O poder de síntese
Sou apaixonada por histórias e uma assídua frequentadora das salas de cinema. Adoro quando sou surpreendida por uma boa narrativa, que me faz refletir, entender ou aprender algo novo, que me mostra um outro ponto de vista e, assim, expande minha visão de mundo.
Às vezes quero entrar na sala sem a menor ideia da história que me será contada. Outras vezes, contudo, quero sim ter uma ideia prévia do filme. E é para isso que deveriam servir as sinopses, não? Esses dias me deparei com uma sinopse abaixo da crítica de um filme que se mostrou espetacular. E fiquei me perguntando se existe um “autor” de sinopses na indústria cinematográfica. Ora, se o Twittter nos provou que é possível contar uma história em 140 caracteres, o poder de síntese também se aplica no caso das sinopses de filmes.
O filme em questão era “Um senhor estagiário”. E a sinopse dizia: “Dona de um blog de moda de sucesso faz amizade com empregado mais velho...” Não fosse pelo Roberto De Niro e a Anne Hathaway como protagonistas, eu teria desistido. Mas, acreditando que ambos têm uma reputação a zelar e não fariam um papelão num filme ruim, comprei o ingresso.
E me surpreendi com a capacidade do roteirista e do diretor de contarem uma história tão contemporânea, juntando três realidades distintas e ainda pouco descortinadas no universo corporativo: o vazio existencial de um ex-executivo de 70 anos, o caos gerencial de uma startup de sucesso que superou todas as expectativas de crescimento e a crise da inversão de papéis domésticos, quando a carreira da mulher deslancha e o marido abre mão da sua própria carreira para cuidar da casa e dos filhos. Longe da sua realidade? Nem tanto...
Robert De Niro encarna o ex-executivo, aposentado, viúvo, que acaba de fazer 70 anos, cheio de energia, vitalidade e experiência, que quer arrumar um emprego para voltar a se sentir útil.
Anne Hathaway é a fundadora da startup de moda on-line que cresceu muito além das expectativas e precisa correr atrás dos processos e gestão adequados ao seu novo estágio de negócio. Simultaneamente, ela vive uma crise no casamento em função da renúncia que seu marido fez à sua própria carreira como diretor bem-sucedido de marketing, para que ela pudesse brilhar, liderando sua empresa.
Muitos dramas bem costurados num só. Um chacoalhão nos nossos conceitos de vida útil corporativa, dos gargalos associados ao empreendedorismo e, em especial, dos estereótipos dos papéis masculinos e femininos na nossa sociedade.
Uma bela história que merecia uma sinopse à altura. Se você ainda não assistiu, eu recomendo! Ela retrata uma realidade que está batendo à nossa porta. Pense nisso.
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