Relações Públicas: a catalisadora de conceitos da organização
Ou, uma visão didática da profissão.
Nas organizações, a comunicação social divide-se em Comunicação Institucional e Comunicação Mercadológica. A institucional procura administrar a imagem e o conceito através dos relacionamentos com seus públicos de interesse, principalmente com as ferramentas das Relações Públicas e da Assessoria de Imprensa, buscando conquistar credibilidade e confiança. A comunicação mercadológica desenvolve o contato mercantil com os consumidores e usuários dos produtos da empresa, a satisfação recíproca das partes envolvidas na troca. Até aí nenhuma novidade.
A comunicação tem a responsabilidade de se pautar por uma nova realidade no campo das relações sociais. As organizações necessitam buscar, acima de qualquer outro resultado, uma prática social responsável, que se preocupe com o ser humano e que esteja ciente de que o que as organizações e as pessoas fazem no presente deixam consequências irreparáveis para o futuro. Esta tônica do comportamento organizacional da atualidade não é fácil de ser colocada em prática: há necessidade de se mudar culturas e construir uma linguagem para com ela operar.
O Marketing e a visão mercadológica das empresas nunca foram tão exigidos como nessa época de pós-marola. A palavra de ordem é resultado – Retorno Sobre o Investimento ou apenas ROI. Os conceitos de fidelidade e de satisfação total do cliente estão ficando para trás e dando lugar às modernas técnicas administrativas de mensuração para otimizar os investimentos e quantificar os seus resultados, melhorando assim a rentabilidade dos produtos e das organizações.
Na área publicitária, a busca é pela Propaganda de Resultados. Os aspectos técnicos da arte publicitária, que valorizavam a estética, a atração do cliente e criação de desejo ao produto estão sendo colocados em segundo plano. A exigência atual é criar uma propaganda que venda mais, a mais pessoas e por um maior valor.
A nova postura Jornalística tem se rendido ao regime de mercado e principalmente aos ditames mercadológicos e publicitários, onde o interesse público é suplantado pelos interesses do capital. Nunca a atividade publicitária esteve tão próxima dos interesses do jornalismo.
Esses “modernos” conceitos empresariais elevam os lucros das corporações ao nível máximo, mas baixam ao mínimo os seus valores éticos e as preocupações com o bem estar comum. As organizações esquecem que o desenvolvimento melhora as condições sociais, mas acima de tudo, melhora também os aspectos econômicos dos mercados em que atuam e conseqüentemente o poder de compra dos seus integrantes.
A abordagem ética é a referência em todas as relações sociais, principalmente nas relações de troca. Na prática, pouco se percebe sobre os valores das condutas das organizações nessas relações, porque a ética é muito mais um princípio, uma filosofia aplicada aos negócios e uma forma de agir e se comportar de toda a organização e não simplesmente um mote publicitário.
Atualmente, e, cada vez mais, o empresário está tentando comunicar as suas filosofias e os seus valores empresariais para seus clientes e públicos de interesse. A idéia é tornar mais pública a forma de pensar e agir da organização, pois isso cria valor à imagem que se deseja construir da empresa ou da sua marca. E é exatamente aí que as Relações Públicas podem fazer a grande diferença.
São as ferramentas estratégicas da comunicação que, através de contatos mais dirigidos e de diálogo propostos pela atividade de Relações Públicas, produzem mais credibilidade à marca que se está construindo e também à organização. Uma comunicação mais relacional com seus públicos, tratada como elemento integral de contato, com princípios éticos e de responsabilidade social ao invés dos conceitos mais tradicionais de cliente, target, ou simplesmente consumidor-alvo. Uma abordagem mais ética e mais responsável para com seus públicos.
Um ponto de equilíbrio nas relações entre produção e consumo e uma nova forma de comunicar traz benefícios para a coletividade, principalmente ao meio ambiente, tornando o tema uma questão social e de interesse público. Fica claro a necessidade de conceitos mais eficientes do ponto de vista das abordagens estratégicas comunicacionais e que valorizem sempre o cidadão no seu papel de consumidor e senhor dos seus direitos, para com a comunidade presente e futura.
Assim, Relações Públicas deve utilizar uma linguagem de modo a comunicar os valores e filosofias administrativas, elevando o conceito da empresa junto aos seus públicos de interesse e buscar os resultados esperados por todos. Ou seja, fazer com que não exista a divisão das áreas da comunicação, citadas no início.
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