O Patrocínio, ao se definir por uma ação comunicacional a serviço da marca, tem seus resultados afetando cada vez mais o sucesso das estratégias de marketing das empresas, as quais estão atuando como patrocinadoras do esporte, da cultura e do socioambiental.
As ações voltadas ao social e ao ambiental são esferas que se sobrepõem, mesmo que em alguns momentos sejam tratadas de forma independente. Afinal, uma interfere diretamente sobre a outra, não só por argumentos, mas principalmente pelas experiências que mostram a total interligação entre as questões sociais e ambientais.
Na visão da sustentabilidade, quanto mais integrados forem essas dimensões, seja no cotidiano dos indivíduos ou na gestão das empresas nos diversos setores, mais concretamente nos aproximamos dela – sustentabilidade. Portanto, se mostra incoerente analisá-las de maneira separada, justificando a utilização cada vez mais frequente do termo.
No patrocínio, as empresas estarão viabilizando programas e projetos socioambientais, inclusive àqueles ligados às questões sociais de comunidades localizadas ao seu entorno; as quais, na verdade, devem ser consideradas como parte da empresa. Tais segmentos e seus projetos, cujos enfoques permitem a participação corporativa nas obras de interesse social, dentre eles os eventos, podem constituir um campo para ações de causas sinceramente voltadas ao meio-ambiente, higiene pública, saúde e pesquisa científica. Investir em diversas ações e ferramentas com potencial de informação e comunicação como o patrocínio socioambiental.
Mas nesse sentido acredito que você, caro leitor, possa estar se perguntando: Ao patrocínio social e ambiental é permitido ações como ferramenta de comunicação com objetivo de agregar valores sociais à marca patrocinadora?
Resposta: Sim. Desde que estejamos falando de um patrocínio que está além de uma ação desenvolvida e utilizada, pontualmente, para atender objetivos comunicacionais. Quando verdadeiramente alicerçadas no conceito de empresas socialmente responsáveis, a imagem corporativa consolida-se, considerando que valores éticos valorizam as ações em benefício da comunidade. É importante que se entenda a densidade dessa ideia para que se entendam também os meandros que envolvem a prática do patrocínio socioambiental como ferramenta comunicacional de marketing. O mote dessa discussão está no sentido de que esse segmento de patrocínio não pode se pautar unicamente em seus efeitos, mas principalmente, nas suas causas. Antes, precisa ser fruto de uma consciência enraizada na política cultural da empresa. A responsabilidade social e ambiental não significa um estágio a ser almejado, mas, sim, um processo contínuo de reflexão ética e aprimoramento de práticas. O envolvimento das empresas se mostra evidente com os problemas econômicos, sociais e ambientais quando há uma formalização e institucionalização ética e permanente das práticas, em nível estratégico e político.
Portanto, não se está equivalendo o patrocínio socioambiental à postura da responsabilidade social empresarial, mas sim, tendo essa como base para o desenvolvimento de ações de patrocínio, articuladas com a gestão do negócio. Por exemplo, quando as práticas de responsabilidade social de uma empresa são coerentes entre si, o investimento social se inicia em seu âmbito interno, na sua própria força de trabalho – seus funcionários – alcançando então as causas sociais em âmbito externo – as comunidades.
Direcionar recursos e competências em favor de causas e objetivos da sociedade, contribuindo além de sua atividade produtiva, é uma importante prática do investimento social. A partir daí, a comunicação passa a ser uma poderosa aliada para que ela se apresente à sociedade, informando, de forma objetiva e sincera, suas ações baseadas em princípios éticos e responsáveis. A ampliação do poder da comunicação está interferindo também na percepção das pessoas quanto a importância da interdependência entre fenômenos econômicos, sociais e ambientais. O investimento em ações socioambientais precisa ser um dos pilares de seu comprometimento sincero com o planeta; da necessidade de se minimizar os impactos de sua cadeia produtiva, fazendo parte de sua estratégia de negócios. Por consequência, essa atitude se reverterá, positivamente, em sua imagem, lhe creditando comunicar suas ações. Afinal, quem investe e trabalha de maneira correta e responsável, tem a permissão de divulgar e propagar seus projetos como forma de conscientização de uma cultura empresarial acertada.
As empresas nada devem temer ao ter uma postura correta, sincera e transparente. O público entende como valioso seu papel na sociedade e sabe reconhecer aquelas que, efetiva e sinceramente, investem e divulgam suas ações com uma postura ética. Aliás, quando divulgadas, essas iniciativas podem ter um outro papel importante – serem capaz de fomentar outras atitudes e ações alicerçadas nos preceitos do verdadeiro sentido da responsabilidade social e ambiental. A sociedade, no sentido mais amplo, colherá muitos benefícios quando todas as empresas entenderem as ações socioambientais como parte de sua estratégia de negócios.