Comunicação fora do armário
Junho é o mês do Orgulho LGBT. A escolha da data não foi aleatória e procura lembrar os acontecimentos de 1969, quando grupos se articularam para revidar os insultos e violência a que eram submetidos pela polícia de Nova York, nas proximidades do bar Stone Wall. Nascia ali a luta pelos direitos civis de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
Passados 46 anos, junho volta a ser simbólico, agora pela legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os estados americanos e também pelo posicionamento de várias marcas em favor da diversidade.
Assim que a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em favor da população LGBT foi anunciada, na manhã de sexta-feira (26), várias empresas americanas começaram a celebrar o fato em suas páginas nas redes sociais. O movimento foi crescendo, ganhou adesão do próprio Facebook, usuários passaram a colorir suas fotos com os tons do arco-íris e no fim do dia organizações brasileiras também já tinham se envolvido.
Entre nós, aliás, as conversas sobre diversidade na comunicação começaram até antes, na esteira das discussões sobre a campanha de dia dos namorados d´O Boticário, quando houve acirramento de tensões, disputa por likes no Youtube e ameaças de boicote à marca – seguidas de movimentos de incentivo do público LGBT e seus aliados.
O que se viu em junho de 2015, e que não encontra precedentes recentes, foi a adesão em peso de grandes marcas a uma conquista de direitos humanos. É claro que pode existir uma preocupação em transmitir modernidade ou aumentar as vendas. Também pode-se pensar num movimento de manada, motivado mais porque “está todo mundo fazendo e a gente não pode ficar de fora”.
Mas muitas organizações tomaram partido e qualquer recuo agora deve ser questionado pelos públicos. Os mais atentos, inclusive, podem cobrar coerência entre discurso e práticas, entre imagem e identidade.
Por exemplo, será que aquela empresa que postou no Facebook mensagem de apoio ao casamento gay patrocina programas internos de valorização da diversidade? O que os funcionários LGBT dessas organizações têm a dizer sobre seus ambientes de trabalho? São mesmo inclusivos, seguros e com oportunidades iguais para todos?
Tirar a comunicação do armário e celebrar a diversidade em posts nas redes sociais é um começo, ainda que tímido. O desafio é fazer com que o respeito às diferenças esteja no DNA das empresas e seja reflexo de uma cultura organizacional arejada e realmente receptiva às transformações da sociedade.
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