Secret - um meio de se expressar livremente ou um risco a imagem
O mercado dos aplicativos para iOS e Android cresce rapidamente e a cada segundo novos ou versões atualizadas dos já existentes são lançados, gratuitamente ou pagos, voltados para diferentes tipos de públicos e faixas etárias, disponibilizados para o público nas lojas do Google e Apple Store.
Em janeiro deste ano, um novo aplicativo foi lançado nos Estados Unidos, o Secret. Criado por dois ex-funcionários do Google, David Byttow e Chrys Bader, o app estimula que as pessoas compartilhem seus segredos, digam o que realmente estão pensando e a serem elas mesmas anonimamente com seus amigos, colegas de trabalho e pessoas próximas e a descobrir o que seus amigos estão realmente pensando e sentindo.
O aplicativo informa que o internauta terá acesso a mensagens secretas dos amigos, mas que não saberá quem escreveu. Simples de ser usado, permite que se poste frases curtas e receba comentários de outras pessoas. Quando é instalado, o usuário precisa conectar o app com a conta do Facebook. É possível acessar a lista de secrets dos amigos e também os mais populares do aplicativo, na área Explorar. Os segredos podem ser curtidos e há possibilidade de fazer comentários anônimos. Entretanto, o que se discuti é que se por meio do IP (internet protocol) não é possível identificar o autor da mensagem.
No Brasil, esse aplicativo começou a ganhar fama e adeptos a partir de junho e em agosto foi alvo de muitas polêmicas. Com publicações de pensamentos e comentários do cotidiano, traz também intrigas, calúnias, boatos, além da circulação de fotos de pessoas nuas comentadas em escolas e no convívio social. Por falta de maturidade ou não, fez enaltecer o que há de pior no ser humano e o resultado não poderia ter sido outro: vítimas de bulling virtual no Brasil denunciaram. E no Espírito Santo, como consequência das denúncias e comprovação das lesões sofridas com o uso do aplicativo, no dia 19 de agosto, por uma determinação judicial do Tribunal de Justiça desse Estado, o Secret foi proibido no Brasil e obrigado a ser removido das lojas virtuais, inclusive da Microsoft, que tem um aplicativo semelhante – o Cryptic.
No entanto, o Google recorreu da decisão liminar, obtendo vitória em segunda instância para manter o app no ar, conforme foi divulgado pelo site do G1 neste último dia 12 de setembro. Independente dos rumos que o Secret terá no País, novos aplicativos com a mesma finalidade poderão surgir no mercado e merecem uma atenção maior por parte dos profissionais de comunicação, uma vez que podem trazer reflexos negativos não somente para a vida das pessoas, mas também ao mundo corporativo, pois certos do “anonimato”, funcionários poderão usar este recurso para manifestar seus sentimentos e suas “verdades” em relação à empresa. Para evitar que isso aconteça ou minimizar o impacto de notícias enganosas sobre as companhias, entendo que o melhor caminho ainda é o da gestão de crise, que envolve monitoramento constante, investimento em treinamento, distribuição do manual de uso das redes sociais, com regras claras e muito diálogo para que a falta de maturidade no uso da web seja combatida com esclarecimento e informação.
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