Domine Seus Pensamentos
É muito comum as pessoas se sentirem inseguras no momento em que recebem um convite – às vezes uma incumbência – para falar a um grupo de pessoas. E quanto maior o grupo, proporcionalmente cresce o nível de tensão.
São várias as preocupações. Em mais de 25 anos de trabalho treinando pessoas para se apresentar no rádio, na televisão e em palcos como palestrantes, ouço muito: “Tenho pavor de me dar ‘branco”, “Fico com receio do que as outras pessoas vão achar de mim”, “Não sei o que faço com as mãos” e por aí vai. São preocupações naturais que podem e devem ser eliminadas através de treinamento. Mas por onde começar a treinar? Pelos seus pensamentos, sem dúvida.
Veja que quando você se preocupa com o que os outros vão pensar a seu respeito está alimentando algo que pode comprometer o sucesso de qualquer processo de comunicação, sob vários aspectos. Um deles diz respeito ao fato de que toda preocupação tende a crescer muito rapidamente se não nos dermos conta dela, tornando-se fator dominante em nossa mente. E toda preocupação se origina do que chamo de “contraste”, ou seja, ela gera imagens mentais opostas a tudo o que você se propõe a alcançar, projeta o seu fracasso imaginário. Ela é uma energia que criada por você mesmo e que pode desequilibrá-lo emocionalmente, sabotar seus objetivos aos poucos. Essa é a base de toda preocupação.
Enganam-se – consciente ou inconscientemente – aqueles que a justificam como algo que denota responsabilidade quanto aos seus compromissos. Quando temos muitos afazeres e obrigações, é certo que devemos nos dedicar a eles, claro. Como quem tem consciência do que deve ser feito. Isso é necessário. Porém, temos de nos concentrar em nossos objetivos com firmeza e isso não deve ser chamado de preocupação, mas foco. Deixar que foco se transforme em preocupação é, de certa forma, irresponsabilidade, pois põe em risco o resultado que é preciso ser alcançado. Substitua a preocupação pela concentração. Uma é o oposto da outra. Concentrados, potencializamos nossas capacidades e buscamos em nós mesmos, no universo, tudo aquilo de que precisamos para chegar onde queremos, criamos uma visão interior do objetivo cumprido e nada mais. Se assim estiver definido dentro de você, assim será.
Pense comigo, se há algo no mundo que ninguém, além de você mesmo, pode controlar, são seus próprios pensamentos. Você é livre para pensar o que quiser. Sendo assim, porque não pensar o melhor para você? Porque não imaginar que as pessoas vão aprovar sua apresentação, se emocionar com suas histórias, tirar o máximo proveito de todos os conhecimentos que você organizou para levar até elas? Penso que agir assim seja uma decisão sábia. Reforçar pensamentos dessa natureza o fará sentir-se mais relaxado, mais consciente de seu papel e, claro, seguro o bastante para transmitir credibilidade ao público que lhe acompanha. Adianto, que, ainda que lhe pareça difícil, treine seus pensamentos para que eles trabalhem em seu benefício. Apague hábitos perniciosos ao seu crescimento e comece agora.
Outro ponto fundamental é o nosso público que fica de fora nos assistindo enquanto estamos muito ocupados conosco em nosso diálogo interno. Não devemos nos dividir com outros assuntos que não sejam pertinentes ao tema sobre o qual falamos e, diga-se de passagem, nossas preocupações particulares não dizem respeito a nossa audiência. Não levar isso em conta é desrespeitar todas aquelas pessoas que estão diante de você para ouvir algo esclarecedor e nada além disso. Preocupações excessivas da parte de quem comunica algo tornam o desenvolvimento do tema “amarrado”, desagradável e confuso, sem conseguir despertar o mínimo grau de interesse por parte da audiência. Esse estado emocional vai se agravando a medida que nos damos conta desse quadro, e revertê-lo se torna cada vez mais difícil, sobretudo quando não se tem conhecimento do processo.
A explicação é bastante simples. Não devemos nos dividir enquanto transmitimos algo, pois isso faz com que uma parte importante de nossa atenção – muitas vezes a maior parte dela – fique dedicada a fatores irrelevantes à nossa apresentação. Isso faz com que processo tenha um resultado insatisfatório para o púbico.
A partir de agora passe a apresentar palestras, programas de TV, de rádio ou o que for, aí mesmo na sua casa. Defina um tema, estude-o, crie um modelo de apresentação e faça seu trabalho. Você pode falar em voz alta, ou até em pensamento. Sim, na imaginação. Crie situações mentais mais próximas do real possível. Enfrente-as, vivencie-as emocionalmente, protagonize cada uma delas visualizando seu sucesso com a maior riqueza de detalhes que puder. Fazendo esse exercício constantemente você estará amadurecendo seu equilíbrio emocional e construindo o comunicador que deseja ser.
Caso você já tenha enfrentado uma situação dessas antes sem o êxito esperado, entenda que isso é passado e não tem poder algum sobre sua vida hoje. Comece já a mudar essa história.
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