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COLUNAS


Pollyana Ferrari


Pollyana Ferrari é escritora e pesquisadora em Comunicação Digital. Professora de hipermídia e narrativas transmídias nos cursos Comunicação e Multimeios, Jornalismo e na Pós-Graduação Strictu Sensu de Tecnologias da Inteligência e Design Digital (TIDD), todos ligados à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Autora dos livros “Jornalismo Digital”, ”Hipertexto, Hipermídia”, “A força da mídia social” e “No tempo das telas”. E instrutora da Aberje desde 2001. 

Reconfigurando a Comunicação: nem 8, nem 80

              Publicado em 28/11/2013
O meu novo livro No tempo das telas: reconfigurando a comunicação fala da nossa relação diária com as telas, sejam de celulares, laptops, tablets. E como o uso de aplicativos como Skype, WhatsApp, Facebook, Instagram e milhares de APPs  vem mudando a forma das pessoas se comunicarem e por consequência a Comunicação, que acaba vindo a reboque. 
 
Nos últimos dois anos pesquisei a passagem do livro impresso para o digital, a chegada dos tablets e o impacto desses aplicativos na narrativa do livro. O resultado rendeu um Web documentário chamado Transcrever e a partir dele tive a ideia de escrever esse livro sobre nossas relações com as telas.
 
No processo de escritura do livro, convidei o professor e pesquisador Fabio Fernandes, que participou do Transcrever, para escrever comigo. Resolvemos propor um Thriller científico, com oito personagens ficcionais que vivenciam experiências reais do nosso dia a dia conectado. “Quando fui convidado pela Pollyana, o que foi um prazer e uma honra, pensei logo num livro do Bruno Latour chamado Aramis, ou, L'amour des techniques, que é uma espécie de mistura de fato e ficção científica. A partir daí e de uma série de conversas com Pollyana, começamos a desenvolver os personagens e suas inter-relações, que acabaram se tornando uma espécie de rizoma deleuziano, mas sem o peso didático, ao menos nessa parte. São cenas baseadas em fatos reais, em coisas que aconteceram em parte com nós mesmos ou amigos, amigos de amigos, pedaços de diálogos entreouvidos na rua, enfim, o mundo como ele é hoje”, diz Fabio Fernandes. 
 
Vivendo sem o Google
 
Em março tive minha conta do Gmail invadida e como usava o recurso de checagem de senhas por sms, fui alterar no Google Play e a operadora TIM demorou tanto com seu 3G, que o Google cancelou o envio achando que não era eu. Enfim, travou o Gmail que não aceitava trocar de senha. Travou por consequência meu YouTube, Facebook, que usavam a mesma senha do Gmail (apesar de saber que é melhor ter uma senha para cada aplicativo), travou o Instagram, o Google Chrome. Daí bateu pânico mesmo, todas as minhas aulas estavam no Google Docs, meus 70 marcadores do Gmail controlavam a agenda de todos os contatos do celular. Meu e-mail corporativo era redirecionado para o Gmail. Enfim, me senti nua. 
 
Não sabia mais usar o velho webmail da Locaweb – fiquei chocada com a falta de recursos da plataforma, parecia um webmail do Fred Flintstone, personagem do desenho animado Os Flintstones, grande criação do estúdio Hanna-Barbera e que faz parte da minha infância. Tive que navegar com o Ice Dragon, uma versão mutante do Firefox, pois me recuso a usar o Internet Explorer. Do mesmo modo que jamais trafego pela avenida Rebouças, em São Paulo, jamais uso o Internet Explorer. São juras para toda a vida. 
 
Em uma semana de caos, o Youtube deu lugar ao Vimeo, plataforma criada por cineastas que recebe em média 16 mil novos vídeos por dia, enfim, deu trabalho, pois estava no meio da escrita deste livro, até parecia prova dos céus, pois estou escrevendo sobre nossa relação (boa ou ruim) com as telas e perco o chão, ou melhor, meu acesso à família de produtos Google. 
 
O slogan de Pollyanna, a garota que faz o jogo do contente, está presente em mim. Aliás, grande presente minha mãe ter me dado este nome. No meio do aperto, lembro da garotinha ruiva e sardenta de Pollyanna e tiro algo bom da estória. Neste caso, deixei de ser preguiçosa e voltei a fazer backup em várias plataformas. Hoje guardo cópias em outros e-mails, discos virtuais e parei de ser refém do Google. 
 
Foi também o start de um capítulo do livro sobre detox digital, ou seja, nem lá, nem cá. Use tudo com moderação e mantenha sua agenda de papel para momentos de tsunami computacional como quando você perde seu acesso Google. Tem gente que o filho nem nasceu, mas já está escrevendo no Twitter em nome do pimpolho. Nada mais chato do que um web chato. 
 
Abaixo algumas dicas detox:
 
  • Use e abuse das ferramentas de privacidade, elas não são 100% seguras, mas ajudam principalmente a organizar sua timeline e evitar se expor demais;
  • Experimente desabilitar as notificações do celular – você entra quando quiser. Nada mais chato, por exemplo, do que o barulhinho do WhatsApp;
  • Delimite o tempo que deseja dedicar à rede, assim não se dispersa. Uma boa dica é de manhã; na hora do almoço e aquele respiro a noite, tipo momento Instagram. Mas jamais antes de dormir, pois o sono vai embora com os likes;
  • Se estiver na companhia de outras pessoas, desconecte-se. E conecte-se às pessoas. Procure sempre privilegiar o contato físico em detrimento do on-line;
  • Evite ser um amigo spam e encher a timeline dos seus amigos com bobagens;
  • Partilhe suas conquistas, mas não ostente. Os deslumbrados da rede são desagradáveis. Usam o Instagram, por exemplo, para postar tickets de embarque aéreo (de preferência para exterior), shows caros. Enfim, você não precisa passar um atestado de esnobe e deslumbrado;
  • Para comentários muito pessoais, combinar programas, passar endereços, use o inbox;
  • Dê mais abraços do que curtidas.  

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 3622

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