A visão transcultural na cultura organizacional é necessária quando se desenvolve projetos em ambientes tão díspares como os existentes no mercado brasileiro. A linguagem mestiça busca os resultados do Marketing transcultural ético, responsável e sustentável e propõe a integração de duas visões bem distintas. A primeira é a do Marketing, mais persuasiva e comercial e a segunda é a institucional, a de Relações Públicas, quando ambas são capazes de absorver os conceitos mercadológicos, de valor, de responsabilidade e reputação.
Essas demandas devem ser planejadas num contexto em que a diversidade cultural marca um novo mundo em uma forma comunicacional que ajuda gerir diversidades e as diferenças culturais das organizações – e das suas marcas – competitivas.
As organizações buscam formas mais eficientes e duradouras para se comunicar, quer pelo fundamental relacionamento da organização com seus públicos ou pelo convencimento, com a comunicação persuasiva utilizando a criação de sentidos e promessas de uma vida melhor.
Bom mesmo seria se não houvesse esse distanciamento, se existisse uma terceira via – a convergência entre esses dois discursos – uma linguagem que assuma as abordagens divergentes para expor uma voz que coloca em sintonia a gestão da organização e alinhasse a comunicação transcultural em falas iguais, compreendendo as barreiras e equilibrando-as nos contextos culturais.
Sob os princípios de uma comunicação mercadológica ética e crível se é responsável por tudo e por todos e o poder de decidir os destinos da sociedade está na mão da organização e dos seus públicos. Na gestão da comunicação cultural são grandes as oportunidade que se abrem para as organizações nacionais que atuam no mercado, tornando-as mais competitivas e minimizando suas barreiras culturais.
Como afirma o mestre Grunig, comunicação excelente são os relacionamentos com os públicos que criam valor à organização, pois a auxiliam a atingir seus objetivos mercadológicos. Para o autor, não se atingem seus intuitos de forma isolada, porque todas as ações causarão reações e o profissional de comunicação deve estar em sintonia com todos os públicos e entender suas demandas, alinhando-os aos objetivos da organização.
A comunicação mercadológica transcultural deve criar um conjunto de valores para integrar as atividades mercantis e as de relacionamento na organização. A questão da responsabilidade social e ecológica, a informação à comunidade, o consumo responsável e a preocupação com o futuro devem estar na pauta de uma proposta mercadológica com visão estratégica de comunicação mestiça.
O responsável por essa comunicação deve motivar a tomada de consciência por parte dos públicos e diálogo deve adquirir caráter educativo em questões de consumo e na promoção da marca. O profissional deve “educar” os stakeholders no sentido da valorização da vida e seus conceitos. Desvendar as características culturais, a informação e a conscientização da sociedade são suas metas.
Ele valoriza outros conhecimentos, os valores e as características culturais e transita por várias culturas, se relacionando em diferentes áreas e situações com a possibilidade de transferir essas competências para gestão da comunicação. Essas características são exigidas do gestor da comunicação.
A comunicação utilizada deve atender aos pressupostos de uma ética responsável e novos princípios no pensar e no agir devem moldar a empresa e a sociedade. Buscar relacionamentos éticos e o entendimento e colaboração com o ambiente em que se inserem valorizam a organização e suas lideranças. Nesse contexto o interesse público está acima dos demais interesses e faz crescer a sociedade como um todo reduzindo impactos negativos das operações.
Apenas com posturas mais transculturais baseadas nos anseios da sociedade será possível uma nova postura nos negócios e a gestão da comunicação mercadológica precisa assumir seu papel modificador das demandas da sociedade contemporânea, ajudando a gerir as diferenças culturais nas organizações e tornando-as mais competitivas.