Você tem um milhão de amigos nas redes sociais e interage com eles todos os dias. E, por isso, você acredita que faz parte da vida deles. Pura ilusão. Você acompanha tão somente o que seus amigos querem que todos saibam. Eventualmente você “bate papo” com eles, ao mesmo tempo em que faz outras mil e uma coisas.

Nesse admirável mundo novo, global e conectado, vamos nos esquecendo que o processo de comunicação vai além de um texto, uma foto, uma mensagem de voz, um vídeo ou mesmo um Skype, um Hangout ou um Facetime....

Recetemente descobri que os pré-adolescentes começaram a “conversar” por mensagens de voz no WhatsApp. E ficam horas enviando e recebendo perguntas e respostas eletrônicas. Não seria mais fácil, rápido e produtivo ligar um para o outro e conversar de fato?

Sou da geração X e não nasci digital. Desvendei e me apaixonei pelas redes sociais porque elas permitem que eu acesse e me conecte com quem eu quiser, onde eu estiver, instantaneamente. Isso é mágico e sedutor. Um universo sem fronteiras.

Mas continuo acreditando que nada substitui o “ao vivo e em cores”. O olho no olho, o abraço, o sorriso, o tom de voz, a gargalhada, o choro, as pausas, as reticências, os silêncios, a respiração, o contexto...nuances da comunicação que o mundo virtual ainda não possibilita.

Ao longo de 2014 comecei a me perceber cada vez mais addicted às redes sociais. Ao invés de estar presente, no presente, curtindo o momento, eu estava preocupada com a foto, o post, o registro do fato, o comentário...

Aproveitei a mística da virada do ano e me fiz uma promessa: em 2015 eu encontraria pelo menos um amigo por dia, presencialmente. Para conversar, matar a saudade, ouvir e contar histórias, compartilhar alegrias e tristezas e viver momentos juntos.

Parecia um grande desafio. Será que eu conseguiria manter a promessa? Como fazer isso acontecer? Haveria tempo nas agendas para encontros reais? Comecei a convidar meus amigos virtuais para tomar um café ou almoçar. E, desde janeiro, há quatro meses, tenho encontrado pelo menos um amigo por dia. Há dias em que são vários. Criei a hashtag #AmigoDoDIa e suas derivações (feminino, diminutivo, em inglês, em espanhol...) e, ao final do encontro, tiramos uma selfie que eu posto no Instagram, Facebook e Twitter.

O que eu descobri? Que você só precisa vencer a inércia e dar o primeiro passo. Convide seus amigos e eles aceitarão. Um convite para um encontro real é inovador poderoso e engajador. Tenho encontrado amigos de todas as épocas,  idades e  turmas. Amigos que eu não via há 25, 20, 15, 10 anos... Amigos de perto e de longe. Simplementes porque eu tive a ousadia de convidá-los. E todos querem fazer parte. Muitos se convidam. Já tem até fila de espera....

Tenho curtido e compartilhado momentos incríveis, na vida real, que jamais teriam sido possíveis se eu não tivesse uma vida virtual. Qual o segredo do sucesso? Saber usar o poder de conexão que a tecnologia traz a serviço da proximidade, da convivência e da comunicação. Use sem moderação! Vale o encontro.

* para ver algumas imagens do #amigododia, basta ir ao meu perfil no Instagram.