Há poucos dias, a imprensa brasileira divulgou o aniversário de 23 anos da Guerra do Golfo. Esse foi o primeiro conflito transmitido ao vivo por uma rede de televisão. As imagens, que ilustravam as matérias conduzidas pelo neozelandês Peter Arnett, lendário correspondente da CNN, ajudaram a nomear o combate como “Guerra do Vídeo Game”. Arnett já era um veterano jornalista de guerra e acabou ganhando fama global ao divulgar ao vivo as imagens dos bombardeios norte-americanos na capital iraquiana. O feito só foi possível porque a CNN era a única a possuir, na época, a tecnologia de telefone por satélite.
De janeiro de 1991 vamos para janeiro de 2009. Um avião da companhia US Airways, após problema na decolagem, fez pouso de emergência no rio Hudson, em New York. Todos os 155 passageiros foram resgatados sãos e salvos, graças à habilidade do piloto e equipe de bordo. Menos de 10 minutos após o ocorrido, as imagens do avião pousado nas águas frias do rio percorriam o mundo, capturadas por celulares e transmitidas por cidadãos comuns, gente como eu ou você.
Dezoito anos separam esses dois fatos. Mas, se pensarmos nas mudanças que elas representam para a comunicação e, especialmente para a gestão de crises, parece muito mais tempo. Afinal, se antes a transmissão simultânea dependia de pesados investimentos e infraestrutura, hoje está (ainda mais) ao alcance da mão – basta ter um telefone celular dotado de uma câmera e capaz de enviar dados.
Dessa maneira, equipes envolvidas com gestão de crises precisam manter monitoramento on time, real time, full time. Necessitam, ainda, desenvolver procedimentos simples, claros e que estejam disseminados por toda a organização. Como hoje consumimos, produzimos e disseminamos informação quase que com a mesma velocidade, o monitoramento dos públicos, de temas de interesse e do dia a dia das organizações ganhou uma dimensão de extrema importância para quem atua em comunicação.
Mais do que nunca, é tempo de estar atento e saber ouvir os diferentes interlocutores, conhecer profundamente o negócio (e suas forças/fraquezas, oportunidades/ameaças), e ter agilidade nas respostas. E, somado a isso tudo, muita serenidade. Tempo de desafios. Tempo de oportunidades. Ou como diz um amigo: “tem gente que chora, tem gente que vende lenço”.
Os textos que publico neste espaço não podem ser compreendidos como posicionamento da C&A a respeito.