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COLUNAS


Fabio Betti Salgado


Fábio Betti Salgado é sócio consultor da Corall, consultoria com o objetivo de catalizar a criação e transformação das organizações para o surgimento de uma nova economia, baseada em bem-estar e felicidade, prosperidade distribuída e uso eficiente de recursos. Iniciou na área de comunicação em 1988, na Johnson & Johnson, e, depois, especializou-se em comunicação interna na Dow Química. Foi sócio da Novacia de 1995 a 2009 e, desde 2010, vem atuando como consultor em processos de transformação cultural, tendo como principal abordagem a cultura de diálogo e a comunicação de liderança. Graduado em Jornalismo (PUC-SP), com pós-graduação em Comunicação Empresarial (ESPM) e diversos cursos de extensão e especialização nas áreas de gestão, marketing e publicidade, Fábio é mestrando em Biologia-Cultural (Universidade Mayor do Chile), formado em consultoria antroposófica (ADIGO) e professor da ABERJE, Escola de Diálogo e Escola Matriztica de Santiago. Escreve regularmente sobre comunicação para sites e associações setoriais. Além disso, mantém um blog pessoal para conversar sobre o diálogo nos diferentes domínios dos relacionamentos.

Mesmo na rotina, surpreenda

              Publicado em 01/11/2013
A gente aprende na Universidade que um dos fatores que leva ao êxito na Comunicação é a mensagem frequente, muitas vezes confundida com repetitiva.  Talvez, por isso, por exemplo, a Publicidade se valha de bordões e ofereça slogans e jingles que acabam virando o popular “chiclete” - não desgrudam da nossa memória de jeito nenhum; ou mesmo explique porque o Jornalismo procura, no seu registro do cotidiano, espelhar a sociedade e seus dilemas, gerando a impressão de um contínuo e repetitivo movimento circular nas pautas.
 
Quando a gente fala de Comunicação, por outro lado, o que se deve buscar, sobretudo, é o desenvolvimento de vínculos - possível somente quando se estabelece um relacionamento de confiança e, de preferência, de longo prazo, com os interlocutores. Reside aí um dos muitos dilemas da profissão: no longo prazo, como surpreender e criar interesse genuíno nas histórias e narrativas organizacionais?  De que forma, em um mundo de produtos e serviços cada vez mais “commoditizados” uma empresa pode se destacar e, de fato, gerar atenção e curiosidade, ingredientes essenciais na manutenção dos seus relacionamentos? Qual a melhor maneira de encontrar, em meio aos personagens que se repetem ao longo dos anos no cotidiano corporativo, as histórias que traduzam a cultura organizacional, mas que também impulsionem as transformações necessárias nesse nosso novo contexto de trabalho? Pensando que a Reputação é, cada vez mais, decisiva para o sucesso nos negócios, e que ela vem do que a empresa faz e conta (mas também do que as pessoas dizem a respeito de), como influenciar os interlocutores, “na saúde e na doença, na tristeza e na alegria”?
 
A solução parece vir de duas singelas matérias-primas da profissão do Comunicador: forma e conteúdo. Eu arriscaria a dizer, por um vício de formação, que o conteúdo vem antes (entretanto, esse é um tema para uma próxima coluna...). A Comunicação nasce na relação e se desenvolve – ou não – a partir do vínculo que se estabelece. Assim, o ato de comunicar – seja numa empresa ou na vida pessoal – é um ato de cativar continuamente, o que somente acontece se há abertura para a troca e para a consideração das diferentes expectativas. E, muito importante: a concretização desse ato depende mais de quem ouve/recebe, e não tanto de quem fala/emite.
 

Sem a possibilidade da interação, não há conteúdo que resista ao passar dos anos, assim como não há forma que se sustente na criatividade. Dessa maneira, toda vez que eu penso nesse dilema do vínculo de longo prazo, fico com a impressão de que precisamos, cada vez mais, de formas fluidas e conteúdos co-construídos, aproveitando um dos benefícios (dentre tantos) da vida em rede on-line. Se por um lado essa constatação é libertadora, na medida em que descobrimos que não estamos sozinhos nessa jornada, por outra, nos traz desafios adicionais: afinal, implica construir, mesmo na rotina, oportunidades de surpreender, engajar, mobilizar. E fazer isso, o tempo todo, talvez não seja das tarefas mais fáceis nos complexos, e algumas vezes, áridos, ambientes organizacionais. 

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Os textos que publico nesse espaço não podem ser compreendidos como posicionamentos da C&A a respeito dos temas tratados.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 4546

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