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COLUNAS


Ricardo Bressan
bressan@poccomunicacao.com.br

Fundador da POC – Por Outra Comunicação –, consultoria com foco em Planejamento Estratégico de Comunicação (Prevenção e Gestão de Crises, Media training, Análise de exposição de mídia, Relacionamento com a Imprensa, Mídias Sociais, Comunicação Interna, Etiqueta Corportiva e Palestras).

Desenvolveu uma ferramenta de comunicação organizacional denominada "Sistema de Compensação e Recompensa", que se originou de uma visão macro por meio das observações das mutações culturais que se configuram dentro do organismo social nos últimos anos. Com base nelas, a POC desenvolveu um método de trabalho com foco na seguinte premissa: Reproduzir imagem, sem antes ter se utilizado da comunicação como meio para o fortalecimento institucional ou de sua identidade, é o principal motivo das crises organizacionais. É como querer colher antes de plantar. O nosso trabalho é executado por meio da seguinte fórmula: investigação + apuração = diagnóstico.

Com MBA em Gestão da Comunicação Empresarial pela Aberje, Ricardo é jornalista e especializado em Comunicação Interna, Auditoria de Imagem, Relacionamento com Imprensa, Comunicação e Responsabilidade Social pela "Comtexto Comunicação e Pesquisa"

A COMUNICAÇÃO INTERNA, mais do que a IMAGEM, fortalece A IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

              Publicado em 10/10/2013
No último artigo falei sobre o posicionamento do Papa Francisco e da sua importância como líder e porta voz da Igreja Católica. 
 
A contundência de suas declarações vem, através de sua imagem, a fortalecer, ou melhor, a REFORMULAR A MISSÃO DA IGREJA que segundo ele é a DE TRANSMITIR O AMOR E A MISERICÓRDIA DE DEUS, propondo uma nova VISÃO AO CATOLICISMO: AUMENTAR AO MÁXIMO A QUANTIDADE DE FIÉIS À INSTITUIÇÃO. 
 
Para Sua Santidade, a Igreja deve ser um lugar para todos e não uma pequena capela capaz de abrigar um “grupo seleto de pessoas” destinado a se tornar a base “criativa”, num mundo cada vez menos religioso, como defendia Bento 16, seu antecessor, com sua teologia ortodoxa e discriminatória.
 
Em uma de suas afirmações mais contundentes disse o papa:
 
“OS PROTAGONISTAS DA IGREJA SÃO OS FIÉIS E NÃO A HIERARQUIA.” 
 
Utilizo-me dessa introdução para exemplificar e contextualizar como acredito que deveria ser o posicionamento de qualquer corporação ao que tange o planejamento estratégico de comunicação, tendo como ponto de partida a comunicação interna.
 
 
Na percepção da  Análise SWOT,  vejo a dificuldade das organizações em entendê-la ou colocá-la em prática. Eis o motivo: não é a sociedade  que deve se adaptar a elas (ameaças) e sim elas às demandas do organismo social (oportunidades), caso não queiram ficar presas à sua NATUREZA FUNDAMENTALISTA.
 
Percebo, numa análise subjetiva, a nossa natureza egoísta. Sendo as organizações formadas por pessoas, na maioria das vezes, ficam presas às suas idiossincrasias (fraquezas)
 
Uma vez que as corporações funcionam através de decisões de pessoas: altruísmo, pensamento coletivo, apreender o outro, ouvi-lo, interagir; deveriam fazer parte de suas preocupações de caráter interno (forças) e não só se limitarem a emissão de mensagens aos stakeholders que reforcem uma "relação" vertical e autômata. Esse deveria ser o objetivo maior da comunicação corporativa.  
 
Focadas num modelo de COMUNICAÇÃO INTERATIVO e DIALÓGICO ALIADO à GESTÃO teriam mais segurança e firmeza na tomada de decisões. 
 
Mais do que comunicados gerenciais ou da alta gestão organizacional, os canais de comunicação interna e suas peças deveriam ter como objetivo integrar a FAMÍLIA CORPORATIVA, ou seja, utilizar a interação e a troca de conhecimento como meio de diagnosticar e reformular processos e operações para obtenção de resultados perenes.
 
Para isso é imprescindível a participação de todos os colaboradores (independente de hierarquia ou área de atuação), tirando-os do automatismo, enxergando-os como produtores de ideias e conhecimento.
 
A valorização da potencialidade humana diminui o ABSENTEÍSMO e o TURNOVER, permitindo que as organizações mantenham seus colaboradores alinhados à missão, visão e a estratégia organizacional. Sendo assim, a imagem passa a refletir o fortalecimento da identidade institucional. 
 
Um modelo moderno de gestão não deve se ater somente a transmitir informação, mas, sim, criar um AMBIENTE COMPENSATÓRIO em que os colaboradores possam discutir e questionar as informações.
 
Acreditar que as  soluções estão exclusivamente sitiadas no alto escalão é um erro. Os líderes devem perguntar e não só dar respostas, pois quem está no dia a dia das operações tem mais conexão com a realidade dos fatos.
 
Segundo Priscila Tescaro, consultora em comunicação interna, “é necessária uma atualização da mentalidade dos gestores para acompanhar a evolução do mundo que está mudando cada vez mais rápido e agilmente”. 
 
O sucesso de Napoleão Bonaparte¹ como general se deu pela escolha de oficiais; pelo mérito e não pela hierarquia ou títulos de nobreza, como ocorria até 1789, início da Revolução Francesa², com a Monarquia Absolutista³.
 
Revolução Francesa
Figura: Revolução Francesa
 

A maioria das organizações e seus líderes ficam presos às ideias, muitas delas advindas do século XIX, e não acompanham a MUTAÇÃO CULTURAL. Corporações aderem à retórica da sustentabilidade, para fortalecer imagem e não identidade. Sendo assim, o objetivo, por muitas vezes, fica preso ao discurso e a construção de significados falaciosos (greenwhashing, socialwashing). É preciso conscientizá-las de que imagens não se sustentam por muito tempo se não forem condizentes as suas identidades. A sociedade, nos dias de hoje, anda menos míope. 

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¹ Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte, nascido Napoleone di Buonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 — Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (20 de março a 22 de junho). Sua reforma legal, o Código Napoleônico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleônicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.

² A reavaliação das bases jurídicas do Antigo Regime foi montada à luz do pensamento Iluminista, representado por Voltaire, Diderot, Montesquieu, John Locke, Immanuel Kant etc. Eles forneceram pensamentos para criticar as estruturas políticas e sociais absolutistas e sugeriram a ideia de uma maneira de conduzir liberal burguesa. A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14 de Julho de 1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.

³ Monarquia absoluta ou absolutista, segundo a definição clássica, é a forma de governo monárquico na qual o monarca ou rei exerce o poder absoluto, isto é, independente e superior ao poder de outros órgãos do Estado. O monarca está acima de todos os outros poderes e concentra em si os três poderes do constitucionalismo moderno - legislativo, executivo e judicial.
Algumas monarquias têm legislaturas fracas ou simbólicas e outros órgãos governamentais que o monarca pode alterar ou dissolver a vontade.


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