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COLUNAS


Denise Pragana
denise.pragana@hotmail.com

Mestranda do Programa de Ciências da Comunicação da ECA/USP, com foco em Comunicação e Cultura Organizacional, pós-graduada em Administração de Marketing pela Fundação Armando Álvares Penteado, especialista em Comunicação Internacional pelo programa Aberje-Syracuse University  e jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.  Atua há mais de 25 anos na área de Comunicação Empresarial, à frente da gestão de Comunicação Corporativa de empresas multinacionais brasileiras, como a Construtora Camargo Corrêa, Votorantim Cimentos e Votorantim Celulose e Papel, atual Fíbria. Foi também responsável pela comunicação institucional e assessoria de imprensa da TV Cultura na gestão do jornalista Paulo Markun.  
Áreas de atuação:

  • Desenvolvimento de sistema global de comunicação interna, com uso de plataforma mobile (conceito de “aplique e adapte”)
  • Tratamento da comunicação interna com técnicas de gestão dos atributos da marca: Endobranding
  • Coordenação de processo de comunicação para plano de transição de cultura organizacional
  • Utilização de técnicas de story telling na produção de conteúdos midiáticos
  • Gestão de Responsabilidade Social
  • Planejamento e execução de eventos empresariais
  • Elaboração, implantação e gestão de programa de premiação anual, baseado em indicadores de performance
  • Gestão de crise de imagem e reputação

Sobre selfies e carnavais

              Publicado em 02/02/2015

Para começar a escrever este artigo, cito um ditado popular que ouço minha mãe falar desde que era pequena: “o direito de um termina onde começa o direito do outro”. Nada mais atual para os dias de hoje, onde a prática de fotografar e postar selfies ganha cada vez mais adeptos. Particularmente, acho muito divertido.

Mas a minha reflexão com relação à legitimidade e o direito à selfie começou quando saiu a notícia de que as escolas de samba do Rio de Janeiro vão proibir o uso do pau de selfie durante os desfiles do Carnaval 2015. "Como  assim?", pensei. Não faz o mínimo sentido isso! Justo no Carnaval, festa onde todo mundo quer que seu momento celebridade seja visto nas redes sociais e onde, por quatro dias, fica decretada a liberdade de ser quem você quiser ser?!

Logo na sequencia, minha filha foi visitar a exposição do Castelo Ra-tim-bum, em São Paulo, com o namorado. E quando eu perguntei a eles como é que tinha sido, veio a resposta que me deu mais uma razão para refletir sobre o tema deste artigo. Eles disseram: “A exposição é maravilhosa, adoramos. O problema é a paciência que a gente tem que ter com quem fica na frente dos objetos expostos pra fazer selfie. Algumas coisas não deu pra ver direito.” Ou seja, tem gente abusando do seu direito de fazer selfie, não se importando com o direito do outro de apenas “ver” a exposição.

Bom, até aí, normal. Todo lugar cheio é meio tumultuado mesmo, mas foi a partir da observação deles é que eu entendi melhor a proibição do pau de selfie nas escolas de samba e comparei com o ditado popular citado no início desse artigo. É isso! Tem situações em que o direito individual não deve mesmo se sobrepor ao direito coletivo. E fiquei imaginando como seria a evolução das alas das escolas de samba com um monte de gente esticando o braço pra cima e parando pra fazer a sua selfie. Seria caótico! Afinal, quem sai na escola de samba sabe que, acima de tudo, está o compromisso coletivo de vencer a competição, certo?

Bem, eu nunca desfilei no carnaval. O máximo que já fiz foi assistir ao vivo e em cores. E do alto da arquibancada, o que é mais bonito de se ver é a ação compacta e conjunta das pessoas. “Um por todos e todos por um”, como no lema dos três mosqueteiros. É de arrepiar!

Se já existem manuais de etiqueta e comportamento para as redes sociais, talvez esteja na hora de pensarmos em orientações para os momentos selfie em locais de grande afluência de pessoas. Ou, como no caso dos fumódrofos, passarem a existir os “selfódromos”. Será que a moda pega nesse Carnaval?


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