Numa relação onde ora a sociedade determina inovações, ora a própria indústria tecnológica cria condições para aumentar o conforto proporcionado pela eficiência dos aparelhos, como não considerar este contexto na organização? Como não integrá-lo aos canais existentes? É preciso reinventar canais existentes, impulsioná-los.

Para mensurar o grau de importância das redes sociais e, principalmente, do risco que os canais internos podem estar correndo caso não se tome uma atitude rápida, apresento os dados da ComScore, fonte global de inteligência de mercado que mede o mundo digital. De acordo com uma de suas pesquisas, o Brasil tem hoje mais de 53 milhões de usuários de internet, dos quais 99% utilizam diariamente redes de relacionamento.

A dinâmica é tão frenética que já existem empresas que adotaram o Twitter como forma de integrar e qualificar a relação entre os funcionários. As mensagens são mostradas no Mural Digital (ou TV Corporativa), que está localizada nos principais pontos de encontro da companhia. Claro, que a ferramenta exige responsabilidade e conscientização dos funcionários quanto aos assuntos que são relevantes para serem postados no canal.

O alcance das redes sociais no Brasil caiu 2.6% nos acessos via desktop enquanto cresceu 19% nos acessos Mobile. Novamente conforme pesquisa da comScore.

E, nesse contexto, deslumbro o atual desafio e a grande tendência no mercado de comunicação corporativa. Sabemos que o celular se tornou um aliado no cumprimento diário das diversas atividades profissionais como, responder a e-mails, participar de um conference call ao mesmo tempo em que se desloca para uma reunião com um cliente. Então, porque não oferecer a possibilidade de interagir com as informações que se recebe nos dispositivos móveis? A nova tecnologia pretende trazer mecanismos que disponibilizarão a opção de participar de votações, de testes de conhecimentos gerais, e o mais interessante, de ouvir a explicação de uma notícia, por meio de um clique. O novo modelo se tornará o parceiro das empresas para dialogar diretamente com os seus colaboradores, onde quer que eles estejam.

Outro ponto a considerar é a forma. Segundo um estudo da Aberje (*), as plataformas mais utilizadas pelas organizações são os canais de vídeo (95,2%). Mas estão concentrados em plataformas que não permitem o acesso facilitado do pessoal de linha de produção.

Por essas razões, costumo usar o termo “humanização do Mural Digital” para falar de uma pratica que ainda está sendo utilizada timidamente pelas empresas. Se pararmos para observar, a maioria dos colaboradores é de uma geração que nasceu na frente de uma televisão, e a TV  foge do formato tradicional. O novo modelo pretende ser totalmente interativo, buscando trazê-los para dentro dessa tecnologia, ou seja, eles seriam os repórteres, apresentariam idéias para otimizar tempo, para organizar melhor as atividades no setor em que trabalham, falariam sobre cursos que participaram. O Mural Digital ganhará mais a atenção se conseguir dialogar de forma mais profunda com o seu público-alvo.

Dessa forma, é possível concluir que desenvolver uma ferramenta de comunicação que proporcione o aprimoramento e a conquista de uma nova forma de se comunicar é uma atividade para quem conhece a fundo o mercado – apontando, inclusive tendências e novos desafios. Dessa forma, fica mais fácil lançar uma ideia pioneira capaz de garantir além do engajamento profissional, a lucratividade aliada à qualidade do produto e do serviço.

Fontes:

(*)2014 Aberje – Espaços Corporativos em Redes Sociais Digitais e Processos de Colaboração nas Organizações: realidade no Brasil – 2014. (**) COMSCORE -  http://www.comscore.com/por/Insights/Data-Mine/Top-10-Estatisticas-que-Mostram-como-Economia-Politica-Mobile-Entretenimento-podem-Modificar-o-Consumo-de-Internet-no-Brasil.