Celulares a bordo
Seria interessante que todos nós, profissionais da comunicação, sugeríssemos e conseguíssemos realizar campanhas educativas em nossas empresas, voltadas aos colaboradores que viajam de avião. Explico: o comportamento de vários passageiros, muitos deles nitidamente investidos de seu status profissional, transgride as normas de segurança do transporte aéreo. Os avisos e solicitações para que os celulares e outros aparelhos eletrônicos sejam desligados são desrespeitados, como se não houvesse qualquer risco.
Qual emergência profissional é mais importante do que a vida de centenas de pessoas? O comportamento inadequado começa logo após o cheque de porta, momento delicado da operação, quando os celulares devem estar desligados, mesmo os que possuem o chamado “modo avião”. É exatamente esse o instante escolhido pelos viajantes inoportunos para fazer mais uma ligação ou pegar as mensagens, sem qualquer compromisso com a segurança e o conforto do próximo (o qual, em determinadas aeronaves, é literal e exageradamente próximo...).
Nem mesmo a repetição dos alertas, por meio do sistema de comunicação sonora, ou os olhares dos demais passageiros (alguns de censura, outros de puro medo...) intimidam os ligadores. Falam ao telefone como se estivessem em seu escritório ou na intimidade de sua casa. Alguns, feito criança levada, escondem o aparelho embaixo do jornal quando o comissário de bordo passa por sua poltrona. É patético!
Depois de muito custo e até da perda de paciência do passageiro ao lado, que às vezes chama a atenção dos falantes, eles se resignam e desligam o celular. Porém, é nítida a sua ansiedade com a limitação. Tanto assim que, já no início da operação de pouso, o momento mais sensível de todo o voo, contrassenso aos novos alertas e pedidos do comissariado, os celulares são novamente ligados. E aí, como se a baixa altitude ou o táxi na pista não pudessem produzir acidentes muito graves, não há mais quem consiga conter o uso indevido dos aparelhos.
Invariavelmente, os usuários inoportunos de celulares nos voos também soltam o cinto de segurança, levantam e tentam abrir o bagageiro ainda com o avião em movimento. Sua prioridade é sair na frente, pegar a bagagem antes de todo mundo, levar vantagem... São os mesmos que não hesitam em furar a fila do embarque e se vangloriam de fazer gracejos para as comissárias de bordo, que insistem em continuar chamando de “aeromoça”. São pessoas que transportam no avião os seus maus hábitos. Muitas vezes, porém, suas cenas explícitas de incivilidade conspiram contra suas empresas, pois sequer têm o cuidado de evitar citar-lhes os nomes nos telefonemas a bordo, alto e bom som. Endomarketing civilizatório neles...
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