O presidente e o operário
Luiz André Rico Vicente ainda presidia a Gerdau Açominas. Um dia o executivo aguardava por atendimento na sala de espera do hospital conveniado, em Ouro Branco, quando foi abordado por um empregado da companhia, dizendo que gostaria de apresentá-lo à esposa. “Minha mulher quer agradecer ao senhor por tudo de bom que a empresa tem feito por nossa família”, explicou operário, enquanto aguardava a companheira terminar a consulta.
O homem e sua família tinham bons motivos para externar sua gratidão. Segundo ele, a Açominas lhe garantira a chance de cursar o primeiro e o segundo graus e ainda conquistar o diploma de técnico de manutenção elétrica. Visivelmente alegre, contou que o padrão de vida da família melhorara muito depois que ele se qualificara profissionalmente e ressaltou: “Crescemos também como seres humanos. Agora posso ajudar meus filhos nos deveres de casa e minha companheira voltou a estudar. Ela quer fazer uma faculdade”, confidenciou.
Luiz André ficou emocionado e, meio sem saber o que dizer na hora, puxou conversa com o operador de manutenção para entender melhor sua história. O que o presidente ouviu foi gratificante. Bem informado, o colaborador discorreu com propriedade a respeito dos programas mais importantes da companhia – entre eles os de qualidade total, segurança do trabalho, meio ambiente e de manutenção autônoma –, além de falar com autoridade sobre o plano de Gestão da Estratégia - com base no Balance Scorecard (BSC) da Açominas.
Surpreso, Luiz André quis saber se o empregado adquirira aqueles conhecimentos nos cursos e nos treinamentos que fizera. Sem relevar a importância dos treinamentos, ele explicou para o presidente que o que fez a diferença no seu caso foi o que aprendera com as matérias do Jornal da Açominas, acompanhando semanalmente a TV Açominas, os Murais e a Intranet. “Não perco nada do que sai publicado nos Cadernos Especiais do JA”, disse.
Mais descontraído, o operador de manutenção contou também participava de todas as palestras que Luiz André, diretores e chefes da companhia faziam periodicamente para explicar aos empregados os desafios que a empresa teria que superar a fim de garantir espaço no mercado siderúrgico mundial. Contou que assistia às peças de teatro sobre segurança do trabalho e saúde, acompanhava os eventos sobre educação e meio ambiente e que participava ativamente de todas as reuniões de chefia e dos grupos de trabalho para solução de problemas de sua área.
O episódio vivido por Rico Vicente é emblemático para refletirmos sobre o papel da Comunicação Social na melhoria da capacidade gerencial das empresas. Ele mostra que o uso estratégico da ferramenta para envolver e motivar colaboradores nos projetos corporativos é essencial. Sobretudo em ações que exigem mudanças radicais de comportamento das equipes para absorver as constantes inovações tecnológicas, gerenciais, operacionais e de produtos – características do mundo cada vez mais competitivo, complexo e crítico em que vivemos.
A chave do sucesso do trabalho de Luiz André Rico Vicente foi perceber que o novo ambiente dos negócios desafia os executivos a valorizarem a comunicação social para aprimorar o bom relacionamento com os públicos que interagem com a empresa. Como? Por meio de estratégias bem definidas para o público interno, entendendo-o como integrado pelos empregados (diretos e de terceiros), seus familiares e a comunidade do entorno da empresa. E para os clientes, os fornecedores, os investidores, os formadores de opinião, os acionistas, os poderes constituídos e a sociedade organizada.
Ressalte-se, porém que, que a comunicação tem que expressar a verdade para ser bem sucedida. Falar da estratégia empresarial implica explicar com clareza a missão, a visão e os objetivos da empresa. Com alma, olhando nos olhos das pessoas e dialogando com elas. É a comunicação face-a-face. Os rumos da companhia e suas estratégias para atingi-los devem estar retratados nos veículos de comunicação – sejam eles jornais, programas de TV, murais, intranet, peças de teatro, campanhas publicitárias.
É sempre bom lembrar ainda que a comunicação é tarefa de todos os integrantes da empresa, mas principalmente de suas lideranças. O que significa que elas têm que ser treinadas para aprender o uso correto das linguagens que utilizarão – respeitando sempre a cultura e os repertórios dos interlocutores – para estabelecer as pontes de relacionamento com os seus públicos. Como pontes são caminhos de ida e de volta, o sucesso da comunicação está também na escuta. Em outras palavras, implica ouvir o que o outro tem a dizer e procurar saber se o interlocutor entendeu corretamente a informação (ou conceito) que lhe foi passada.
O episódio vivido por Rico Vicente apresentado no início do texto é paradigmático. Trata-se de uma prova concreta de como a comunicação que promove o diálogo, possibilita o entendimento e respeita as pessoas é o melhor caminho para atingir o que todo executivo deve ter como objetivo: o sucesso do negócio e a plena satisfação das pessoas no seu entorno. É uma boa maneira de contribuir para tornar o mundo um lugar melhor para se viver.
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