O proselitismo político e a fábula de vovó Júlia
Para os jornalistas e relações públicas, é sempre interessante observar e analisar o conteúdo das frases ditas por personalidades, políticos e formadores de opinião. Tal critério e o zelo com a semântica são obrigações profissionais, que permitem separar o concreto da retórica, o viável do onírico e as declarações éticas das levianas palavras ao vento.
A campanha eleitoral deste ano, assim como a oratória de numerosos políticos, é terreno muito fértil para esse processo de avaliação linguística do discurso. Para evidenciar isso, fiz um rápido exercício de desconstrução de frases dos três principais candidatos à presidência da República nas eleições gerais de 2014.
Essas questões semânticas evidenciam ser necessário cuidado com o que se fala, pois pode ser muito alto o preço pago, inclusive por terceiros inocentes, pelo discurso vazio e descompromissado. Tais reflexões fizeram-me lembrar de antiga fábula que minha avó libanesa, a doce Júlia Gabriel Eid, me contou...
Em algum lugar do mundo árabe, um sultão pensava estar próximo da morte. Então, pediu ao seu grão-vizir que lhe sugerisse uma frase para que, ao falecer, sua sabedoria fosse legada à posteridade. Dias depois, o vizir apresentou ao sultão frase em estranho idioma, que disse ser o dos sábios, com especial sonoridade e métrica contagiante. Quando sentiu que estava próximo de partir da vida, encantando com a beleza formal daquelas palavras e mesmo não conhecendo o seu significado, o sultão reuniu parentes, conselheiros e o seu escriba para deixar registrada a sua frase genial. Proferiu-a e, pouco depois, se elevou aos braços de Alá. Especialistas foram convocados para descobrir em que língua dissera suas últimas palavras e as decifrar. Eis a tradução: "Deixo meu reino e toda minha riqueza ao meu fiel e querido grão-vizir".
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