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Pollyana Ferrari


Pollyana Ferrari é escritora e pesquisadora em Comunicação Digital. Professora de hipermídia e narrativas transmídias nos cursos Comunicação e Multimeios, Jornalismo e na Pós-Graduação Strictu Sensu de Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), todos ligados à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Autora dos livros “Jornalismo Digital”, ”Hipertexto, Hipermídia”, “A força da mídia social” e “No tempo das telas”. E instrutora da Aberje desde 2001. 

A juventude árabe cai na rede

              Publicado em 01/02/2011

Numa atitude absurda e antidemocrática, o governo egípcio cortou as redes de internet e telefones celulares do país no último dia 28 de janeiro. A ação só se compara ao governo chinês, que suspendeu os acessos à Internet na região de Xinjiang em 2009. Emudecer um país inteiro é algo impensável em 2011, em pleno século 21. Aliás, também é impensável que o ditador Hosni Mubarak, de 82 anos, e há 30 anos no poder, ainda acredite que seu filho Gamal poderá sucedê-lo.

Para a família Mubarak, o Egito era apenas uma extensão da sua dinastia, mas o povo egípcio mostrou suas insatisfações profundas nas ruas e na internet. Para a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, “o governo precisava entender que a violência não vai fazer essas mágoas desaparecerem”. O que vimos pela Internet, principalmente nas redes sociais (Facebook e Twitter) foi uma demonstração de força e ativismo da geração Y árabe. As redes sociais permitiram que as manifestações fossem organizadas rapidamente sem que a polícia percebesse imediatamente.

A TV Al Jazeera , por exemplo, tem funcionado como uma difusora dos protestos com coberturas em tempo real pelo Twitter. Além disso, não param de pipocar movimentos como o Democracy Now, onde ferramentas como YouTube e Twitter (@democracynow) ajudam a espalhar os protestos para o mundo ocidental. A pequena Tunísia, após o episódio onde o vendedor de verduras Mohamed Bouazizi ateou fogo a si mesmo (em 17/12) e morreu em frente ao prédio da Prefeitura, viu sua juventude sair às ruas em busca de democracia. O movimento também teve forte atuação nas redes sociais.

“O desenvolvimento da democracia digital e a possibilidade de criação de comunidades segmentadas por interesses específicos, geradas a partir de inputs emergentes que utilizam vários recursos, meios e canais para o afloramento de uma nova democracia está sendo capaz de transformar a sociedade em que vivemos”. Quando afirmei isso no meu livro “A força da mídia social”, usei a rebelião em Teerã como exemplo. Batizada de rebelião 2.0, ela levou milhões de pessoas às ruas de Teerã contra o regime de Ahmadinejad. TVs e rádios foram censuradas pelo regime que comandava 70 milhões de pessoas, mas o barulho dos 23 milhões de cidadãos com acesso à rede e 45 milhões com telefones celulares expuseram, em 2009, os problemas do Irã para o mundo.

O Egito não conseguirá emudecer o país para sempre e os jovens não deixarão de usar as redes sociais como plataforma de luta. Bem-vindo à época do faça você mesmo, onde não se consegue calar os desejos do povo.


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