No meu primeiro emprego, aprendi algo para a vida toda: jamais aceite um briefing  no  corredor. É verdade que a vida hoje nos demanda soluções cada vez mais rápidas, mas dificilmente conseguiremos propor algo assertivo a partir de um bate-papo rápido entre uma reunião e outra, especialmente pensando na sensibilidade que nossa atividade de comunicador exige.

A conversa no corredor serve – e muito, para nos conectarmos com os colegas, mapear oportunidades, medir temperaturas,  avaliar tendências. Mas se basear nela, sem um ritual mínimo de entendimento e escuta, é caminho certo para o retrabalho.

Num mundo de múltiplas vozes, marcado pelo interesse crescente das pessoas nas decisões tomadas pelas empresas (dentro e fora de seus espaços organizacionais),  e no qual o “Tribunal da Opinião Pública” é cada vez mais impiedoso frente ao que percebe como inconsistências organizacionais,  é preciso ter ainda mais habilidade para ouvir diferentes interlocutores, compreender contextos e propor ações de comunicação e relacionamento.

Por isso, cada vez mais, a boa solução de comunicação vem do diálogo que permite a co-criação. E isso, ao pensarmos  uma sociedade hiperconectada é ainda mais importante. Afinal, esse é um novo mundo marcado por fronteiras fluidas e pensamentos que se ressignificam o tempo todo. Assim, o insight perfeito de hoje, pode ser a crise que teremos que gerenciar no dia seguinte.

Mediar relacionamentos e comunicação nesse contexto, portanto, requer muita habilidade, serenidade e maturidade. Dessa maneira, a lição que aprendi nos meus primeiros passos na carreira, há mais de vinte anos, permanece atualíssima. Jamais aceite um briefing de corredor. Escute antes de agir.

Os textos que publico nesse espaço não podem ser considerados como posicionamento da C&A.