Palavras que não devem ser ditas ao CEO
Não sei, acho que quê, não lembro... São formas de comunicação negativa. Descredenciam aqueles que conversam com os presidentes das companhias. Soam tão graves como descumprir prazos, chegar atrasado para reuniões e não ter em mãos um relatório, mesmo que resumido, dos itens que se deseja tratar.
A boa comunicação ensina: aqueles que se reúnem com altos executivos precisam mostrar capacidade de solução de problemas e senso de antecipação. O tempo de quem dirige uma companhia é precioso, mas não é só isso: é imperativo transmitir uma cultura de ação, um posicionamento claro na busca de respostas às demandas. Trata-se de cuidar da própria identidade, revelar domínio do seu trabalho.
Cada componente do diálogo é um traço intensivo no rumo da ação. Não sei, acho quê, não lembro – muito comuns nas reuniões – demonstram inconsistência. Demonstram mais: falta de compromisso, falta de pertencimento a um projeto. O conceito é portanto o da antecipação. Aqueles que se comunicam bem procuram mostrar que trabalham com método, realçam o novo e os diferenciais da companhia, buscam conexões históricas e contextos para os fatos, enfatizam o alcance e os cenários das decisões. Planejam e pensam antes de falar.
Os que se comunicam mal fazem justamente o contrário. Estão sempre se esquivando das responsabilidades. Concordam em fazer as coisas em determinado prazo, mas se desculpam falando que faltou tempo. Na realidade, faltou antecipação. Não fazem relatórios sucintos sobre os problemas em pauta, por que não se preparam. E, o que é mais importante, estão sempre especulando: eu acho, talvez, possivelmente. Falta firmeza na voz afirmativa. Se não sabem, o melhor caminho é informar que vão investigar. A palavra acho deveria ser banida do vocabulário corporativo. O importante é a demonstração do que se pensa ou se argumenta, não o achismo que é volátil e sem sustentação. Não pensar e planejar antes de agir, jamais.
Em síntese, quem se reúne com um CEO precisa conduzir o diálogo na direção do movimento e da ética do êxito. O que está em jogo não é apenas o convencimento - que geralmente é etéreo -, mas a demonstração que é baseada em fatos. O conceito central da comunicação de qualidade é o processo. Quem se reúne com o CEO precisa incentivar a percepção de que está agindo e não apenas fazendo o tempo passar, deixando que os problemas se avolumem.
Toda a percepção se dá inteiramente no presente. A instantaneidade é que transmite a integração com o passado e o futuro. Cabe ao CEO e as companhias cuidarem de criar uma cultura de comunicação em que se transite do não sei, eu acho, não lembro para a comunicação direta. Ou, a afirmação do eu sei, os argumentos básicos são e a memória dos fatos informam. Fatos, fatos e fatos. Mensagens nascendo dos fatos. É esse o caminho para se incentivar a percepção do saber autêntico.
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