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Cristina Santos
ccris-santos@hotmail.com

Formada no MBA Gestão de Marketing – FGV, Processamento de Dados – UNIb, Especialização em Neurociência Cognitiva – USP e Tecnóloga em Administração de Empresas. Especialista em gestão estratégica on-line – marketing, comunicação e tecnologia da informação, tendo implementado a área de e-Business e o conceito de Knowledge Worker na empresa em que trabalha como responsável pela Comunicação Digital. Participa ativamente do mercado em congressos e seminários e é voluntária na gestão on-line de uma entidade filantrópica.

 

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Geração Y - revolução sem revolta

              Publicado em 17/11/2009

Tenha certeza que você convive todos os dias com algum membro dessa turma e talvez não tenha percebido que há uma denominação para esse grupo de jovens ou “Millenials”. Quem sabe você é um deles e nem se deu conta? Um comportamento onde as regras tradicionais familiares e organizacionais tiveram uma grande ruptura. Eles são acostumados a terem opiniões bem incisivas, que soam de maneira arrogante na maioria das vezes.

Não há uma data muito específica para designar onde e o começo e o final desta geração, em sua maioria são nascidos a partir dos anos 80, e com características marcantes como a impaciência por resultados e ascensão profissional imediata, estão sempre plugados com as tecnologias atuais, fluente em mais de um idioma, muito pró-ativos no trabalho e muito ambiciosos.

De acordo com o estudo “Uma visão dos líderes sobre a Geração Y” realizado pelo Ateliê de Pesquisa Organizacional, realizada entre novembro de 2008 e julho de 2009 e que contou com a participação de mais de 100 gestores de Recursos Humanos de grandes empresas, destacaram-se entre os pontos mais relevantes:

- são iminentes da era digital, apolítica e individualista;
- são ágeis, tem senso de oportunidade, descontração, inteligência e são importantes para trazer às empresas vitalidade, ritmo e agilidade;
- impacientes, inseguros, com vínculos voláteis, exibicionistas e superficiais.

Uma questão que me chamou bastante atenção, é que nenhum entrevistado declarou espontaneamente ter sido preparado ou existir em suas empresas algum tipo de treinamento específico para lidar com os profissionais desta geração. Mas será que as empresas e a sociedade perceberam essa revolução silenciosa? Não há sutiãs queimados, caras pintadas ou quaisquer tipos de manifestações que marquem essa revolução juvenil.

Podemos dizer que esses multifacetados jovens profissionais, exercem com facilidade diversas atividades simultaneamente. Navegar na internet ouvindo o iPod e estudando ao mesmo tempo, convergir sua atenção para diálogos em mídias distintas simultaneamente – através de algum Instant Messenger, Facebook, e-mail, Twitter, checar as mensagens de seu perfil no Orkut e ao mesmo tempo responder à pessoa a seu lado. Efetivamente, é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, mas nasceu com TV, computador e comunicação rápida dentro de casa. Parece um dado sem importância, mas estudos americanos comprovam que quem convive com ferramentas virtuais desenvolve um sistema cognitivo diferente.

Uma pesquisa do Departamento de Educação dos Estados Unidos revelou que crianças que usam programas online para aprender ficam nove pontos acima da média geral e são mais motivadas. Para eles, a velocidade é outra. Os resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios, constantes.

A incessante busca pelo real significado das coisas e das ações é o que os norteiam. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (USP) realizada com cerca de 200 jovens de São Paulo revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. Na questão "qual pessoa gostariam de ser?", a resposta "equilibrado entre vida profissional e pessoal" alcançou o topo, seguida de perto por "fazer o que gosta e dá prazer". O estudo, desenvolvido por Ana Costa, Miriam Korn e Carlos Honorato e apresentado em julho, tentou traçar um perfil dessa geração que está dando problema para pais, professores e ao departamento de Recursos Humanos das empresas.

A forma de priorização para os “Y” é bem clara – definitivamente o equilíbrio foi colocado à prova: a vida pessoal é mais importante que a profissional indiscutivelmente.  A flexibilidade nas hierarquias, o trabalho em equipe, os contatos profissional e claro, a rede de relacionamento que prioriza ética e responsabilidade devem ser abordados para essa convivência pacífica.

É aqui que teremos que inovar na forma de comunicação e interação com esse perfil e definir como deve se comportar agora e se isso ainda não for uma questão clara na organização, influenciar para que seja.
Os padrões convencionais e a linguagem devem ser adaptados imediatamente para que não seja mais um caso de reatividade. Mas será que as organizações percebem essa mudança tão fortemente? Ou será um caso de miopia? Uma coisa é certa, a quebra de paradigma é forte e extremamente estratégica.

Esta percepção de que uma nova geração está aqui, ao nosso lado já é percebida. Basta um olhar um pouco mais atencioso através dos meios de comunicação convencionais e renomados para que possamos perceber.

Neste final de semana fiz questão de folhear a revista Veja, edição 2139, com esse foco. São diversos anúncios de novos celulares que, óbvio, estão aptos totalmente voltados à conectividade em tempo integral, além de matérias sobre educação através das redes sociais, direitos humanos (a blogueira Yoani Sánchez), o fenômeno Geisy Arruda que ficou famosa ( ! ) através do Youtube e um caderno especial de 32 páginas sobre tecnologia, vida digital e conectividade. É evidente que a linguagem já mudou. A atração para esse público multifacetado está em nossas mãos e no blog, no site, na forma e conteúdo.

Uma coisa é certa, as empresas precisam dos jovens da Geração Y, pois eles serão os responsáveis pela condução dos negócios no futuro bem próximo e para isto, deverá ter, não apenas “uma política bem-sucedida de retenção de talentos”, mas, especialmente, fazer com que todas as gerações interajam dividindo experiências e somando esforços para o sucesso empresarial, caso contrário, veremos aquela conhecida média de 2 anos na mesma função reduzir-se drasticamente.
 


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