Busca avançada                              |                                                        |                            linguagem PT EN                      |     cadastre-se  

Itaú

HOME >> ACERVO ON-LINE >> COLUNAS >> COLUNISTAS >> Pollyana Ferrari
COLUNAS


Pollyana Ferrari


Pollyana Ferrari é escritora e pesquisadora em Comunicação Digital. Professora de hipermídia e narrativas transmídias nos cursos Comunicação e Multimeios, Jornalismo e na Pós-Graduação Strictu Sensu de Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), todos ligados à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Autora dos livros “Jornalismo Digital”, ”Hipertexto, Hipermídia”, “A força da mídia social” e “No tempo das telas”. E instrutora da Aberje desde 2001. 

Slow Reading como processo cognitivo

              Publicado em 10/09/2010

Conhecia e admirava os movimentos Slow Food, Slow Travel e Slow Blogging , mas confesso que me surpreendi favoravelmente  com o Slow Reading, através da reportagem “O prazer da leitura sem pressa”, publicada no caderno Sabático de 28 de agosto, no jornal O Estado de S. Paulo. “Segundo o novo livro do especialista em tecnologia Nicholas Carr, The Shallows“, nossos hábitos hiperativos online já afetam nossa capacidade mental para processar e compreender uma informação textual muito longa. Os feeds (fluxo de mensagens) ininterruptos nos deixam `hiperlinkados´, saltando de um artigo para outro – sem absorver seu conteúdo; a leitura é frequentemente interrompida pela chegada de um novo e-mail (…), twitter e Facebook”.
 
O artigo The art of slow reading, publicado no The Guardian, e traduzido pelo Sabático mostra todos os perigos da nossa superficialidade digital. Para Carr, “estamos perdendo a capacidade de alcançar um equilíbrio entre dois estados de espíritos distintos”, pois a internet nos trouxe a capacidade de sermos multitarefa, mas não saímos da horizontalidade do factual. Acredito que na vida tudo não pode ser exagerado e nada substitui o prazer de um bom livro, por exemplo. Às vezes, desconectar-se é necessário, ou mesmo aceitar que a linearidade da escola é necessária para nossos guris hiperlinkados. Como diz o pesquisador André Lemos, ser hipertextual é a configuração padrão do ser humano, a linearidade é que exige treino.
 
Para Marcelo Träsel, pai da pequena Violeta (típica bebê da geração Z), jornalista e coordenador da especialização em Jornalismo Digital da Famecos/PUCRS, "um livro didático oferece poucas chances de dispersão, pois, em geral, é organizado em uma sequência lógica da menor para a maior concentração de conhecimento (...). Na Web, basta um clique e imediatamente se está em uma nova página, com novos links e novos caminhos abertos. É como o fluxo do pensamento. A mente à solta deriva para todo lado. Saímos correndo atrás da primeira linha raciocínio que aparece, assim como os cachorros correm latindo atrás dos carros passando na rua". Fico me perguntando como iremos dosar a linearidade necessária da aprendizagem em doses homeopáticas para a hiperlinkada e não-linear geração Z? Grande desafio para educadores, pais, empresas e sociedade.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 2356

O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996

Sobre a Aberje   |   Cursos   |   Eventos   |   Comitês   |   Prêmio   |   Associe-se    |   Diretoria   |    Fale conosco

Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090