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Rafael Oliveira


Jornalista apaixonado por comunicação corporativa, com ênfase nas áreas de comunicação interna, reputação e mídias sociais. Formado pela FACHA, com MBA em Comunicação Empresarial na ESPM-Rio e pós-graduação em Gestão em Saúde, atualmente é gerente de Comunicação e Marca da Unimed-Rio e professor da disciplina de Comunicação Interna em cursos de MBA na ESPM-Rio e na Universidade Veiga de Almeida.

Quem mexeu na minha intranet?

              Publicado em 21/01/2015

Certa vez ouvi uma pergunta muito interessante: "Se a sua intranet sair do ar por um dia, o que acontece?". Após uma angustiante reflexão, com um nó na garganta, respondi: "Nada". "E se o Outlook fica fora por cinco minutos?" "Caos total, não consigo trabalhar".

Depois desse dia comecei a desenvolver um olhar diferente a respeito de intranets. Já faz algum tempo e hoje, com a evolução tecnológica e a socialização das mídias e das pessoas, a indicação do passado é quase óbvia, fortalecida pela postura de austeridade que a maioria das empresas vem adotando: intranets precisam ser vistas e pensadas como parte do negócio, e não mais como um parque de diversão para o pessoal da Comunicação.

Ao mesmo tempo, continua difícil conseguir viabilizar ajustes e revisões do canal. Análises do Nielsen Norman Group, um dos mais estudiosos institutos sobre o tema, mostram que o tempo médio para uma renovação signficativa do canal é de 14 meses. No entanto, "não temos verba" e "isso não é prioridade" são algumas das respostas que costumamos ouvir nas reuniões. Juntando tudo, chego à conclusão de que o problema está na gente. Na forma como pensamos e vendemos intranet para os aprovadores.

Não se trata só de notícias, nem de fazer com que todo mundo tenha sua fotinho e uma timeline para chamar de sua. É preciso aproveitar o potencial que o universo digital oferece e transformar o canal em uma ferramenta produtiva para a empresa, que suporte as necessidades internas de gestão do conhecimento.

Um exemplo: busca. É raro ouvir comentários a respeito de como a busca da intranet é boa, rápida e refinada. Pode acontecer, mas vamos combinar que não é o padrão. Faça uma conta rápida e descubra a média salarial da sua empresa. Multiplique pelo tempo médio de busca e encontrabilidade das informações. Se você melhorar a busca de tal forma que as respostas sejam mais assertivas e rápidas, em trinta segundos, por exemplo, você tem um indicador de produtividade que relaciona recurso, tempo e informação. Coisa que executivo gosta. 

Outro: num mundo em que até imposto de renda já é feito 100% pela internet, como podem circular pela empresa formulários impressos de contratação de pessoas, autorizações internas, processos de compras, etc.? A intranet como forma de automatização e redução de custos. Coisa que executivo adora.

A partir dessa visão, de trazer a empresa para dentro da intranet e de entendê-la como um projeto corporativo e não somente de comunicação, fica mais fácil convencer CEO's da sua importância e relevância. O que faz um recurso ser verdadeiramente estratégico não é a sua ubiquidade, mas a escassez. Tecnologia, plataformas e gadgets para tornar a intranet atraente são elementos ubíquos atualmente. Mas o talento e sabedoria para usar tudo isso de forma a gerenciar as demandas de informação, engajamento e produtividade, essas, sem dúvida, são competências escassas e que precisam ser incorporadas ao profissional de comunicação moderno.


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