Busca avançada                              |                                                        |                            linguagem PT EN                      |     cadastre-se  

Itaú

HOME >> ACERVO ON-LINE >> COLUNAS >> COLUNISTAS >> Karen Worcman
COLUNAS


Karen Worcman


Graduada em História pela Universidade Federal Fluminense/RJ, com mestrado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ. Fundadora do Museu da Pessoa, um museu virtual de histórias de vida, fundado em 1991. É fellow da Ashoka Empreendedores Sociais desde 1999, instituição que identifica e apoia globalmente projetos de ação inovadora e de amplo impacto social em todo o mundo, como o Museu da Pessoa. Desde 2004, Karen também é membro do Global Fellowship Team da Ashoka, com foco em estratégias de ampliação do impacto social da organização por meio do fortalecimento da rede de fellows. É também parte do board do Program Committee for Museums and the Web, do board do Portal Ourmedia.org e dos Conselhos das Organizações Observatório da Imprensa e do Instituto Avisa Lá.

Transformação, memória e história: Por que uma história de vida pode mudar seu jeito de ver o mundo

              Publicado em 25/05/2010

Uma vez, passeando em uma montanha com meu filho Jonas, que então tinha quatro anos, eu disse para ele: vamos, está ficando tarde. E ele me respondeu: não, eu quero andar até as nuvens! E eu respondi, mas vai ficar escuro. E ele falou: mas aí a gente acende as luzes. E eu respondi, que luzes? Aqui é a floresta, não tem luzes para serem acesas. E, ele, completamente intrigado, me respondeu: por que, quem tirou as luzes?

Acredito que quando nascemos e vamos nos apropriando do mundo em que vivemos, nossa tendência é a “naturalização” desse mundo. Nada que vivemos pela primeira vez nos parece absurdo. Nascemos plásticos. Isso de forma alguma quer dizer que nascemos como uma tabula rasa, mas sim de que nascemos completamente abertos ao mundo que se apresenta. Após essa apropriação inicial, que nos leva à “naturalização” do que conhecemos, é que, aos poucos, e em geral por entrarmos em contato com eventos, sentimentos e coisas fora de nossos padrões, é que remodelamos nossas percepções e interpretações daquilo que denominamos a “realidade.”
 
Um exemplo interessante, que por seu caso extremo pode nos levar a refletir sobre isto é o que Konrad Lorenz, um naturalista austríaco (1903 -1989) denominou de "estampagem”. Ele identificou que uma série de espécies tinha um breve “momentum”, um espaço de tempo, em que estavam dispostos a “imprimir” um comportamento em seu sistema nervoso. Patinhos e pintinhos, quando saem de seus ovos, seguem o primeiro objeto em movimento que encontram e criam uma ligação forte com este objeto (em geral, o primeiro objeto que vêem é a galinha, mas Lorenz fez uma experiência em que ELE tornou-se o elo mais forte com um grupo de aves, que o seguiam preferencialmente).

Este exemplo, que pouco tem a ver com nossa discussão, pois se trata de uma experiência de etologia no mundo animal, me chamou atenção por que, de forma distante e por processos outros, de certa forma, temos também nossas “estampas” no mundo.  De alguma maneira, e com uma grande liberdade de empréstimo a este conceito, poderíamos entender que essas estampas são baseadas em nossas predisposições biológicas, mas vão se consolidando por meio de nossas primeiras experiências de vida, de nossas heranças culturais e do contexto em que nascemos. É como se fossemos construindo os pilares que demarcam nossa concepção de mundo (de família, de amor etc.) e organizam nossas experiências. Neste sentido, vamos construindo nossas certezas. Este conjunto de certezas é nossa zona de conforto. Forma nossas premissas, nossas referências, nosso porto.  Eu poderia me aprofundar sobre este processo e sobre as inúmeras discussões que se travam, sejam nas ciências humanas ou exatas, sobre o processo de “construção” e organização da nossa realidade. Mas o foco da minha fala é de como e porque acredito que ouvir, ouvir de fato uma história de vida, pode ser uma forma poderosa de transformar nossa relação com o mundo.
A palavra transformar vem etimologicamente da junção do prefixo do latim trans- para além de, através de - com o substantivo forma “modo pela qual uma coisa existe ou se manifesta”.  Se quiséssemos falar literalmente de transformação, poderíamos dizer que transformar é ir além da forma pela qual uma coisa existe. Quando falo “transformar” nosso jeito de ver o mundo, digo, talvez, ir para além da forma com que “naturalmente” interpretamos a “realidade” que nos cerca. E é neste sentido que as histórias de vida possuem um papel poderoso.

A história de vida de uma pessoa é a narrativa que ela constitui sobre si mesma. Esta narrativa baseia-se, com certeza, nas premissas de mundo e nas experiências por ela vividas. Essas experiências, as mais significativas, vão constituindo o conjunto de marcos que forma a memória de cada um de nós.

Quando falamos em memória, o que nos vem à cabeça é “lembrança”. De fato, a palavra tem inclusive sua origem daí. No entanto, parte de todo este processo é o esquecimento. A memória é essencialmente seletiva. Se nosso ato de lembrar fosse indiscriminado seríamos todos como Funes, El memorioso, personagem de Jorge Luis Borges que está fadado e lembrar-se de tudo, absolutamente tudo que aconteceu e, por isso mesmo, incapaz de viver o presente. Só guardamos o que tem significado. Se eu perguntar a todos aqui o que aconteceu no dia 3 de setembro de 2002, a não ser que seja o aniversario de alguém ou um dia especialmente marcado por um evento significativo, ninguém será capaz de lembrar. Mas se eu perguntar o que aconteceu no dia 11 de setembro de 2001, é bem possível que grande parte das pessoas se lembre das torres gêmeas, um acontecimento que se tornou profundamente significativo na memória coletiva de nossa sociedade.

Ter significado para uma sociedade ou para um indivíduo é também bastante relativo e está amplamente conectado com as memórias anteriores e com as referencias e premissas já estabelecidas. Assim, o conjunto de nossas memórias, individuais e coletivas, que constituem nossa identidade, reforça nossas premissas, nossas referências de mundo. Pois só percebemos e damos significado àquilo que estamos pré- preparados para dar. Por isso memória é tradição. É nosso esforço de manutenção. Nossa identidade baseia-se, em grande parte, no conjunto de memórias filtradas ao longo de nossa existência. Assim memória é permanência e não transformação.

Na escola, a narrativa que aprendemos faz parte de uma serie de ferramentas sociais que explicam, de alguma maneira, o mundo e dão um sentido coletivo para memória. Quase todas as cidades do Brasil possuem uma rua chamada 7 de setembro, isto está “naturalizado” em nossa memória coletiva, dia da independência.

Apenas recentemente, quando dos 500 anos de Brasil é que, em alguns lugares, a palavra “descobrimento” foi questionada, inclusive em algumas manifestações indígenas. Essas manifestações nos causaram algum sentido de estranhamento: talvez não fosse um descobrimento, talvez fosse um encontro, uma mudança. Essa questão nos faz rever todo nosso sentido de Brasil, quanto temos presente, em nossas palavras, corpo e comida, as culturas anteriores que aqui estavam. Isto é transformação, isto é ”ir além” e dar um novo sentido para nossa história.

Muitas dessas transformações vêm exatamente de um processo oposto ao da naturalização da realidade. Vêm de um estranhamento. Existem processos de revisão de nossa historia permanentemente, em geral provocados por necessidades. Mas, assim como os viajantes encontram o estranhamento no espaço, o historiador, no tempo, pode sentir esse mesmo "estranhamento” ao ouvir, de fato, a história de alguém. Olhar o mundo com os olhos de outro é relativizar nossas referências e, por isto mesmo, rever nossas premissas. Daí abre-se a possibilidade - e digo a possibilidade porque não é um efeito indiscutível - é um efeito possível, de transformação de quem ouve.

E gostaria, aqui, de contar um pouco de minha experiência pessoal com tudo isso: como as histórias de vida vieram me transformando e em que medida acabou por dedicar grande parte da minha vida a coletá-las, preservá-las e disseminá-las.

A primeira delas veio de uma entrevista que realizei nos final dos anos 80, quando participava de um projeto sobre a história dos imigrantes judeus no Rio de Janeiro. Essa entrevista foi com um casal de imigrantes judeus poloneses: Adam e Krystyna Drozdowicz.  Eles moravam em um apartamento de primeiro andar no Largo do Machado. O apartamento era escuro e redondo. Se, quando entrávamos, fossemos para a direita, era a parte de Krystyna, e, para a esquerda, a parte de Adam. Na parte de Krystyna, o caos imperava. No sofá havia livros, roupas e até garfos. Na parede, vários quadros, gravuras polonesas, judaicas, confusas. Nada estava em ordem. Na parte de Adam, imperava a total organização. Os livros cuidadosamente organizados, a roupa dobrada. Adam e Krystyna tinham entre 70 e 80 anos. Ela andava com uma muleta e ele ainda ia, todos os dias, de ônibus, trabalhar no hospital do Fundão. Adam era microbiologista, desde a Polônia. Uma raridade naqueles tempos. Tinha cursado universidade e estava fazendo o doutorado quando a Alemanha invadiu a Polônia. Os dois tinham sido heróis. Além de apoiarem a guerrilha, Krystyna salvou toda a sua família dos campos de concentração (mãe, pai, irmão, irmã, cunhados), Adam tornou-se o anti-mohel, especializando-se em ajudar judeus a apagarem as marcas de circuncisão.

Entrevistamos cada um por um mês. Apesar de filha e neta de judeus e de ter escutado histórias do holocausto desde sempre, com eles, fui vislumbrando outro jeito de entender a guerra, o gueto e o cotidiano daquele momento. Soube, por exemplo, como foi que os judeus organizaram uma universidade de medicina no gueto de Varsóvia. Dito por Adam Drozdowicz:

(...) Devia parecer um curso para sanitaristas, mas o nível era o de uma faculdade de medicina de antes da Guerra. A cada dia, procurávamos um lugar onde fazer as aulas. Precisávamos de salas bem grandes porque, logo que foi anunciado este curso, apareceram duzentos ou mais candidatos… Às cinco horas começavam as aulas, porque antes muitos dos alunos eram pegos para trabalhar para os alemães. Tanto esse laboratório quanto essa faculdade funcionaram até a liquidação do gueto, que começou me 22 de junho de 1942. …nesse período desenvolveram-se também muitas pesquisas. Muitos pesquisadores judeus, médicos, aproveitaram a oportunidade e fizeram um estudo sobre a fisiologia da fome… porque o pano de fundo dessa universidade, dessa vida intelectual maravilhosa, era de cadáveres nas ruas. E cadáver já não era tão trágico. Trágico eram as crianças, num dia tão magrinhas, no outro, tão inchadas. Os sintomas típicos da fome…


Minhas entrevistas com eles eram, em geral, à noite. Uma das noites, ao final da sessão em que Adam me contava como ele e a família tinham voltado da Rússia para o apartamento de antes da guerra, na Polônia, de como os judeus construíam, dia após dia, os muros que os cercavam e de como ele tinha perdido a primeira esposa, o pai e todos na liquidação do gueto perguntei, quase com certa raiva: porque vocês voltaram da Rússia? Porque você ficou? Porque os judeus ficaram fazendo os muros e não saíram ou se rebelaram? Como vocês foram ficando e deixando tudo acontecer?

Ele me olhou, do alto de seus 70 e tantos anos: “hoje nós sabemos o que aconteceu. Naquele instante, era um dia atrás do outro. A luta era pela sobrevivência e pela tentativa de ficar com o que conhecíamos. As coisas iam acontecendo e nós íamos nos adaptando. Não tem como julgar com os olhos de hoje.”

Saí de sua casa à noite. Eu morava na Gloria, eram mais ou menos 11 horas e eu ia andando pelo Largo do Machado. Nas calçadas, passei por pessoas e pessoas dormindo. Mendigos, famílias. Eu me esquivando para não pisar em ninguém. Aquele cheiro de fim de noite, lixo, as pessoas dormindo nas ruas. E pensei… qual a diferença entre eles e eu? Também naturalizei essas pessoas. Também acho normal sair e ter tantas pessoas dormindo nas ruas. Também me adaptei. Também nos adaptamos. Isso faz mais de 20 anos. De lá para cá, a situação piorou. Os números de balas perdidas, guerras e mortes diárias no Rio mais altos que na Palestina. Também nos adaptamos. Torna-se quase “natural” viver no meio de uma guerra e também nós queremos ter nosso dia a dia, como se nada tivesse acontecendo. 

Esse foi meu primeiro estranhamento. Minha primeira transformação. Acho que foi uma lição de humildade. Sem julgamentos. Como eles, talvez também não saibamos como reagir e vamos nos adaptando. Ou não. É uma decisão que temos que tomar dia após dia. Do que queremos enfrentar e do que queremos nos adaptar. Apenas não percebemos que ela existe. E tomamos o resto como fatalidade.

Anos se passaram. Já existia o Museu da Pessoa. Eu morava em São Paulo. Em um projeto que fazíamos entrevistando habitantes da zona leste de São Paulo, coube a mim entrevistar Edmisio, nascido em 1968, no Ceará. Como inúmeros migrantes do Nordeste, chegou a São Paulo em 1991, aos 21 anos de idade, procurando trabalho. Edmisio tinha nove irmãos. Moravam em um sítio, perto de Crato. O excedente da plantação era vendido para comprar calçados e roupas. Estudou em Crato até o 2º grau. Mas um irmão veio para São Paulo e foi chamando os outros. O que ele pensava em encontrar em São Paulo:

Quando cheguei a São Paulo, tinha 21 anos. Da cidade, eu só ouvia falar. Um paraíso. Alguém contou uma história que era muito conhecida: “Ah, vamos para São Paulo, lá tudo é fácil. Eu estava telefonando e o vento estava levando uma nota de dinheiro. Eu nem parei de falar porque sabia que, quando eu terminasse de telefonar, viria outr”. As pessoas começam a vir por causa dessa história. A pessoa que vem para São Paulo e que morava lá no campo, trabalha um pouco, compra uma roupinha toda bonita, um gravador, um som. Quando volta para visitar os parentes, chega lá todo arrumadinho, com som e tal e aí as pessoas falam: “São Paulo é bom. Já está rico, como está bonito, engordou. Mudou um pouco a pele por causa do calor de lá.” E os jovens vêem e também têm o desejo de mudar de vida. Só que nós, que estamos aqui, sabemos que é história. Se lá é difícil, aqui também é.

Ele ficou um tempo rodando procurando trabalho e foi ser chapa, que é ficar na beira da estrada à espera de um motorista de caminhão que queira te chamar para ajudar.  Inclusive, ele fez uma promessa se conseguisse este trabalho.

Quando conheci Edmisio, ele era pastor. Vestido com um terno, tinha aquele jeito de falar de pastor em praças publicas. Algo que, confesso, sempre tive enorme preconceito. A gente vai passando pela praça, ouvindo aquela ladainha e achando que é mais um enrolador... Imagens que passam, sem que eu pense mais a respeito, na minha cabeça. E assim começou minha entrevista. Ao longo de sua história, ouvi como Edmisio, apos sua promessa, começou a sair todas as noites para servir cafezinho e dar cobertor aos moradores de rua:

O compromisso que fiz com Deus era que do fruto do meu suor eu iria servir ao pobre e ao necessitado. Eu precisava ajudar essas pessoas, porque eu tinha prometido a Deus e estava trabalhando. Comecei a perguntar para Jesus: “O que eu posso fazer?” Um dia, Deus me tirou da cama, no frio, mês de junho ou julho, às três horas da manhã. Estava uma garoa muito fria. E eu saí ali, na Rua Passos, fui em direção ao Largo do Belém. Lá tem um canteiro na esquina da Rua Conselheiro Cotegipe e ali ficava um rapaz, ex-detento. Geralmente, quando eu chegava do serviço, às nove e meia ou dez horas da noite, eu dividia minha comida com ele. Ele ficava do lado da minha casa e um dia ouvi uma voz dentro de mim: “Deita ao lado dele.” Eu havia saído debaixo de um edredom, três horas da manhã, um frio, uma garoa. E aquela voz pulsava dentro de mim: “Deita ao lado dele.” E eu deitei naquela grama molhada. Olhava para ele, comecei a tremer, e ele normal. Aquela voz, de novo: “Agora você sabe o que é que é a vida de um mendigo de rua?

Ao longo de sua história, ouvi como Edmisio foi dedicando todas as suas noites a sair de madrugada com café e pão para mendigos, drogados, ex-detentos. Ouvi de como transformou a casa que tinha construído para casar, na favela do Jequitinhonha, em um centro de acolhimento.

Quando fiz a entrevista, a casa já tinha acolhido mais de 40 pessoas e ele estava procurando um terreno para fazer uma maior. Sim, era um pastor, se encaixava em tantas categorias que eu desvalorizava até então..., mas tinha se responsabilizado, transformado sua própria vida, seu dia a dia. Quem era eu para julgar? Até onde eu me responsabilizava dessa forma?

Essas perguntas não eram uma maneira de me fazer culpada e nem me cobrar. Tampouco um ato de “santificação” do Edmisio. Apenas percebi que, por trás daquele pastor de terno pelo qual eu passaria inúmeras vezes, havia uma pessoa de coragem profunda, iluminada, posso dizer. Acho que revi meu conceito, ou mesmo pré-conceito sobre o sentido de ser religioso, após aquele dia.

Por fim, ano passado, ouvi uma história que me encantou. Por que sempre adorei os livros, tive uma grande empatia com Geraldo:

Vídeo do Geraldo

Acho que gostaria de mostrar mais uma história, narrada por um participante de um círculo de histórias, que mais uma vez me surpreendeu:

Corposinalizante

Mas, apesar de interessantes, todos esses personagens pertencem a categorias sociais muito determinadas: os sobreviventes do holocausto, o pastor migrante nordestino, o surdo … mesmo que suas histórias nos encantem, podem reforçar conceitos e romantizar pessoas. Esse perigo também é uma tentação diária: a romantização do pobre ou o endeusamento da celebridade, o deficiente, o sobrevivente – podem facilmente ser “vistos” ou "ouvidos” como pessoas de realidades distantes. Essa é a voz de um migrante, de um imigrante... “Ele é de fato diferente de mim…” Ouvi-los é, certamente, uma forma de nos transformar –como eu me transformei.

Mas o que de fato é transformador é quando você se posiciona como igual e quebra seus protótipos sobre o outro. Quando você não espera mais ouvir “a vida de um sobrevivente do holocausto”, a voz de um migrante nordestinho, mas se posiciona para ouvir outra pessoa, como apenas uma pessoa, nem mais nem menos. As histórias de vida são ou podem ser transformadoras quando escutamos o banal, o cotidiano de um outro indivíduo e conseguimos apenas vislumbrar o mundo com seus olhos. Aí, de fato, estamos ouvindo. Este ouvir é diferente de todos os contatos que fazemos nas redes virtuais de hoje. Ouvir é um esforço. Um esforço a ser realizado para diferenciar, em meio a este mundo altamente conectado, pleno de histórias e ruídos, de identificação daquele pequeno momento quando, de fato, silenciamos e ouvimos (ou lemos). Quando ouvimos uma história, seja ela do nosso colega de escritório, do taxista ou de alguém que conhecemos em uma festa, ela pode ser transformadora. Pode ser surpreendente, apenas bela ou pode tornar o nosso olhar para o cotidiano, um pouco mais mágico, um pouco mais rico, um mais transcendente. E, neste momento, é que está o seu poder de transformação.

E finalizo mostrando um trecho de uma história que me fez ver a chuva de outra maneira.

Filha da Chuva


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 3048

O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996

Sobre a Aberje   |   Cursos   |   Eventos   |   Comitês   |   Prêmio   |   Associe-se    |   Diretoria   |    Fale conosco

Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090