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COLUNAS


Rozália Del Gáudio
rozalia.delgaudio@uol.com.br

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne (2004), onde também obteve o Master em Sociologia e Antropologia (2001);  mestre em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2000), graduada em Comunicação Social, opção Jornalismo, também pela UFMG (1993). Certificada em Gestão da Reputação pelo Reputation Institute (2012). Atua em Comunicação Empresarial desde 1993, tendo trabalhado em empresas como Alcan (atual Novelis), Acesita (atual Aperam), Vale e Grupo Votorantim. Atualmente é gerente de Comunicação Corporativa da C&A no Brasil e professora no MBA de Gestão da Comunicação da ABERJE/ESEG. 

Redes sociais: o fim da página em branco e do silêncio?

              Publicado em 15/12/2009

É comum todo escritor sentir um certo calafrio diante de uma página (ou tela) em branco. Por onde começar? Como estruturar as idéias? Como achar o ponto certo entre a descrição dos detalhes e o encadeamento da narrativa?

Eu me vi um pouco nesta situação, ao pensar sobre o que escrever este mês aqui no site da Aberje. Resolvi pesquisar o que nossos colegas andavam publicando, o que havia de comentários no meu primeiro texto e, navegando entre uma página e outra, fiquei pensando no poder da tecnologia por trás da internet, que permite conectar pessoas, idéias e expressões. No poder das palavras que, uma vez na rede, podem ser comentadas, criticadas, complementadas, endossadas tanto por pessoas do nosso círculo de relacionamento quanto por completos desconhecidos.

Comecei a imaginar qual seria a reação de Gutemberg se soubesse, ao inventar a prensa gráfica no século XV, que difundir idéias, conhecimento ou simplesmente curiosidades no século XXI estaria ao alcance de qualquer cidadão com acesso ao computador. Do século XV vim para o início do século XX e pensei  naqueles gestores que costumavam dizer “nada a declarar” diante de perguntas incômodas.  E, bingo!, achei o tema de minha coluna.

É inegável a transformação trazida pela internet para a difusão das informações. E também, a velocidade com que as pessoas se habituam ao uso das redes sociais na chamada Web 2.0. Flávio Paes, diretor da agência Nuova, mostrou-me há poucos dias uma estatística interessante: enquanto o rádio levou 38 anos para alcancar 50 milhões de usuários, o site de relacionamento Facebook precisou de apenas nove meses para ter 100 milhões de pessoas cadastradas.

Toda essa velocidade e troca de informações têm transformado a sociedade e as formas tradicionais de relacionamento – tanto entre pessoas quanto entre pessoas e empresas. Isso é fato, e sem juízo de valor.

Para as empresas e, especialmente para as suas estratégias de comunicação, as redes sociais se configuram como um grande desafio. A publicidade já não é mais o único meio de se falar de produtos ou trabalhar a imagem institucional. Uma informação tem chances de se tornar pública em pouquíssimo tempo. E os empregados têm à sua disposicao vários canais de expressão individual ou coletiva que extrapolam os muros da organização.

Transformar esse desafio em oportunidades de geração de relacionamentos e de construção de marca é, na minha opinião, uma grande revolução para a comunicação empresarial. E na sua?


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