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Rozália Del Gáudio
rozalia.delgaudio@uol.com.br

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne (2004), onde também obteve o Master em Sociologia e Antropologia (2001);  mestre em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2000), graduada em Comunicação Social, opção Jornalismo, também pela UFMG (1993). Certificada em Gestão da Reputação pelo Reputation Institute (2012). Atua em Comunicação Empresarial desde 1993, tendo trabalhado em empresas como Alcan (atual Novelis), Acesita (atual Aperam), Vale e Grupo Votorantim. Atualmente é gerente de Comunicação Corporativa da C&A no Brasil e professora no MBA de Gestão da Comunicação da ABERJE/ESEG. 

O melhor começo é o início

              Publicado em 10/09/2013

Em meu último artigo, expliquei que um plano estratégico de comunicação, propriamente, é o resultado do cruzamento das estratégias de negócios com o posicionamento pretendido, à luz de uma pesquisa de mercado e da análise dos resultados de mídia. O propósito deste artigo é explicar um pouco da metodologia e dos entregáveis de um bom plano estratégico de comunicação.

Quando visito uma empresa para falar de comunicação corporativa, a primeira pergunta que faço é se ela tem um plano. Invariavelmente, a reposta é sim e isso quase nunca é verdade. Lamentavelmente, em se tratando de comunicação corporativa ou comunicação institucional, há sempre uma certa simplificação do tema por parte da empresa.

Via de regra, o plano anual de comunicação simplificado que me apresentam se resume aos principais fatos que deverão ser comunicados pela imprensa, alguns eventos em que se pretende participar, alguma coisa de endomarketing e guidelines para comunicação digital (seja por meio do website ou das redes sociais). Porém, um bom plano de comunicação é algo mais robusto do que isso, e deve estar totalmente ancorado nas estratégias de negócio para os próximos 12 meses.

Proponho dividir a construção do plano estratégico de comunicação em quatro grandes blocos:

     1. Visão interna;

     2. Pesquisa de percepção de valor da marca;

     3. Análise de resultados de mídia;

     4. Campanha anual de comunicação corporativa.

 

O bloco de Visão Interna implica em entender e equalizar as expectativas do time executivo em relação à comunicação corporativa, por meio de entrevistas presenciais, durante as quais perguntaremos sobre: cenário competitivo, estratégias de negócio, posicionamento pretendido, expectativas em relação à comunicação corporativa, temas e canais mais relevantes.

Conhecendo as expectativas do CEO e seu time em relação à comunicação corporativa, o passo seguinte é checar, junto aos stakeholders (clientes, parceiros, colaboradores e mercado em geral), quais são as percepções sobre nossa marca. Em outras palavras, como ela é percebida pelo mercado.

O objetivo da Pesquisa de Percepção de Marca é analisar qual a visibilidade e a reputação da marca junto aos seus stakeholders. Durante a pesquisa são testados quais os “selos (atributos) estão colados” à marca. Testamos também a aceitação dos valores que seriam necessários para o posicionamento pretendido. Idealmente, os atributos deveriam coincidir com os valores, e quando isso não ocorre, temos um “gap de percepção”. Os gaps de percepção nos indicam quais são os desafios de comunicação a serem enfrentados.

A Análise de Mídia é fundamental para corroborar as percepções apontadas na pesquisa. Os resultados recentes (de 6 a 12 meses) de mídia da empresa, espontânea e social, e de seus principais concorrentes, são bons indicadores dos interesses do público, das estratégias dos concorrentes e do grau de acerto da temática que vem sendo utilizada.

Os resultados dessas três etapas do trabalho geram todos os ingredientes que, cruzados e analisados, resultarão nas recomendações para se criar uma Campanha Anual de Comunicação Corporativa. Os principais componentes dessa campanha são:

     • Constatações:

            o Atributos espontâneos (associações);

            o Grau de aceitação do posicionamento;

            o Valores de sustentação percebidos;

            o Ofertas mais percebida;

            o Concorrentes mais citados;

            o Eficácia dos canais e temas (atuais) na comunicação corporativa;

            o Análise de mídia tradicional e mídias sociais;

            o Temas recorrentes;

            o A empresa na mídia versus concorrentes.

 

     • Campanha de Comunicação propriamente dita: 

            o Estratégias de Comunicação da marca para Mídia Tradicional e                                       recomendações para Mídias Sociais;

            o Recomendações de ações específicas de comunicação para endereçamento                   dos gaps encontrados. (Ex.: ações diretas com stakeholders, parceiros, etc.);

            o Revisão da Comunicação da Proposta de Valor;

            o Mensagens-chave para explicar os valores de sustentação da Proposta                           de Valor;

            o Banco de Temas (assuntos por blocos temáticos, prioridades e orientações                     para a comunicação);

            o Sugestão de métricas para mensuração dos resultados das ações.

 

Na prática estamos falando de um projeto, que vai consumir esforço ao longo de dois a três meses de trabalho. E não basta que isso seja feito uma vez a cada década, pois o cenário de mercado muda, assim como também muda a nossa empresa. O trabalho de planejamento da comunicação tem que ser refeito (na forma de um refresh) a cada 12 a 18 meses. Isso dá trabalho? Dá! Mas vai valer cada gotinha de suor gasto na forma de eficácia das ações de comunicação corporativa. A partir daí, uma execução precisa das ações e o uso de metas e métricas para mensuração de resultados, fecharão um circulo virtuoso que integrará a comunicação aos negócios.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 4336

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