O melhor encontro: eu
Nasci e moro em São Paulo, onde a rotina frenética da megalópole nos impõe cada vez mais a exigência acadêmica e profissional, os padrões estéticos, o
consumismo exacerbado entre tantas outras necessidades que nos vemos atuando de maneira permissiva e voraz em diversos aspectos da vida e esquecendo o que há de mais importante – a própria essência.
Buscamos ficar cada vez mais conectados, virtual ou pessoalmente e mesmo assim, muitas vezes, a solidão se instaura no íntimo. Porque será que precisamos de tanto movimento no entorno e não conseguimos silenciar? Temos a necessidade de interagir em tempo integral para que não seja necessária a interação mais prazerosa que existe – consigo mesmo.
Tenho refletido bastante e pesquisado diversos âmbitos psicológicos para estabelecer critérios e realmente entender como me reconectar com as coisas mais importantes da vida que são Deus, a família, a saúde, os amigos e a carreira. Essa viagem introspectiva permitiu que eu fosse ao encontro desde a filosofia do Sri Prem Baba, passando por dança contato improvisação, PNL, conceitos life coach, Jiu Jitsu como cultura de paz e mais recentemente um verdadeiro mestre oriental de Aikido – experiência fantástica de resignação e disciplina!
Que maravilha quando nós nos abrimos realmente e nos permitimos experimentar as diversas facetas da descoberta interior. Hoje realmente entendo que mudei um estágio na vida, conectei-me a pessoas diferentes, grupos peculiares com práticas tão distantes do meu dia a dia e todos, sem exceção, trabalhando no foco do reconhecimento e na reconexão individual.
É tão impressionante quando conseguimos entender, que todo o contexto da era da comunicação que estamos, gira em torno dessa necessidade de conectar-se consigo.
As redes sociais são o retrato desse momento e desta busca constante. A cada dia surgem novas formas de conexão, interação e principalmente exibição. A internet nos proporciona essa falsa sensação de complitude, quando não conseguimos realmente entender a própria inquietude. Nos viciando.
Os adolescentes têm essa característica inquieta e é legitimada – até pela inocência de não saber nem o que procuram. Permitir-se experimentar e trilhar o seu modus operandi, vamos assim dizer.
Os adultos buscam esse despertar e não sabem exatamente o que é. Mas está lá esse “bichinho” corroendo em tempo integral. A vontade implícita de mudança e buscando no outro a vontade de ser feliz. Esquecendo que essa atribuição ele encontra somente em um lugar – nele mesmo!
Os novos relacionamentos amorosos estão cada vez mais complexos de se iniciarem, a individualidade e o medo são nítidos para todos os envolvidos, que pena. Amizades idem. Reflexo desse comportamento sem um rumo, sem as pessoas realmente entenderem quem elas são e daí sim, partirem para encontrar o que julgam ser seu par ideal, ou pelo menos, o contexto aceitável para se estabelecer um relacionamento.
O que não percebemos, é que o melhor dos encontros está há um olhar de distância: com você mesmo.
Sejamos felizes e completos sem dependência alheia. Agora!
“Em algum momento do seu estudo de si mesmo, você é levado a compreender o poder da escolha. Quando esse poder está a serviço do eu inferior, sua força de vontade é usada para alimentar vícios e maus hábitos. E muitas vezes você se coloca na posição de vítima, como se não pudesse fazer diferente. Nesse ponto se faz necessário iluminar a virtude da auto responsabilidade para compreender que você está onde se coloca. A partir daí, você começa a compreender as estratégias do eu inferior. Ele precisa da sua energia para continuar vivendo, então ele faz de tudo para mantê-lo preso ao sofrimento, pois é de sofrimento que ele se alimenta.”
Sri Prem Baba
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