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Rozália Del Gáudio
rozalia.delgaudio@uol.com.br

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne (2004), onde também obteve o Master em Sociologia e Antropologia (2001);  mestre em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2000), graduada em Comunicação Social, opção Jornalismo, também pela UFMG (1993). Certificada em Gestão da Reputação pelo Reputation Institute (2012). Atua em Comunicação Empresarial desde 1993, tendo trabalhado em empresas como Alcan (atual Novelis), Acesita (atual Aperam), Vale e Grupo Votorantim. Atualmente é gerente de Comunicação Corporativa da C&A no Brasil e professora no MBA de Gestão da Comunicação da ABERJE/ESEG. 

Múltiplas vozes e o valor da escuta

              Publicado em 01/04/2015

Há cerca de vinte anos, participei de um projeto que era comunicar a instalação de um novíssimo mecanismo de controle ambiental numa usina siderúrgica. A partir dessa inovação, a planta industrial deixaria de expelir uma fumaça avermelhada, resultado do processamento do aço, e nada além de vapor de água poderia ser visto pela comunidade. Nessa época, ouvi uma frase que, de maneira recorrente, me lembro: “antigamente, a chegada de fumaça a uma cidade era sinal de progresso; hoje, de atraso”.

Mais de duas décadas me separam desse projeto, que, para mim, foi um primeiro grande sinal de novos tempos na relação entre empresas e comunidade.  Isso porque a expectativa das pessoas em relação às empresas, à sua forma de gestão – inclusive de impactos e de relacionamentos – mudou drasticamente.

O argumento (por muitos anos aceito) de que, em nome do progresso e da geração de emprego/renda as empresas poderiam exercer suas atividades e expandir seu campo de atuação sem cuidar muito dos efeitos gerados no meio ambiente (e nas relações sociais, culturais e simbólicas) está definitivamente fora do jogo.

Neste contexto, as organizações se veem diante da necessidade de desenvolver plataformas de escuta, diálogo e relacionamento mais profissionais e, ao mesmo tempo, mais humanas. Num mundo onde há cada vez mais múltiplas vozes e pontos de vista, escutar nunca foi tão importante.

Assim, à comunicação das empresas vai caber cada vez mais influenciar do que enviar mensagens;  mais estar junto do que liderar; muito mais fazer com, do que fazer por ou para. E essa é uma regra que vale tanto para dentro quanto para fora dos muros das empresas (aliás, onde está esse muro?), mudando radicalmente o nosso desafio como comunicadores.

Na cacofonia de ideias e sentimentos que se manifesta nas interações das pessoas com empresas, como poderemos ajudar nossos líderes a identificar o que de fato será mais relevante – para as pessoas e para as organizações? Mediar relações e ser portadores de vozes são habilidades que certamente definirão o sucesso de qualquer estratégia de comunicação. Mas nosso papel de desenvolver líderes capazes de cada vez mais entender o contexto e as expectativas das pessoas, será a grande contribuição que poderemos oferecer no nosso exercício profissional. Precisaremos ter, cada vez mais, a consciência de que lideramos processos institucionais, mas, sobretudo humanos.

 

Os textos que aqui publico não podem ser compreendidos como posicionamento da C&A.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1165

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