Busca avançada                              |                                                        |                            linguagem PT EN                      |     cadastre-se  

Itaú

HOME >> ACERVO ON-LINE >> COLUNAS >> COLUNISTAS >> Ivone de Lourdes Oliveira
COLUNAS


Ivone de Lourdes Oliveira
ivone@pucminas.br

*Colaboração do Grupo de Pesquisa: “Comunicação no contexto organizacional: aspectos teóricos e conceituais”, CNPq/PUC Minas.

Doutora em Comunicação e Cultura (UFRJ) e pós-Doutora em Comunicação pela Université de Toulose III. Diretora e professora do mestrado da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas. Vice-diretora da Abrapcorp. Coautora do livro “O que é comunicação estratégica nas organizações?” e coorganizadora dos livros “Interfaces e tendências da comunicação no contexto organizacional”, “Propostas conceituais para a comunicação no contexto organizacional”, “Redes sociais, Comunicação, Organizações” e “Comunicação, Discurso, Organizações”. Personalidade do ano no Prêmio ABERJE 2006 em Comunicação Empresarial - Regional MG.



 

As organizações e o contexto contemporâneo

              Publicado em 19/11/2009

Organizações são fenômenos sociais complexos e dinâmicos, de cuja existência todos nós dependemos – direta ou indiretamente – em nossa vida cotidiana. Dependemos de organizações na medida em que as mesmas se constituem, a partir das relações de trabalho, como fontes de renda. Dependemos das organizações, também, porque são elas que nos oferecem desde os insumos mais básicos para nossa sobrevivência, até produtos, serviços e ideias que alimentam sonhos e que nos conferem identidade própria.

Tais assertivas – analisadas no contexto de surgimento das organizações industriais e capitalistas e de seu notável desenvolvimento ao longo do século XX, bem como no contexto das relações tradicionalmente cultivadas entre organizações públicas e cidadãos – parecem inquestionáveis. Entretanto, se as tomamos como válidas para o contexto em que nos inserimos contemporaneamente, notamos que uma lacuna importante resta a ser preenchida. Observa-se que na verdade não só os indivíduos e a sociedade dependem das organizações, mas que, numa relação proporcional e direta, também as organizações deles dependem.

As organizações surgem, afinal, de vontades, como expressão de intenções comuns, partilhadas por pessoas que, de maneira deliberada, escolhem participar da consecução de determinados objetivos, sejam eles particulares ou coletivos. E não importa de que lado estejam essas pessoas. Elas podem ser proprietárias de uma organização, podem ser eleitas para liderar uma organização, podem ser pagas para exercer uma atividade em uma organização ou mesmo podem contribuir para sua perpetuação na medida em que consomem os produtos fabricados por uma organização. De qualquer modo, é a inserção das pessoas em papeis sociais, conectados uns aos outros, que mantêm vivas as organizações. Essas conexões, por sua vez, se dão a partir da comunicação. A comunicação é o elo que reforça as relações estabelecidas no interior das organizações e entre estas e seus ambientes externos.

Interessante é analisar como o comportamento das organizações no contexto contemporâneo reflete suas formas de comunicação com o mundo. Isto é, a comunicação pode ser vista como um termômetro das relações empreendidas entre organização e a sociedade. Se são concebidas e mantidas por uma organização comunicações unidirecionais e instrumentais, isto significa, provavelmente, que a mesma ainda enxerga seus meios sociais (interno ou externo), como dependentes de suas decisões e ações. Por outro lado, se as organizações cultivam e valorizam comunicações fluidas, dinâmicas, multidirecionais e participativas, percebe-se então uma visão diferenciada do significado das organizações e de suas relações de interdependência com a sociedade e seus mais diversos grupos. Tem-se aí uma abertura para o contexto histórico que vivemos – complexo e policêntrico –, em que a tônica não mais se localiza na capacidade de controle de uma organização sobre seus ambientes, por meio de uma comunicação verticalizada e unilateral. A organização,no contexto contemporâneo, se sobressai quando incorpora em sua política uma comunicação condizente com a percepção de que a sociedade e seus indivíduos são co-participantes e co-autores de sua própria trajetória.

Ana Thereza Nogueira Soares

Membro do Grupo de Pesquisa “Comunicação no contexto organizacional: aspectos teórico-conceituais (CNPq/PUC Minas). Doutoranda em Sociologia e Antropologia do IFCS/UFRJ, mestre em Sociologia (UFMG) e bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas (PUC Minas). Professora da PUC Minas. Co-organizadora do livro “Interfaces e Tendências da Comunicação no Contexto das Organizações”.

email: anatsoares@gmail.com

Ao receber o convite da Aberje para assumir mensalmente esta coluna no seu site, propus a ampliação de participação com os meus colegas do Grupo de Pesquisa, “Comunicação no contexto organizacional: aspectos teóricos conceituais”, PUC-Minas/CNPq. O diálogo aberto permite a troca  reflexões  e estabelecer um vínculo mais próximo com o mundo profissional..   Vamos trazer mensalmente assuntos relacionados a comunicação no contexto organizacional, e desejamos receber opiniões de nossos leitores.

Ivone de Lourdes Oliveira


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 3914

O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996

Sobre a Aberje   |   Cursos   |   Eventos   |   Comitês   |   Prêmio   |   Associe-se    |   Diretoria   |    Fale conosco

Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090