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Francisco Viana
viana@hermescomunicacao.com.br

Jornalista, Doutor em Filosofia Política (PUC-SP) e consultor de empresas.

 

O exemplo de Duke Ellington

              Publicado em 02/02/2012

Quando começou a ser conhecido, Duke Ellington procurou um dos patriarcas da música afro-americana, Will Marion Cook, para aconselhar-se. Durante longos passeios de charrete no Central Park aprendeu a encontrar a própria voz e a deixar aflorar, e guiar-se, pelo seu “eu” interior. “Não tente ser diferente de si mesmo”, ensinou o mestre. A partir dos encontros com Marion Cook, Ellington ampliou os horizontes do jazz, retratando as experiências dos negros americanos e unindo a música clássica ao jazz. E redefiniu a composição como uma arte coletiva. Tornou-se para o jazz o mesmo – ou quase ou mesmo – que Beethoven foi para a música clássica.

O media training é feito dessa mesma essência de ensinamento-aprendizado que abriu as portas da percepção para Duke Ellington. Quando o empreendedor ou o gestor público começa a despontar junto à opinião pública ou em meio ao seus colaboradores, é o momento de aprender a lidar com a mídia, cercar-se de conselheiros de comunicação que possam  apontar rumos, fazer com que se diferencia dos seus pares. É um trabalho longo, muitas vezes árduo, mas vivo e proveitoso. De modo algum exige que se seja diferente do “eu” interior. O desafio é trabalha-lo.

Há muito em comum entre os anos do princípio do jazz ( originalmente a palavra tinha sentido depreciativo e queria dizer o sexo sujo dos negros) e os dias atuais. Lá pelos anos 20 e 30 do século passado, os músicos negros tinham que “trabalhar rápido e duro”, na interpretação de Alex Ross(Ruído, Companhia das Letras 2009), para não serem expropriados pelos brancos. O disco popularizava a “velocidade estonteante” da criação musical e funcionava como uma espécie de “auditório sem paredes”. Havia muito plágio. Hoje, a comunicação acontece na velocidade da luz e as redes sociais criam e demolem comunicadores. Para ser um bom porta voz torna-se imperativo inverter essa tendência. Fazer como os antigos músicos que se atualizavam e inovavam a cada momento.

Dai, a necessidade de treinar. Quem treina fala melhor, apresenta melhor as ideias, aprende a valorizar aspectos positivos. Quem treina aprende que tudo aquilo que parece desesperadamente difícil – a fusão da técnica com a visão política – logo torna-se fácil; o que parecia fácil torna-se obsoleto. Critica-se muito a mídia, mas muito do que se fala para a mídia pode ser aprimorado, pode evoluir. A começar pela melhora da forma de falar, da forma de elaborar as mensagens, da constatação se existe crise ou problema. Ou seja, a definição de posicionamentos. Foi o que fez Duke Ellington. Com ele e com a biografia de músicos que tiveram uma visão crítica das suas vidas, há muito o que aprender. 


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