As mensagens da Política
Neste ano teremos eleições. Logo, nós seremos “bombardeados” pelas propagandas eleitorais em todos os veículos de comunicação, e teremos acesso ao perfil, às características, às propostas e aos desejos de cada um dos candidatos.
A política sempre se utilizou da comunicação para atingir as pessoas, os eleitores, os formadores de opinião. Política sem comunicação não existe! E é incrível como essa ferramenta tão importante pode definir caminhos, mudar trajetos, construir heróis, destruir pretendentes, tornar desconhecidos famosos e modificar impressões anteriormente arraigadas.
Os políticos buscam traçar cuidadosamente os seus programas eleitorais. Definem suas plataformas, escolhem seus aliados, elegem o mote da campanha, os temas que serão abordados. E a fala, a linguagem que eles utilizarão, deve ter coerência plena com todo esse conteúdo. Quando isso acontece, a imagem do político se fortalece, a mensagem ganha força... e ele pode ganhar a eleição! Quando não há essa coerência, nós, eleitores, percebemos sutilmente que algo não combina, que a percepção nos soa falsa, que há algo errado... Essa imagem negativa nos leva a ignorar o candidato, ou a termos péssima impressão sobre ele. De qualquer modo, esse já perdeu o nosso voto!
A história é repleta de exemplos de grandes oradores e de outros menos habilidosos.
No século XX, a oratória do político era muito artificial: buscava-se um padrão “impostado”, com voz grave e forte, frases complexas, palavras difíceis, construções rebuscadas. Era como se o político buscasse interpretar emoções que ele não sentia. A forma era muito cultuada, em detrimento do conteúdo. Era comum que as pessoas ficassem impressionadas, gostassem do discurso...Muitas vezes sem entender quase nada! O bonito era falar difícil, fazer da comunicação um verdadeiro espetáculo.
Os tempos mudaram. As pessoas, com mais acesso à informação, passaram a ficar mais exigentes e a esperar mais de seus representantes. O discurso passou a ter que realmente tocar os ouvintes, sensibilizá-los... E isso só acontece quando sentimos que a comunicação é natural! Milton Jung, grande jornalista atualmente de rádio, afirma que “ninguém confia em quem não parece natural”. E para o político parecer natural, autêntico, ele deve demonstrar total coerência entre o que diz e a forma como diz. Mensagem verbal e mensagem não verbal absolutamente coesas. Voz, fala, palavras, expressão facial, postura corporal e gestos alinhados ao discurso. O presidente Lula é imbatível nesse quesito! Apesar das eventuais falhas que todos conhecemos, ele fala com naturalidade e com emoção, produzindo efeito de atenção e de encantamento nos seus ouvintes, capturados pela identificação e pela clareza de sua intenção em se comunicar, de estabelecer vínculo real com seus interlocutores. Barack Obama fala olhando nos olhos das pessoas. Vibra e enfatiza os trechos mais importantes do seu discurso, contagiando a todos pelo seu entusiasmo real e claramente perceptível.
É, os tempos realmente mudaram. E, ao início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, ouça e veja com atenção. Procure identificar a maneira como os nossos candidatos se colocam, confira se há coerência entre a forma de falar e o conteúdo. Veja se você percebe naturalidade, autenticidade, segurança, conhecimento, empatia, emoção. Intenção comunicativa clara e tranqüilidade, confiança em se expor. Preste atenção! E escolha com todo o cuidado, de maneira consciente e assertiva. O país agradece!
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