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COLUNAS


Carlos Parente


Graduado em Administração de Empresas pela UFBA, com MBA em Marketing pela FEA USP, possui um sólido histórico de experiência em Comunicação Corporativa e Marketing, com participações e lideranças em processos de comunicação estratégica, inclusive internacionais. Também atua como professor de Comunicação e Responsabilidade Corporativa e de Marketing no MBA de Marketing da FGV, e nos cursos de pós-graduação da ESPM e Anhembi Morumbi. Publicou o livro Obrigado, Van Gogh, sobre comunicação empresarial, pela Editora Peirópolis.

O mundo atual e o background

              Publicado em 10/02/2011

Alçar voo na carreira requer conhecimentos, vivências e habilidades que ultrapassam as fronteiras do ambiente acadêmico.

Dar aulas é uma atividade que traz uma grande recompensa pelo aprendizado diário com os alunos. Mas, por vezes, também provoca uma angústia ao percebermos que, por mais que estejam fazendo pós-graduação, MBA, etc., algumas pessoas dificilmente farão sucesso no mundo corporativo. Isso porque há algumas habilidades e determinados conhecimentos que não se aprendem apenas pela via do mundo acadêmico.

A formação de um profissional de comunicação, por exemplo, requer conhecimentos que vão de geopolítica à literatura. É preciso ter repertório, bagagem, conteúdos variados à disposição, que podem ser utilizados em situações que vão desde uma argumentação corriqueira de trabalho a uma viagem de negócios.

Isso serve, no mínimo, para não ser pego de calças curtas. Como no episódio em que um amigo meu ouviu o chefe dele dizer no almoço que iria para Dubai. Diante da cara de estranheza desse meu amigo, o chefe perguntou:
– Dubai, você conhece?

Ele disse:
– Claro, dubabai, dababãe.

E aí foi uma risadaria geral no almoço. Mas, para atenuar o vexame, falou:
– Fica no Oriente Médio? É aquela cidade que tem um hotel bem moderno em formato de vela, né?

O chefe, muito esperto, para continuar a diversão e o enforcamento, continuou dizendo que ia trabalhar num projeto bacana, uma ponte sobre o rio que cruza Dubai. E esse amigo embarcou na história e, depois de meia hora, o chefe veio com a revelação:
– Só que não existe rio em Dubai.

Portanto, é condição sine qua non investir na formação acadêmica, mas, para galgar degraus na carreira, é fundamental não perder de vista o quão importante são as habilidades duráveis – aquelas que não ficam datadas ou obsoletas, como a capacidade de conduzir uma reunião, de liderar pessoas, de falar em público, de mobilizar equipes. Sem contar que conhecimentos não se adquirem apenas nas escolas ou nas faculdades. Pesquisas, leituras de periódicos, livros, Internet... Fontes variadas existem, e devem sim ser usadas sem parcimônia.

O profissional de comunicação não pode ser alienado ou especialista que só fica falando daquele assunto. Ele precisa investir em cultura, fazer um curso sobre cinema, conhecer música, artes, se aprofundar em geopolítica, ter um posicionamento político para se fortalecer como cidadão.

Há muitos anos, quando ainda era trainee, ouvi de minha gestora na época um comentário muito marcante referente à importância das pessoas terem “estofo profissional”. Lembro-me que estranhei aquela expressão pouco usual e, na sequência, ela com um sorriso maroto no rosto me explicou dizendo:

- Estofo é quando você senta num sofá e ele faz pufffff....te acolhe de maneira confortável, é gostoso de ficar e estar, tem categoria, qualidade e é talhado e recheado da maneira correta para o fim que se propõe. Portanto, é importante a pessoa ter todo um arcabouço de formação na área de atuação, experiência profissional significativa e principalmente uma bagagem socioeconômica e cultural que permita um diálogo e uma interface com interações positivas.

Certa ocasião, o consultor e palestrante Oscar Motomura disse que “é importante investir no nosso autodesenvolvimento, na nossa capacidade de superar nosso desconhecimento em vários campos da vida e de construir competências básicas para conseguirmos nos expressar e fazer entender, contribuindo para que ocorram diálogos mais produtivos e nutrientes”.

O mundo atual exige ir além dos livros acadêmicos. É preciso sim frequentar bibliotecas, estar antenado com os autores, mas também conhecer as novas demandas da sociedade e, se possível, viajar. Não é preciso ser generalista, mas é fundamental acumular experiência e ter uma possibilidade de alçar voos mais altos na carreira profissional com esse background.


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