Busca avançada                              |                                                        |                            linguagem PT EN                      |     cadastre-se  

Itaú

HOME >> ACERVO ON-LINE >> COLUNAS >> COLUNISTAS >> Fabio Betti Salgado
COLUNAS


Fabio Betti Salgado


Fábio Betti Salgado é sócio consultor da Corall, consultoria com o objetivo de catalizar a criação e transformação das organizações para o surgimento de uma nova economia, baseada em bem-estar e felicidade, prosperidade distribuída e uso eficiente de recursos. Iniciou na área de comunicação em 1988, na Johnson & Johnson, e, depois, especializou-se em comunicação interna na Dow Química. Foi sócio da Novacia de 1995 a 2009 e, desde 2010, vem atuando como consultor em processos de transformação cultural, tendo como principal abordagem a cultura de diálogo e a comunicação de liderança. Graduado em Jornalismo (PUC-SP), com pós-graduação em Comunicação Empresarial (ESPM) e diversos cursos de extensão e especialização nas áreas de gestão, marketing e publicidade, Fábio é mestrando em Biologia-Cultural (Universidade Mayor do Chile), formado em consultoria antroposófica (ADIGO) e professor da ABERJE, Escola de Diálogo e Escola Matriztica de Santiago. Escreve regularmente sobre comunicação para sites e associações setoriais. Além disso, mantém um blog pessoal para conversar sobre o diálogo nos diferentes domínios dos relacionamentos.

A obsessão pelo "new normal"

              Publicado em 28/06/2011

Resolvi participar da Conferência Mundial da IABC (Internacional Association of Business Communicators), realizada de 12 a 15 de junho em San Diego, simpática cidade onde meu  irmão, sua esposa e seu recém-nascido primeiro filho residem há  10 anos.  Pensando em unir o útil ao agradável, lá fui eu cheio de amor familiar para dar e procurando esvaziar a cabeça durante as 17 horas de viagem, incluindo traslados e conexões, para poder absorver ao máximo as novas ideias que a conferência prometia ventilar.

Eu já havia ido a duas conferências da IABC. No evento de 2008, em Nova York, voltei para casa cheio de novos insights, tão poderosos que acabaram me levando uma verdadeira guinada profissional, migrando de diretor de agência a profissional de consultoria. Em minha humilde avaliação, insights são o que, de fato, importa em qualquer atividade de autodesenvolvimento. Se saio com algum insight, a avaliação é positiva, mesmo que outros quesitos deixem a desejar.

Logo que ouvi na abertura da conferência em San Diego a expressão the new normal, já fui logo esfregando as mãos e apostando que os insights começariam a pipocar como pessoas em um flash mob. No entanto, quando o palestrante focou o tal new normal na importância das emoções no processo decisório, fiquei bastante preocupado. Em seguida, outro palestrante apresentou o new normal como sendo o empowerment.  Quando mais um apresentou o tema gerenciamento de reputação como uma grande novidade, joguei a tolha. E, na ausência de new normals de qualquer natureza, a conferência acabou indo para o que mais sabe fazer: modelos! Modelos para todos os gostos.  Modelo para integrar novas e tradicionais mídias e motivar os empregados;  modelo para engajar públicos influenciadores; para comunicar localmente porém agir globalmente;  modelo para construir confiança nas organizações; e por aí vai, ou melhor, foi.  Pergunto-me de onde vem esse culto aos modelos pré-fabricados, apresentados usualmente em embalagens vistosas e que, como escreveu Margaret Wheatley em seu livro Liderança em Tempos de Incerteza, “fora do lugar onde foram criados, fornecem inspiração e não soluções.”

Quando volto meus olhos para o Brasil e observo que muitas organizações, sejam da nacionalidade, segmento ou porte que for, têm problemas básicos de comunicação – e estou falando de coisas realmente básicas, como, por exemplo, o diálogo -, não consigo entender essa obsessão pela novidade.  Mesmo que aparentemente mais atraentes e glamorosas, que tal deixar um pouco de lado as tendências, arregaçar as mangas e cuidar das pendências? Nunca é tarde para começar.

Creio que seja bom destacar que esse relato é baseado em minha experiência pessoal e não reflete o que, de fato, aconteceu na conferência, mas apenas o que eu percebi e como percebi do que aconteceu. Adoraria, inclusive, que algum outro colega que também tenha comparecido ao evento trouxesse suas impressões aqui. Quem sabe eu não tenha perdido o “really new normal” em alguma outra palestra que não pude assistir?


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1696

O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996

Sobre a Aberje   |   Cursos   |   Eventos   |   Comitês   |   Prêmio   |   Associe-se    |   Diretoria   |    Fale conosco

Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090