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Cristina Santos
ccris-santos@hotmail.com

Formada no MBA Gestão de Marketing – FGV, Processamento de Dados – UNIb, Especialização em Neurociência Cognitiva – USP e Tecnóloga em Administração de Empresas. Especialista em gestão estratégica on-line – marketing, comunicação e tecnologia da informação, tendo implementado a área de e-Business e o conceito de Knowledge Worker na empresa em que trabalha como responsável pela Comunicação Digital. Participa ativamente do mercado em congressos e seminários e é voluntária na gestão on-line de uma entidade filantrópica.

 

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Saudades do Forrest

              Publicado em 26/01/2010

Você se lembra do Forrest Gump? O precursor das redes sociais.

É, isso mesmo. Há 16 anos ele já sabia toda estratégia de comunicação em massa sem ser a televisão ou jornal e criou um fabuloso network fazendo uso inocente de uma grande e poderosa rede social.

Na minha livre interpretação do personagem, ele é um verdadeiro nerd, com dificuldade de expressar-se e de estabelecer relacionamentos com vínculos profundos e não o deficiente mental que é sugerido no filme. Também pudera, à época não existiam os nerds para que pudesse ser comparado o comportamento deste personagem tão inteligente e sensível e que ficou estereotipado como alguém incapaz.

Antes de enveredar nesta descrição, se não assistiu ao filme, assista. Mas se não estiver com tempo antes de concluir a leitura deste artigo, veja uma descrição na Wikipédia: pt.wikipedia.org/wiki/Forrest_gump

Em uma época em que não havia a facilidade dos dias de hoje em encontrar pessoas, o pleno estabelecimento de contato a qualquer hora e a qualquer distância onde não havia Orkut, Facebook, Twitter ou Google, ele conseguiu ser ouvido por muita gente que não o conhecia, só parado ali contando suas histórias em um singelo ponto de ônibus. Conseguiu muitos seguidores.

Aí começam os “seis graus de separação” da história do (meu) Forrest: seu parente Nathan Bedford Forrest, general confederado e fundador da Ku Klux Klan iniciou essa rede de relacionamento para Forrest. É inimaginável o número de membros e a quantidade de assuntos no blog específico sobre a supremacia branca e o protestantismo como religião única.

Será que Forrest estava preparado para ter entre seus seguidores um negro? Bubba Blue o fez mudar de opinião, e Forrest refletiu e elaborou a máxima: “A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar”. Bubba Blue incentivou muito a expansão da rede social de Forrest, demonstrando proximidade (estava sempre online) e o ajudou a construir os textos e informações sobre o tema, muitas vezes controversos aos primeiros textos produzidos por Forrest. Surgiu o primeiro blog chapa branca.

Forrest então resolveu entrar para o Second Life e expandir mais seu network. Encontrou Elvis Presley e o ensinou a dançar. Elvis tratou logo de copiar no mundo real.

Nesta época, Forrest já participava de um grupo de corrida para aumentar ainda mais seu network e seus seguidores. Suas planilhas de acompanhamento de performance eram todas online, claro. Foi neste clube que conheceu o técnico Bear Bryant da Universidade do Alabama e começou a jogar futebol americano. Ingressou na rede social da equipe das estrelas como moderador da comunidade. Através desta comunidade, conheceu o presidente Kennedy.

Ele ainda tinha em sua rede social o presidente Lyndon Johnson, Abbie Hoffman o presidente Nixon, Dick Cavett, John Lennon, George Bush e Martin Luther King.

O melhor disto tudo? Ele descobre que um amigo comprou ações de uma tal Apple para ele. Depois do meu relato, tenho certeza que é claro o paralelo tecnológico que Forrest traçou. Ele é Steven Jobs.

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Em resumo, transcrevendo esse relato atualizado para os dias atuais, a ambiguidade é clara. Tudo o que Forrest queria era encontrar o grande amor de sua vida, Jenny, e ter uma vida bem real com ela, tal qual aquela que nos dias atuais buscamos incessantemente; onde o tempo parece que viaja à velocidade do som, nossos dias são atribulados, nossas noites exaustivas e assim, muitas vezes, deixamos passar o contato pessoal com amigos, parentes e até colegas de trabalho.

Vivemos uma época que, sem nos dar-mos conta, a rotina tecnológica a que nos submetemos tornou-se nossa verdadeira dificuldade de relacionamento – por mais network que tenhamos.

Somos responsáveis pelo nosso próprio destino.


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