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Mônica Alvarenga
monica@monicaalvarenga.com

Coach e consultora em Comunicação e Relacionamentos Organizacionais, graduou-se em Comunicação Social pela UFRJ, Letras (FEUC), especializando-se em Marketing (FGV), Comunicação Corporativa (Syracuse University, NY) e Mídias na Educação (UFRRJ). É diretora da Múltipla Comunicação. Escreve para portais e blogs sobre relacionamento e comunicação. 

www.monicaalvarenga.com

Na Cúpula dos Povos da Rio+20, uma aula de diálogo com avós do Mundo

              Publicado em 29/06/2012

Foi uma emoção muito forte participar do encontro promovido por representantes dos Conselho Mundial das 13 Avós na Rio+20. O projeto é singelo, mas, por isso mesmo, tocante e de um alcance imensurável. Nascidas e criadas em diferentes tradições religiosas e culturais, essas mulheres com experiências de vida marcantes, pontuadas pela espiritualidade de formas diversas, compartilham sua sabedoria e rezam pela Paz Mundial. Durante o evento no Rio, organizadas, assertivas e felizes, tomaram uma primeira providência para a reunião daquele dia: formaram o que chamam de “talking circle”, e eu, de roda de conversas. Misturando avós, um ancião, crianças e adolescentes, começaram a circular as falas e rezas, usando uma pena para transmitir a cada um dos integrantes daque círculo o direito e a honra de falar. 

A energia daquele momento já estava presente entre as pessoas das assistência, também de diferentes nações, mas, quando a primeira das avós presentes anunciou o início da reunião e a formação do círculo, ela começou a se potencializar. A cada reza, cântico, história de vida e sonho compartilhados, a energia ia crescendo, as intenções unificavam-se e é aí que a “mágica” começou a acontecer. Corações uniram-se, formando um todo, onde tudo é reconhecido e compartilhado. Todos transformam-se em um conjunto e tudo, absolutamente tudo, tem relevância para todos. Almas unidas e acolhidas deixam de lado o medo humano do abandono, a sensação de não-pertencimento e falam de seus sonhos e pesadelos. Isso, pra mim, é a essência do amor.
 
Círculos são mágicos mesmo e, não por acaso, presentes em todas as tradições ancestrais. A natureza se movimenta em círculos, o que podemos observar desde o movimento de átomos e moléculas, até os hábitos dos animais. Será que algum animal constrói uma casa de cantos? Pelo que vejo, ninhos e tocas são circulares, respeitando o desenho que gera e acolhe a vida em seu primeiro estágio: o ovo.
 
Tenho trabalhado com círculos em organizações de todo o tipo, e não canso de me emocionar com os resultados. Explico sempre que essa formação coloca todos no mesmo nível, porque os corações – simbolicamente, a capacidade de sentir - ficam dispostos lado a lado, sem hierarquias. E não vou muito além, porque, em empresas, não há ainda espaço para rezas e cânticos, mas há a enorme necessidade de que todos retomem o hábito de conversar, de maneira relevante e significativa. E isso só acontece em um ambiente em que tudo importa. Em que cada um se importa com o todo e sente-se parte do todo. Os círculos resgatam esse sentimento. O que acontece, invariavelmente, é tão mágico quanto o que ocorreu no emocionante encontro das avós: escuto corações falarem.
 
É tudo muito simples, mas extremamente poderoso. Busco sempre trazer a faculdade de sentir para o cotidiano e as decisões da empresa, para que cada colaborador possa integrá-la ao pensar e ao agir. É a forma de se colocar inteiramente nas ações do cotidiano, nos projetos e atividades. A formação circular torna esse trabalho natural. Nos círculos não há arestas, a energia flui e, conforme cada um vai se sentindo acolhido, vai falando do que importa. E cada fala é ouvida e acolhida. Inicia-se, então, um processo de construção coletiva e compartilhada: ideias liberadas no círculo vão se somando umas às outras gerando algo único e coletivo. Assim, utilizando a conversa como “instrumento” metodológico, observo a dissolução de conflitos, a criação de projetos inovadores, o reforço da integração e do senso de pertencimento, ampliação do espaço de confiança entre os membros de uma equipe, entre tantas outras “mágicas”.
 
O grande esforço de muitas organizações, hoje, é resgatar o diálogo, renovando o potencial de trocas e construção compartilhada, na busca de soluções inovadoras que deem conta dos novos desafios que surgem a todo instante. Por que não experimentar os círculos? As avós, com suas tradições milenares, espalham a ideia pelo mundo, em busca da Paz Mundial e da integração entre os povos. E que empresa, no cenário atual, não busca maior integração e o bem estar de seus colaboradores? Vamos promover a comunicação circular?
 

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