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Mônica Alvarenga
monica@monicaalvarenga.com

Coach e consultora em Comunicação e Relacionamentos Organizacionais, graduou-se em Comunicação Social pela UFRJ, Letras (FEUC), especializando-se em Marketing (FGV), Comunicação Corporativa (Syracuse University, NY) e Mídias na Educação (UFRRJ). É diretora da Múltipla Comunicação. Escreve para portais e blogs sobre relacionamento e comunicação. 

www.monicaalvarenga.com

Minutos de silêncio por empresas (e pessoas) mais atentas ao ritmo da vida

              Publicado em 15/06/2015

Eu queria muito ser original. Ser eu mesma sempre foi uma mania, desde a adolescência cheia de crises existenciais. Uma busca obssessiva e contínua, visto que, ser em constante transformação que sou, mudo a cada instante, mesmo quando tudo o que desejo é permanecer igual. É quase um correr atrás do rabo, numa referência brincalhona ao nosso cachorro de estimação. O que nem seria um demérito, porque se a busca do cão por seu pórprio rabo dá um sentido aqueles segundos da sua existência, a minha busca também é o que me assegura a vida a cada instante. Quando me interrogo em busca de quem sou, percebo-me viva e capaz de transitar de forma mais consciente nos diferentes aspectos e momentos da vida.

Confesso que esse movimento, às vezes, me angustia. Nada para. Nem o tempo, nem o meu corpo, nem as minha células, nem a forma como eu percebo tudo isso. Agora, neste exato instante, já sou outra e diferente daquela que iniciou este mesmo texto. Mantenho, no entanto, minha ideia central: não sou a única. Enquanto movimento-me e mudo pelo Mundo, todos os seus demais habitantes fazem o mesmo. Dando-se conta ou não.

E, se me estendo para falar dos meus movimentos e processos pessoais é porque, se assim é para os indivíduos; é, também, para as organizações. Nos grupos aonde nos inserimos, influenciamos e somos influenciados; integramos e somos integrados. A ponto de sermos reconhecidos como “fulano da empresa x”. Por essas e outras, não consigo enxergar a experiência organizacional de outra forma que não seja a de organismo vivo, tal qual o meu próprio. Uma mescla de pessoas físicas e jurídicas, com “células” que se modificam a cada segundo.

Há disciplinas que tratam o assunto com o rigor da ciência e palavras mais bonitas, mas o meu propósito neste texto não é um nem outro. Minha intenção é pausar. Uma pausa momentânea no fazer atarefado, cotidiano, cronometrado, para um movimento de respiração completo e profundo que nos permita perceber a nós mesmos enquanto indivíduos e às empresas enquanto sistemas vivos, dinâmicos, complexos. Todos carecemos de pausas.

Pausa pra pensar não só no que se passa com o indivíduo, mas também com o que se passa com a  organização. Seja qual for a atividade, o porte ou o mercado, uma empresa está sujeita à dinâmica acelerada que rege a nossa sociedade globalizada e conectada. Um movimento que, por um lado, permite o desenvolvimento rápido com a troca de informações instantâneas; mas, por outro, reduz os espaços vazios, os momentos de reflexão. Não faltam informações, fatos, eventos, novidades para preenchimento do tempo que sobra. Mas falta fazer o tempo sobrar para silenciar e admirar o movimento interno e externo à organização e a si mesmo, para sentir a sua essência, como indivíduo e empresa. Em ambos os casos, não se permitir este tempo é perder o bonde da vida e a grande oportunidade de aproveitarmo-nos do melhor de nós.

Pro indivíduo, não-pausar é assumir o risco de viver como autômato, copiando na inconsciência modelos que dificilmente trarão realização e felicidade. Pra empresa, o risco é semelhante: seguir em busca de metas que deixaram de fazer sentido para o todo, que já não representam mais a essência da organização e que jamais trarão bem estar a seus integrantes. Uma organização que “fecha os olhos” ao ritmo singular da vida, também “fecha os olhos” à vida de seus colaboradores e certamente está longe de contar com seus melhores talentos.


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