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COLUNAS


Francisco Viana
viana@hermescomunicacao.com.br

Jornalista, Doutor em Filosofia Política (PUC-SP) e consultor de empresas.

 

Onde e como falar

              Publicado em 24/05/2011

Comunicação é processo e resultado. Acontece, e é muito comum, que o processo errado se desdobre em resultados ruins. Nas situações de crise, por exemplo, é muito comum executivos discutirem temas delicados em restaurantes cheios de gente e, em geral, citando os nomes das empresas, pessoas e detalhes dos casos em foco. Tudo isso é muito ruim. Péssimo, mesmo.


Por quê? As conversas podem ser ouvidas e divulgadas. Chegarem à mídia que, por sua vez, vai apurar e tornar público fatos que as empresas, por razões diversas, gostariam de manter em sigilo. O que se deve fazer? Citar nome de empresas e pessoas, jamais. É de bom tom falar em código. Ou, simplesmente, se omitir os nomes. Partir do princípio de que ninguém é invisível e que todos podem ouvir e retransmitir as conversas.


A mesma precaução deve ser tomada na escolha do restaurante. Nunca lugares públicos, muito frequentados. Sempre lugares discretos, de pouca frequência. Conversa-se melhor, fala-se melhor. Em Brasília, é muito comum os repórteres frequentarem restaurantes de políticos e empresários com o único objeto de capturar informações que transpiram de conversas indiscretas. Em situações de crise, todo cuidado é pouco.


Aliás, esse é um rito que deve ser observado em todas as situações sociais. Quem vive situações delicadas, deve cultivar o sigilo. É muito comum se falar de problemas das companhias com amigos, familiares, namorados. Falar de assuntos sigilosos em festas, reuniões, eventos. Nada disso é correto. Deve-se, inclusive, orientar funcionários para não falar de temas sensíveis fora dos locais e dos momentos apropriados. Faz parte do jogo. É tema de treinamento constante.


Em cidades menores, a indiscrição é uma constante. Precisa ser combatida. Estimula boatos, faz circular informações inconsistentes, golpeia a verdade ou o controle da informação que deve ser o primeiro cuidado de uma empresa em crise. Se o controle é perdido, crises que podem ser controladas se tornam públicas e provocam reações em cadeia. A inexatidão fermenta, problemas menores são amplificados.


O comunicador não deve hesitar, e exigir, que executivos e colaboradores ajam com discrição. E cultivem o sigilo. Faz parte dos códigos não escritos de pertencimento de uma empresa. E, mais do que isso, expressa o comprometimento de cada um e de uma equipe na solução dos problemas. Afinal, é o que interessa: solução. É uma palavra chave nas crises.


Como a paleta de um pintor que não comporta mais do que duas cores, por exemplo, o vermelho e o verde, um e outro devendo cobrir uma superfície para representar uma cena histórica ou uma paisagem. O vermelho é a cor da advertência para não se fazer circular inadvertidamente o que não deve ser dito. O verde é a imprudência. E a cena histórica ou a paisagem corresponde aos processos vividos e que precisam gerar resultados.


Pensar assim é pensar no que dizer e onde dizer. Lugares públicos não devem ser cenário de indiscrições ou conversas imprudentes. São cuidados que não se deve esquecer. São cuidados que precisam passar da teoria à prática permanente.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 2530

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