilidade Social pela "Comtexto Comunicação e Pesquisa"

Debate ou embate de "ilusionistas"?

              Publicado em 21/10/2014

 

Época de eleições em que os debates contundentes e o marketing massivo são mais importantes do que a democracia participativa, vivemos como seres submissos, condicionados ao automatismo.

Desde os “primórdios” da educação, seja no ensino fundamental, no médio ou na universidade, o objetivo é a doutrinação, a adaptação ao sistema, e não a formação de seres pensantes. Vivemos uma democracia às avessas.

Em minha opinião, a falta de investimento em educação e cultura é intencional e primordial para a manutenção do mecanicismo atávico que, constantemente, é revitalizado. Somos padronizados para a ignorância.

A democracia representativa é uma forma de totalitarismo por nós ratificada. Entregamos o poder nas mãos de quem nos convém ou "acreditamos", e, assim, nos eximimos do "ser" democrático.

Existimos como técnicos e não como alquimistas, como agentes modificadores, seres dialógicos e humanistas. Preferimos criticar as consequências e acreditar em signos falaciosos da realidade, do que buscar a realidade factual, as causas primeiras, adquirir conhecimento por meio das ciências humanas e aplicá-las às técnicas.

Somos extensões das "máquinas" organizacionais, e digo mais, dos produtos ou serviços por elas confeccionados.

O totalitarismo ideológico de hoje é menos visível. Vivemos condicionados pela produção de signos, que nos "escravizam", e que nos fazem agir, inconscientemente, por meio deles.

Não vivemos uma democracia representativa, muitos menos participativa. Somos “vítimas” do totalitarismo "invisível".

É como se estivéssemos num show de ilusionismo, onde as imagens e a linguagem estão totalmente sob o controle de quem as opera. Assimilamos as construções das mensagens emitidas pelos grandes marqueteiros, os grandes manipuladores da realidade, e acreditamos naquelas com maior poder de convencimento. Votaremos nos signos e não numa crença efetiva, seja na democracia ou na capacidade dos candidatos de realizá-la. 

Passado o domingo, entregaremos nossos direitos democráticos nas mãos do melhor "ilusionista", e nos eximiremos da essência do "ser", para nos preocuparmos com aquilo a que somos direcionados, ou melhor, condicionados a ser: "animal laborans", em tempo integral.

Se os governos, sendo soberanos, investissem mais em educação e cultura, teríamos, cada vez mais, desmistificadores e menos mistificados, mas não é do interesse deles que isso se perpetue, ou se consolide, não é mesmo?

Abramos nossos olhos!

  "(...) Precisamos disso, que se formem turmas de cidadãos e para mais, cidadãos bons, porque ainda que a palavra esteja gasta, há que reivindicá-la". José Saramago

 


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