Comunicação e diversidade e a diversidade na comunicação
Tive a oportunidade de participar há poucos dias do Café Aberje em Campinas que discutiu a diversidade nas organizações.
O tema, desde o início, me pareceu um tanto desafiador. Afinal, a comunicação é profundamente impactada pelas questões de diversidade e também pode impactar muito o debate – tanto para o bem quanto para o mal - , mas como abordar o tema de um ângulo correto?
A discussão, sediada na CPFL Cultura, foi intensa e parabenizo o Prof. Helio Santos, que fez a mediação, e os colegas Anna Paula Dacar, Isabel Clavelin e José Roberto Cavallin, que apresentaram as experiências de inclusão de suas organizações. E, motivada pelo aprendizado dessa manhã, resolvi compartilhar nesse espaço algumas reflexões sobre o tema.
O tempo todo estamos expostos a diversidades: de gênero, opção sexual, física, de expectativas, relacionamentos, compreensão... O mundo é, cada vez mais, múltiplo e plural.
E, assim, também estamos expostos a inúmeros impactos na nossa atividade como comunicadores. A consciência sobre a diversidade traz a necessidade de compreender e apreender, de ser e estar, sendo aceito pelo o outro, de estabelecer novos parâmetros para os relacionamentos e, principalmente, representa um grande exercício de humildade. Humildade para aprender um jeito novo de se comunicar, humildade para pedir desculpas quando se comete um equívoco, humildade para construir com o conjunto de stakeholders soluções e iniciativas de comunicação adequadas à complexidade social, cultural e de contextos que vivemos nas organizações.
Dessa maneira, não é mais possível apresentar soluções de “massa”, com abordagem única, não ouvir ou, pior, imaginar que “comunicou, está comunicado”. Se olharmos a nossa volta, identificaremos vários exemplos de ações que, desenhadas de forma bem intencionada, acabaram sendo mal interpretadas por desconsiderarem aspectos ligados à diversidade ou, ainda, esbarraram em barreiras das mais diferentes naturezas para o seu entendimento como inicialmente planejado.
Tratar de diversidade na comunicação, e principalmente na comunicação empresarial, não é tarefa simples. Primeiro, porque muitas vezes temos que lidar com os “não ditos”, preconceitos e julgamentos que se apresentam de forma velada e que criam uma certa invisibilidade para algumas questões importantes. Temos que tratar os “ditos” - e os impactos que eles têm no conjunto de stakeholders. E, enfrentamos, ainda, a árdua tarefa de driblar os “mal ditos”, aquilo que não se queria dizer, que não se quis dizer, mas acabou sendo o entendimento do interlocutor .
Considerando esses desafios, lembrei-me de três palavras que usamos muito e que têm cada vez mais que fazer parte do nosso cotidiano: tolerância, respeito e diálogo. Tolerância para conviver com as diferenças. Respeito pelas diferenças. E diálogo para estabelecer junto com os interlocutores padrões de convivência e debater de forma clara os incômodos e acertos de uma relação entre diferenças.
Sem essas três atitudes, corremos o risco de continuar tratando a questão da diversidade com abordagens politicamente corretas do ponto de vista da linguagem, mas inócuas do ponto de vista de aproveitar todas as oportunidades que ela pode trazer: para indivíduos, organizações e para a sociedade.
Os textos que aqui publico refletem opiniões pessoais e não podem ser considerados como posicionamento da C&A.
Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje
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