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COLUNAS


Cristina Collina


Profissional com mais de 20 anos de experiência em gestão das áreas de Marketing e Comunicação em empresas nacionais dos segmentos de saúde e serviços. Atuou por 14 anos no Hospital Samaritano de São Paulo, tendo ocupado o cargo de gerente de Marketing e de Comunicação, e acumulado a gestão da área de Atendimento ao Cliente. No Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, adquiriu uma rica experiência durante os seis anos em que conduziu a Assessoria de Comunicação e foi responsável pela campanha para a construção do ITACI - Instituto do Tratamento do Câncer Infantil.

Atualmente, está à frente da Cristina Collina Consulting - Consultoria especializada em Gestão Estratégica de Marketing, Comunicação e Branding.

Graduada em Relações Públicas pela Universidade de Taubaté - UNITAU, Pós-Graduada em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM e em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA USP.

O uso de aplicativos móveis na área da saúde - mais que prover informações, devemos prestar um serviço de qualidade aos pacientes

              Publicado em 12/06/2015

Com a disseminação das novas tecnologias digitais, aplicativos para smartphones e tablets surgem como possíveis aliados da saúde, ao transmitir informações sobre formas de prevenção, bem como diagnosticar, tratar e monitorar sua doença.

Os aplicativos para pacientes estão voltados para:

 

 

Bem-estar: Aplicativos com informações e dicas. Dispositivos para monitoramento de práticas esportivas. Serviços interativos com especialistas na área da saúde. Games interativos.

Prevenção: Aplicativos para informações e dicas sobre prevenção. Serviços SMS. Desenvolvimento de hardware para processamento de biomédicas.

Diagnóstico: Aplicativos para consultas interativas. Controle de saúde como nível de glicose. Diagnóstico e rastreamento de doenças em tempo real. Videochamadas com especialistas.

Tratamento: Aplicativos para lembretes de remédios. Acompanhamento de exames e consultas. Indicações de tratamentos. Primeiros socorros. Interação on-line com especialistas. Sistemas que permitem ao paciente monitorar sua doença.

Monitoramento: Aplicativos para alertas. Dispositivos para monitoramento do corpo, como, por exemplo, pressão, batimento cardíaco e principais atividades do organismo, podem estar ligados ao profissional médico, emitindo alertas em caso de alterações corporais. Portais on-line de atendimento, que permitam a interação de pessoas de localidades distantes com profissionais da área da saúde. Integração com dispositivos portáteis para monitoramento e identificação de possíveis doenças.

 

No entando, pouco ainda é conhecido sobre a diversificada gama de aplicativos de cuidados da saúde disponíveis aos consumidores, o seu papel na área da saúde, as barreiras para aumentar a sua recomendação, bem como os requisitos para os aplicativos móveis sobre os cuidados de saúde.

Analisando duas pesquisas realizadas pelo Pew Research Center, a primeira em 2013, aponta que 72% dos participantes da pesquisa feita nos Estados Unidos, informaram ter procurarado informações de saúde on-line nos doze meses anteriores a pesquisa. Isso inclui doenças graves, pesquisas de informações gerais, e envolvendo pequenos problemas de saúde. A outra pesquisa “U.S. Smartphone Use in 2015”, apontou que  62% das pessoas entrevistadas, utilizaram seus smarthphones no último ano, para pesquisar sobre saúde. No Brasil, estima-se que esse número seja menor, apenas de 6%.

Um outro estudo “Patient Apps for Improved Healthcare”, realizado em 2013 pela IMS – Institute for Healthcare Informatics, sobre os aplicativos disponíveis na Apple Store e na Google Store dos EUA,  demonstrou claramente que até aquela data a maioria dos esforços em desenvolvimento de aplicativos voltados para a saúde, teriam sido nas categorias bem-estar geral, dieta e exercício.

Além disso, por meio de uma avaliação das funcionalidades dos aplicativos disponíveis, detectou-se que eles têm funcionalidades limitadas e simples - a maioria faz pouco mais do que fornecer informações.

O estudo também revelou que dos mais de 40 mil aplicativos sobre saúde disponíveis para download, 50% atingiram menos de 500 downloads (20 mil apps foram excluídos por estarem ligados a beleza estética; dos restantes 23.682 aplicativos considerados realmente aplicativos de saúde, desses 7.407 eram para profissionais de saúde e 16.275 para orientação dos pacientes). Por outro lado, 5 aplicativos eram responsáveis ​​por 15% de todos os downloads na categoria de saúde. A razão por trás os downloads limitados e obstáculos à melhoria dos dispositivos, abrangem todas as partes interessadas:

  • Pacientes enfrentam atualmente uma variedade enorme de aplicativos de saúde para escolher, com pouca orientação sobre a qualidade ou o apoio de seus médicos. Alguns esforços estão em curso para ajudar a fornecer orientação profissional de saúde nos EUA e no Reino Unido, mas estes são limitados em alcance e impacto até o momento. Além disso, os aplicativos desenvolvidos não estão voltados aos maiores investimentos em saúde nos USA - pacientes com doenças crônicas e, normalmente, com idade superior a 65. Esses pacientes tendem a estar entre os grandes usuários do sistema de saúde, mas a penetração de smartphones é menor entre este grupo, com apenas 18% da população dos EUA a usá-los, em comparação com 55% daqueles com idade entre 45-54 anos.
  • Os médicos podem ser os potenciais beneficiários dos aplicativos, mas continuam cautelosos quanto a recomendar formalmente aplicativos para pacientes sem evidências de seu benefício, orientações profissionais claras sobre a sua utilização na prática, e confiança na segurança de informações pessoais de saúde que pode ser gerado ou transmitido pelo app. Tanto nos USA, quanto no Brasil, surgem vários aplicativos com objetivo de orientar o profissional na prescrição de determinadas doenças e pedidos de exames, por exemplo para Check Up.
  • Empresas que fornecem planos de saúde para os seus funcionários também buscam evidências dos benefícios do uso para indicar para os seus funcionários nos programas e bem-estar e de saúde.
  • Hospitais, a Indústria Farmacêutica, Operadoras de Planos de Saúde e órgãos governamentais, como o Ministério da Saúde, estão à frente do desenvolvimento desses aplicativos visando transmitir informações aos pacientes sobre doenças, diagnósticos, como tratar, orientações sobre o uso de medicamentos, também visam engajar, prestar serviços e acompanhar o tratamento.

Ao longo do tempo, com o progresso do modelo, acredita-se que partiremos para o uso sistemático na área da saúde, e, finalmente, para um objetivo final de ser um componente totalmente integrado da gestão de saúde. Mas para isso, o estudo reforça ainda que há quatro etapas principais para percorrer:

  • O reconhecimento pelos contribuintes e prestadores sobre o papel que os aplicativos podem desempenhar na área da saúde;
  • Diretrizes e garantias de segurança e de privacidade que está sendo posto em prática entre prestadores, pacientes e desenvolvedores de aplicativos;
  • Avaliação sistemática de aplicativos que podem fornecer aos médicos e pacientes, conteúdo útil que pode auxiliar a tomada de decisão quanto à sua utilização adequada;
  • E integração de aplicativos com outros aspectos da assistência ao paciente.

Nos Estados Unidos a FDA - Food and Drug Administration, publicou em setembro de 2013, uma norma que regula o uso de aplicativos móveis para a saúde, e todos os apps que servem o propósito de fornecer um diagnóstico estará sujeito a autorização da FDA. Isso deve elevar o padrão e limitar o desenvolvimento.

Atender a essas condições prévias irá acelerar o movimento de usar aplicativos em benefício dos cuidados de saúde.

No Brasil, já encontramos várias discussões sobre o assunto, mas acredito que como parte do processo de amadurecimento, muito será aperfeiçoado. Também acredito que com um maior envolvimento dos médicos no processo de desenvolvimento do produto, estes entenderão os benefícios para os seus pacientes e passarão a recomendar cada vez mais.

Como profissionais da área de comunicação e marketing da área da saúde, precisamos ter ciência que mais do que uma ferramenta de visibilidade para a marca, ao desenvolver um aplicativo móvel para pacientes, devemos disponibilizar um produto de qualidade que preste mais do que simples informações, que ofereça serviços, visando suprir as necessidades dos consumidores, segmentando os apps por doenças crônicas. Investir em campanhas focando o médico e o consumidor final (o paciente, seu familiar ou cuidador) para estimular o uso, o acompanhamento da sua saúde, talvez seja o caminho para obter maior adesão e consequentemente, melhores resultados.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1550

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