No dia 5 aconteceu o relançamento de uma publicação organizada por Jorge Duarte no início dessa década: o livro “Assessoria de Imprensa e Relacionamento com a Mídia – Teoria e Técnica”. Tive o privilégio de participar desse projeto, a convite de uma grande amiga, Claudia Lemos, e juntas escrevemos um capítulo sobre Publicações Jornalísticas Empresariais.
 
Mas, mais do que o livro em si, o que é curioso nessa obra é que, apesar de ter trocado algumas dezenas de emails com o Jorge e também com outros co-autores, eu não tinha, até o dia do relançamento, conhecido-o pessoalmente. É, de fato, um livro que nasceu dentro de nossa nova ordem tecnológica – vários autores, reunidos em torno de um objetivo, que, trabalhando à distância e usando redes de computadores, produzem algo em comum.
 
Eu já escrevi nesse espaço sobre as mudanças fantásticas que a tecnologia traz para a conexão das pessoas. Também de alguns dos riscos de nossa sociedade hiperconectada para a segurança da informação. Mas achei interessante voltar ao assunto, dessa vez na ótica dos encontros e produções possíveis graças a esse mecanismo fabuloso que é o "universo www".
 
Fiquei pensando em nosso dia-a-dia: quantas oportunidades de relacionamento e de posicionamento só são possíveis porque podemos contar com esses aparatos tecnológicos? Desde um colega de outra cidade, com o qual podemos falar por telefone ou email sobre uma atividade de rotina, até um atendente de callcenter para quem passamos dados pessoais ou conta bancária para checar algum procedimento. Ou, mesmo, a saudade de amigos distantes que se aquieta um pouco por meio das redes sociais...
 
O acesso facilitado a vários conteúdos e iniciativas por meio da internet acelerou nosso processo de contato com informações e também com outras pessoas. Recentemente, a imprensa destacou um fato curioso: uma mensagem colocada dentro de uma garrafa de vinho há mais de 30 anos foi respondida usando o Facebook.  “Olivier Vandevalle, um menino de 14 anos, decidiu em suas férias de verão escrever uma mensagem e atirar ao mar, dentro de uma garrafa (...) Só agora a garrafa foi encontrada por Lorraine Yates, uma mulher que, ao se deparar com a mensagem, decidiu responder imediatamente. Mas ao invés de escrever para o endereço escrito no papel, ela procurou os dados do remetente em redes sociais e o encontrou no Facebook” relatava, por exemplo, a revista Época Negócios, em sua página na internet, no dia 1º de maio.
 
Não diria que produzir um capítulo de livro a distância, organizado por uma pessoa que eu nunca tinha visto antes, tenha o charme da mensagem na garrafa respondida pelas redes sociais. Mas é também parte de um mesmo fenômeno.  E, talvez com mesma curiosidade que Lorraine escreveu no Facebook, eu aguardei pelo dia 5 para, enfim, conhecer alguns dos autores que participaram do livro. Coisas do ser humano: afinal, a tecnologia é excelente, mas existe algo mais humano e efetivo (e, por que não, afetivo) do ponto de vista dos relacionamentos e da comunicação que um encontro presencial?

* Os textos que publico aqui refletem idéias e opiniões pessoais e não podem ser considerados como posicionamento da C&A sobre os temas tratados.