Uma experiência diferente em comunicação interna
Na última semana recebi uma estudante de comunicação, que me pediu uma entrevista para sua tese de mestrado sobre programas de comunicação interna nas empresas.
Falamos por uma hora sobre a grande mudança que houve nessa área nos últimos tempos, causada pela web e pelas mídias sociais; falamos sobre as diversas formas de engajamento dos colaboradores, mas, principalmente, falamos que a comunicação interna está passando por uma crise de identidade e de credibilidade. Sim, credibilidade, visto que as pessoas tendem a olhar com certa desconfiança para o que a empresa insere em suas comunicações formais, avaliadas normalmente como ou chapa-branca.
Uma pesquisa realizada nos EUA, Inglaterra e Canadá pelo IABC (International Association of Business Comunicators) com cerca de 15 mil funcionários de mais de 70 empresas , revela que os colaboradores valorizam a comunicação face a face acima de qualquer outro canal, principalmente quando ela parte de seu próprio superior. Esta pesquisa aponta que nos Estados Unidos, por exemplo, 92% das pessoas considera seu chefe imediato como principal fonte de informações sobre a empresa. Em segundo lugar, vêm os membros da direção da empresa, com 51% das menções. No Canadá, 88% dos trabalhadores indica seu chefe imediato e 55% citam também a cúpula da empresa; já na Inglaterra, as porcentagens são de 90% e 46%, respectivamente. Indagados sobre como preferem receber as informações da empresa, ou seja, quais seus canais prediletos, 74% dos norte-americanos cita em primeiro lugar a comunicação interpessoal, enquanto apenas 40% citam os meios impressos. Entre os canadenses, 65% indicam a comunicação face a face; Os meios impressos ficam em segundo lugar, com 36% de citações. Na Inglaterra, 72% preferem a comunicação direta e pessoal; os meios impressos ficaram em segundo lugar, com 36% das citações.
Na continuidade da entrevista, a estudante me fez um questionamento inusitado: perguntou se temos, na Tetra Pak, algum programa de comunicação interna que seja realmente diferenciado, com efetividade comprovada no engajamento dos colaboradores. Foi nesse momento que tive a oportunidade de contar a ela um programa que estamos desenvolvendo, chamado ‘LiVE Tetra Pak’, ou seja ‘Viver Tetra Pak’, que vale dividir nessa coluna também. O programa extrapola de forma inventiva a comunicação face a face, trazendo novos elementos, ferramentas e muita interatividade.
O ‘LIVE Tetra Pak’ é um programa presencial que envolve os 20 mil colaboradores da empresa globalmente e está sendo aplicado no mesmo formato em mais de 150 países. A equipe que aplica o programa é formada por funcionários voluntários, que receberam treinamento específico para conduzir a experiência em seus países. No Brasil, já fizemos mais de 15 sessões e nosso desafio até o fim do ano é atingir 100% dos nossos mais de 1.500 colaboradores das fábricas e escritórios.
Com uma dinâmica de grupo totalmente inovadora, as sessões do LIVE Tetra Pak têm duração de 4 horas. Embora pareça longo, o programa é extremamente interativo, e todos os participantes são enfáticos em destacar que não percebem o tempo passar. O programa tem vídeos com produção caprichada, jogos, trabalhos criativos e discussões em equipe que repassam, de forma lúdica e absolutamente didática, a estratégia da empresa, seus valores e a importância da marca como diferencial competitivo. Para se ter uma idéia, a dinâmica que fala da força das marcas possui um ‘leilão’ – de verdade – em que peças sem marca e com marca são leiloadas. As peças são exatamente iguais e têm as mesas funções, tendo como único diferencial sua marca. É claro que as peças de marcas consagradas conseguem preços bem maiores... Existe forma mais simples e divertida de demonstrar o poder de uma marca forte?
Além disso, o programa contempla uma entrevista ao vivo com o presidente da empresa, que permite ao colaborador fazer perguntas, interagir e compreender ainda melhor as decisões e diretrizes que a empresa está seguindo. As dinâmicas mais ‘leves’ e mais ‘estratégicas’ vão se revezando e são alinhadas, permitindo que a idéia a ser passada seja absorvida, entendida e reforçada.
Como toda experiência diferente e totalmente inovadora, o LIVE Tetra Pak nos deixou com muitas dúvidas antes do início das sessões no Brasil. O principal questionamento era a real efetividade do programa, ou seja, se ele realmente teria o entendimento e o engajamento de todos os níveis de colaboradores. Acreditávamos, por exemplo, que alguns assuntos abordados, pelo seu aspecto estratégico, talvez não interessassem à equipe das fábricas.
O resultado, no entanto, foi acima de nossas expectativas: ficamos positivamente surpreendidos. A participação nas discussões é total. Os comentários, altamente pertinentes. O entusiasmo e a alegria por participar, visíveis. E, mais importante, o entendimento da estratégia e dos valores da empresa é completo. Este resultado está sendo comprovado por meio de uma pesquisa de opinião preenchida logo após o evento, com a qual conseguimos concluir a efetividade do programa. Além disso, os feedbacks recebidos pelos colaboradores, durante e após a ‘experiência’ do LIVE Tetra Pak, comprovam a qualidade das informações e do projeto em si.
Eu mesma tive a oportunidade de conduzir essa experiência por quatro sessões. Uma delas foi para o turno da noite em nossa fábrica de Ponta Grossa, que se iniciou às 11 horas da noite e terminou às 3 da manhã. Para mim, foi uma experiência única! E, para os colaboradores que já passaram pelo LIVE Tetra Pak, essa é uma forma transparente, lúdica e leve de dividir e ir à fundo nas questões mais íntimas da empresa.
Caso tenha interesse em conhecer um pouco mais sobre o programa, acesse o site da empresa Simply Experience, consultora da área de Comunicação da Tetra Pak para o projeto em todo o mundo: http://www.simply-experience.com/
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