Busca avançada                              |                                                        |                            linguagem PT EN                      |     cadastre-se  

Itaú

HOME >> ACERVO ON-LINE >> COLUNAS >> COLUNISTAS >> Ricardo Sales
COLUNAS


Ricardo Sales
ricardodesales@gmail.com

Relações-públicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, tem especialização em Comunicação Institucional e atualmente cursa mestrado no programa de Ciências da Comunicação da ECA/USP, onde desenvolve pesquisa sobre cultura organizacional e gestão da diversidade no ambiente de trabalho. É consultor de comunicação e exerce atividades nas áreas de comunicação institucional, relacionamento com a imprensa e sustentabilidade.

 

Comunicação fora do armário

              Publicado em 01/07/2015

Junho é o mês do Orgulho LGBT. A escolha da data não foi aleatória e procura lembrar os acontecimentos de 1969, quando grupos se articularam para revidar os insultos e violência a que eram submetidos pela polícia de Nova York, nas proximidades do bar Stone Wall. Nascia ali a luta pelos direitos civis de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

Passados 46 anos, junho volta a ser simbólico, agora pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os estados americanos e também pelo posicionamento de várias marcas em favor da diversidade.

Assim que a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em favor da população LGBT foi anunciada, na manhã de sexta-feira (26), várias empresas americanas começaram a celebrar o fato em suas páginas nas redes sociais. O movimento foi crescendo, ganhou adesão do próprio Facebook, usuários passaram a colorir suas fotos com os tons do arco-íris e no fim do dia organizações brasileiras também já tinham se envolvido.

Entre nós, aliás, as conversas sobre diversidade na comunicação começaram até antes, na esteira das discussões sobre a campanha de dia dos namorados d´O Boticário, quando houve acirramento de tensões, disputa por likes no Youtube e ameaças de boicote à marca – seguidas de movimentos de incentivo do público LGBT e seus aliados.

O que se viu em junho de 2015, e que não encontra precedentes recentes, foi a adesão em peso de grandes marcas a uma conquista de direitos humanos. É claro que pode existir uma preocupação em transmitir modernidade ou aumentar as vendas. Também pode-se pensar num movimento de manada, motivado mais porque “está todo mundo fazendo e a gente não pode ficar de fora”.

Mas muitas organizações tomaram partido e qualquer recuo agora deve ser questionado pelos públicos. Os mais atentos, inclusive, podem cobrar coerência entre discurso e práticas, entre imagem e identidade.

Por exemplo, será que aquela empresa que postou no Facebook mensagem de apoio ao casamento gay patrocina programas internos de valorização da diversidade? O que os funcionários LGBT dessas organizações têm a dizer sobre seus ambientes de trabalho? São mesmo inclusivos, seguros e com oportunidades iguais para todos?

Tirar a comunicação do armário e celebrar a diversidade em posts nas redes sociais é um começo, ainda que tímido. O desafio é fazer com que o respeito às diferenças esteja no DNA das empresas e seja reflexo de uma cultura organizacional arejada e realmente receptiva às transformações da sociedade.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1260

O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996

Sobre a Aberje   |   Cursos   |   Eventos   |   Comitês   |   Prêmio   |   Associe-se    |   Diretoria   |    Fale conosco

Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090