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Renato Martins


Relações Públicas, Publicitário, Mestre e Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUCSP. Pesquisador e Professor de Graduação e Pós da Universidade Estadual de Londrina. Consultor nas áreas de Marketing, Comunicação Mercadológica, Relações Públicas e Propaganda. Avaliador do MEC/INEP, Institucional, de EAD e de cursos. Pós-doutor pela USP com Pesquisa em Comunicação Mercadológica Internacional.

Comunicação Organizacional exige um profissional mestiço

              Publicado em 19/01/2010

Já dizia Paulo Nassar que o comunicador empresarial antenado é mestiço e faz comunicação junto com os sociólogos, filósofos, psicólogos, arquitetos e engenheiros nesse tempo de inclusão.

Inicio minha participação neste espaço Aberje citando o Paulo por que tenho aprendido muito suas idéias. No meu ponto de vista o termo “mestiçagem” é uma feliz associação que visa traduzir o princípio de que é necessário ter a capacidade de transitar por diferentes áreas, articular uma multiplicidade de conhecimentos, abandonar as posturas tradicionais e fixas. Os profissionais de comunicação devem colocar em diálogo aspectos históricos, questões antropológicas, percepções culturais e diferentes formas de expressão, folclores regionais, literatura, pesquisa musical e computação gráfica.

Para lidar com tão diversificado campo de questões, o profissional moderno terá que adotar uma “atitude de trânsito” não conhecida por seus colegas de outros tempos. Abordar os problemas econômicos e sociais e propor soluções com participação de todos, apresentar argumentos racionais além dos emocionais para transformar o consumo em algo mais consciente, oferecer informações técnicas sobre as características de um determinado produto, abrir democráticos canais de comunicação que permitam ao cliente a participação nas decisões de cunho sócio-ambiental, fundamentando na ética e na responsabilidade.

A ação dessa atitude de flexibilidade pressupõe capacidade de transitar por campos diferentes, realizar misturas, tomar parte em situações divergentes, conflitivas, híbridas, dispor de um ânimo diversificado, entrar em todos os lugares, falar de diferentes maneiras, dar acolhida ao que antes eventualmente rejeitava. Em suma, tornar mestiço é “misturar o sangue”.

O termo mestiçagem é uma metáfora que pode auxiliar na compreensão do sentido de ter capacidade de transitar por espaços e conceitos diversificados, contrastantes, divergentes. Profissionais de marketing, de comunicação e de relações públicas devem ter capacidades intelectuais múltiplas, com seu conhecimento baseado em experiências além da comunicação, fundamentados na ética e nos conhecimentos das ciências sociais, da administração, da psicologia, da antropologia, história e filosofia. Assim, o profissional transita por todas as áreas e situações de uma organização. “Atitude de mestiçagem” significa o profissional estar apto a aplicar as várias ferramentas administrativas e comunicacionais com os conceitos e conhecimentos da sua área.

Estudantes de comunicação e de marketing necessitam de conhecimento e cultura mestiça, advindos das mais variadas fontes e apropriadas a cada tipo de problema a resolver. Profissionais comunicadores devem ter equipes intelectualmente mestiças, com conhecimento e experiências além da comunicação, com ética e conhecimentos nas outras ciências.

Atitude de mestiçagem significa estar apto a aplicar as ferramentas da comunicação e os conhecimentos da sua área de atuação e das outras que a complementam - transformar a natureza e a cultura da organização. O comunicador mestiço sabe trabalhar com a interdisciplinaridade e utilizar esses conhecimentos a favor de um mundo melhor e mais justo.

Defendo a idéia de que o profissional de comunicação e de marketing deve ser, antes de tudo, mestiço e saber lidar com uma nova forma de linguagem, uma “terceira linguagem”, onde não se exclui a necessária visão institucional da comunicação, mas também se eleva a condição mercadológica da organização. Mas isso é assunto para a próxima coluna. Até lá.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 7383

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