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COLUNAS


Pollyana Ferrari


Pollyana Ferrari é escritora e pesquisadora em Comunicação Digital. Professora de hipermídia e narrativas transmídias nos cursos Comunicação e Multimeios, Jornalismo e na Pós-Graduação Strictu Sensu de Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), todos ligados à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Autora dos livros “Jornalismo Digital”, ”Hipertexto, Hipermídia”, “A força da mídia social” e “No tempo das telas”. E instrutora da Aberje desde 2001. 

Outra cidade possível, outra comunicação possível

              Publicado em 09/09/2015

“Nós, seres humanos, somos muito ruins de prever o futuro. Não estamos comendo pílula, mas alimento orgânico. Como dizia John Lennon, a vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro. (...) Ficando com os olhos bem abertos a tudo, meu jovem mídia, além de um mídia jovem, você será também um mídia moderno”, diz trecho da coluna de Nizan Guanaes, publicada na Folha de S. Paulo em 18 de agosto. A pensata de Nizan, automaticamente remeteu ao último capítulo do meu livro “No tempo das telas”, intitulado “Nem lá, nem cá”, onde digo que o desafio para os veículos que produzem conteúdo vai além da identificação de seus produtos pelo público, passando pelo desafio de criar experiências de envolvimento, de participação e interação.

Convivemos com a TV aberta, com a telenovela, mas também com o novo seriado que está bombando no Netflix. Compramos verduras orgânicas na feira do bairro e também pedimos pizza pelo APP. Lemos notícias pelo Twitter logo ao acordar, ao mesmo tempo que britânicos estão folheando o tradicional jornal Financial Times, recentemente vendido por 4 bilhões para um grupo japonês, o que mostra que o novo convive com o tradicional num caleidoscópio de interações. Entender essa interação em camadas é o que fará não só o jovem mídia ser um excelente mídia, como uma marca ser uma marca engajada com a sociedade.  

Manuel Castells chama a atenção da sociedade em artigo intitulado Para além da caridade: responsabilidade social no interesse da empresa na nova economia, quando diz que “não estão separados, de um lado, o contexto mundial, o contexto social, o contexto das instituições e, de outro, a atividade da empresa. Ao contrário, existe uma relação íntima (...); se a prática empresarial não assimila o que ocorre no mundo, sua dinâmica chega a um ponto de estancamento”.

Marcas estanques que não percebem o que podem fazer pelo espaço urbano estão, aos montes, espalhadas pelas nossas metrópoles. Quando não conseguimos ver a correlação, por exemplo, entre as bicicletas laranjas do Itaú e a missão de um banco? Estamos com problemas em assimilar o contexto e em propor boas narrativas, boas práticas, bons prédios, boas praças, metrôs etc.

Um grupo de jornalistas, cansados de ver só a mídia reclamando resolveu agir. Outra Cidade (http://outracidade.com.br/) é um veículo de comunicação que nasce dessa angústia. Aliados a projetos tecnológicos que ajudem melhorar as cidades brasileiras, eles se propõem a falar de pessoas que estão pensando – e fazendo coisas inovadoras. “Vamos colocar a alta tecnologia ao lado da bricolagem. A inteligência das máquinas ao lado da sabedoria dos criadores de jardins”, explica Leandro Beguoci, um dos idealizadores do projeto, que acaba de publicar uma reportagem sobre a importância de se mapear as árvores de São Paulo e como estamos longe de cidades como Nova Iorque, que tem projetos como o TreeKIT (http://treekit.org/map/), que organizam pessoas em Nova York para medir árvores e colocá-las num mapa. O objetivo é fazer com que as pessoas se importem com as árvores e as ajudem a sobreviver. Outra comunidade super engajada e bacana é “A batata precisa de você” (https://www.facebook.com/abatataprecisadevoce), que vem com a proposta de mostrar todo o potencial do Largo da Batata, em São Paulo. “Ocupamos o espaço regularmente com atividades de cultura, esporte e lazer”.

Termino minha coluna com uma frase da pesquisadora da USP, professora Margarida Kunsch, “cabe aos gestores de comunicação sensibilizar os dirigentes de que não basta só gerar empregos, pagar impostos e atingir lucros, mas que se deve ir além, contribuir para uma sociedade melhor. Há que existir uma relação sinérgica entre o mundo e as organizações”.

 


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1219

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