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Rodrigo Cogo
rodrigo@aberje.com.br

@rprodrigo

Relações Públicas pelo Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria , é especialista em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e RP e Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Trabalhou por 10 anos com planejamento e marketing cultural para clientes como AES, Bradesco, Telefonica e BrasilTelecom. Tem experiência em diagnósticos de comunicação, para empresas como Goodyear, HP, Mapfre, Embraer, Rhodia e Schincariol. Atualmente, é responsável pela área de Inteligência de Mercado da Aberje, entidade onde ainda atua como professor no MBA em Gestão da Comunicação Empresarial.

Storytelling: interagentes ou usuários em experiências singulares

              Publicado em 28/08/2012

O storytelling traz a possibilidade de duas ou mais pessoas colaborarem na narração e interpretação de histórias, inventadas ou re-contadas. Ao contar uma história, passa-se a conhecer melhor a própria cultura, dando referências importantes para o auto-desenvolvimento, incentivando a imaginação e a leitura. O narrador e o ouvinte aprendem a colaborar com os colegas, desenvolvendo sua capacidade de relação interpessoal, de aprendizado, de outras formas de pensar e de diferentes culturas, entre outras habilidades necessárias para a convivência em sociedade. Não menos por isto que vários pesquisadores apontam que contar histórias comunica, diverte, ensina a colaborar e preserva as tradições culturais e memórias, desempenhando papel fundamental no desenvolvimento. É uma nova ferramenta baseada em 3 C´s: conectar, comunicar e colaborar, criando pontes entre as experiências, percepções e perspectivas com vozes do passado misturando-se às vozes do presente.

 
Aliás, a relação entre os interlocutores tem passado ao primeiro plano dos discursos. Há quem postule inclusive uma alteração vocabular: o termo ‘usuário’ como substituto de ‘ouvinte’, suplantando uma noção de passividade ou de papel único nas interlocuções. Outra ideia é falar em ‘criador de histórias’ ao invés de ‘emissor’ e ‘histórias’ no lugar de ‘mensagens’. O cérebro armazena mais facilmente histórias, contos, relatos de experiência, porque, além de evocarem emoções, possibilitam a identificação com os personagens ou com sua trajetória. A contação de histórias estimula a imaginação a ponto de promover um deslocamento da realidade concreta e factual. Assim, permite movimentar o imaginário e estimular conexões e processos criativos. A ‘palavra viva’ da contação de histórias é aparentemente ingênua, simples e encantadora, é poderosa porque sutil. Ela cria ou reata laços sociais e de afeto, porque reatualiza na comunidade a experiência da unidade, do destino comum, como assinala a pedagoga Gyslaine Matos em seu “Storytelling: Líderes contadores de Histórias” editado pela Qualitymark.
 
A história geralmente se constitui a partir da narrativa linguística e é compreendida como fenômeno humano e social, que surge no processo de interação, no jogo coletivo de indivíduos que, juntos, coordenam ações. Pelas histórias, as pessoas percebem que podem ser protagonistas e não figurantes no cenário do mundo. Machado fala que as histórias são guardiãs de uma sabedoria intocada, que atravessa gerações e culturas; partindo de uma questão, necessidade, conflito ou busca, desenrolam trajetos de personagens exemplares, ultrapassando obstáculos e provas, enfrentando o medo, o risco, o fracasso, encontrando o amor, o humor, a morte, para se transformarem ao final em seres outros, diferentes e melhores do que no início.
 
Nestes relatos, há um esforço para os valores humanos fundamentais, como dignidade, beleza, amor e a possibilidade simbólica do ser soberano sobre a própria vida. Quando se ouve uma história, há uma experiência singular em cada um, uma construção imaginativa que se organiza fora do tempo da história cotidiana. É uma mistura do passado mítico com o presente da pessoa, numa conversa de forma objetiva da narrativa com as ressonâncias subjetivas despertadas nos interlocutores. As imagens de uma narrativa acordam, revelam, alimentam, instigam o universo de imagens internas que, ao longo de sua história, dão forma e sentido às experiências de uma pessoa no mundo. A credibilidade de uma história é resultado de uma experiência legitimamente vivida, que transmita valores, esperanças, intenções, aprendizagens, escolhas entre todos os atores em contato.
 
Este é ou não um tema absolutamente encantador?
 
* Defendo minha dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo neste início de setembro de 2012. Fazem parte da banca a relações públicas Margarida Kunsch, a historiadora Suzana Ribeiro e meu orientador Paulo Nassar. Há quase dois anos escrevo sobre este tema aqui no portal da Aberje e continuarão sendo importantes a sua leitura e os seus comentários.
 

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