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COLUNAS


Francisco Viana
viana@hermescomunicacao.com.br

Jornalista, Doutor em Filosofia Política (PUC-SP) e consultor de empresas.

 

Sem disposição para o trabalho

              Publicado em 24/02/2011

Profissionais, mesmo muito experientes, perdem a disposição para o trabalho e não fazem o combinado. Às vezes, enfrento esse tipo de problema. Certa vez, contratei um experiente profissional para fazer um levantamento de pautas, perfil da mídia – dos jornais aos blogs – e também para participar das sessões de treinamento. O cliente era um governo de Estado. Precisava treinar todo o secretariado.  Um desafio colossal.


De saída, percebi que as coisas não dariam certo. Primeiro, o profissional estava sempre solicitando datas e orientações que eu já havia enviado. Também, estava sempre ocupado nos momentos em que eu precisava conversar. Não fazia nos prazos as tarefas solicitadas.  Enfim, não tinha tempo para o combinado. Vendo que as coisas não andavam, resolvi abrir o jogo: o que estava acontecendo? O estopim foram as pautas que o profissional, como ele mesmo definiu, fez apressadamente, sem critérios – foi usada uma expressão vulgar que prefiro não utilizá-la aqui – e, o que é igualmente dramático, com atraso.

Foi quando veio a confissão: “Estou sem saco para trabalhar. É melhor contratar outra pessoa”. Estávamos muito próximo do dia treinamento. Eu já tinha feito as pautas, levantamento do perfil da mídia, tudo que era preciso ser feito. Combinamos que o profissional, vamos chamá-lo assim, participaria do treinamento, o que foi feito. E parti para novas contratações. Em casos como esses, é sempre fácil identificar o que vai ou não vai ser problemático. O profissional de verdade sempre está a procura da solução antes que o problema se instale. Não fica se esquivando de responsabilidade, procura-as, é um parceiro, não um inimigo interno. Toma iniciativa. Procura, não espera ser procurado.

Mídia trainings, redação de textos – inclusive livros ou capítulos de livros -, pareceres, enfim, esse tipo de trabalho complexo, exige apoio. Ou seja, equipe. Escrever, produzir, não pode ser visto como uma planta carnívora. Pelo contrario, é preciso que seja visto – e sentido – como música. Música transformadora. Escrever não custa trabalho quando se é apaixonado pelo que faz, quando se gosta do que faz.

É impossível trabalhar com talentos problemáticos, impossível trabalhar com quem não deseja trabalhar. Comunicação exige determinação, exige entrega, exige participação. Comunicação é equipe, mesmo que essa equipe seja de duas pessoas.  O bom trabalho de um mídia training, por exemplo, é como uma orquestra. Ao final, o público precisa aplaudir. E o segredo do êxito é simples: planejamento. Malher chagava a ensaiar uma orquestra 80 vezes. Não precisamos chegar a tanto, mas precisamos ensaiar. Prever, se antecipar. Profissional não é aquele que tem história: profissional é o que assume compromisso e faz. Que tem vontade de fazer e faz. A história termina ao final de cada trabalho e começa com um novo trabalho.


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