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Rozália Del Gáudio
rozalia.delgaudio@uol.com.br

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne (2004), onde também obteve o Master em Sociologia e Antropologia (2001);  mestre em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2000), graduada em Comunicação Social, opção Jornalismo, também pela UFMG (1993). Certificada em Gestão da Reputação pelo Reputation Institute (2012). Atua em Comunicação Empresarial desde 1993, tendo trabalhado em empresas como Alcan (atual Novelis), Acesita (atual Aperam), Vale e Grupo Votorantim. Atualmente é gerente de Comunicação Corporativa da C&A no Brasil e professora no MBA de Gestão da Comunicação da ABERJE/ESEG. 

Liberdade de expressão e intolerância: quando a palavra ao invés de conectar, segrega

              Publicado em 09/07/2015

Ao observar o impacto dos meios de comunicação de massa como o rádio e tv  na sociedade, Marshall McLuhan previu há mais de 50 anos que o mundo se transformaria numa grande aldeia global, conectada pela tecnologia e pela instantaneidade.  Apesar das críticas recebidas nessas cinco décadas, a internet, o wi-fi, os smartphones e as múltiplas redes sociais online mostraram que o canadense foi um grande visionário. Ele pode não ter sido muito preciso nos meios, mas a mensagem não poderia ser mais certeira. Hoje é possível acompanhar em tempo real o casamento de amigos em Las Vegas;  uma cirurgia experimental ; aquela aula fantástica do MBA transmitida em vários idiomas; o fechamento da bolsa em Tóquio ou o resultado do plebiscito grego. Isso, apenas para falar de grandes eventos.

Entretanto, ao observar o conteúdo que trafega pela internet todos os dias, é difícil não pensar que muitas vezes, ao invés de estarmos conectados, estamos ainda mais segregados nas nossas crenças e acessos. Ao mesmo tempo em que são um terreno fértil para o compartilhamento de experiências e conhecimento, as redes sociais também se transformaram em terra fácil para ataques (muitos deles escondidos por trás de falsas identidades online),  para a expressão de preconceitos e outros sectarismos.

Ao ver certos posts ou polêmicas em redes sociais, tenho a impressão que ganhamos um brinquedo novo e super moderno, mas que veio sem manual de uso.  Dividimos opiniões muitas vezes sem avaliar o impacto – para as pessoas e para a sociedade. Julgamos e damos veredicto, sem oferecer ao julgado a oportunidade de se defender. Falamos muito, em um mundo que tem múltiplas vozes e que parece não ter ouvidos para o dissonante.  Entre cacofonias e espirais do silêncio, nos perdemos em conceitos básicos de boa convivência (e de comunicação), como objetividade, clareza, respeito, propósito...

Nesse mundo de caminhos novos, limites tênues, fronteiras fluidas, endereços que se constroem ao se trafegar, mais do que um “GPS”, precisamos de um  “Waze”.  Mais do que regras e roteiros estanques, precisamos de humanidade, empatia e vontade genuína de colaborar. Só assim, o meio fará sentido; o compartilhamento levará ao aprendizado; a palavra conectará; e a aldeia será um  lugar bom de se viver.

 

Os textos que publico neste espaço não podem ser compreendidos como posicionamento da C&A.


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