A campanha eleitoral entre o marketing e o compromisso
Observando-se os debates, as entrevistas e o desempenho dos candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais na propaganda eleitoral gratuita, percebe-se total ausência de espontaneidade. A cada eleição, os políticos concorrentes a cargos eletivos parecem estar mais engessados pelos roteiros e posturas estudadas do marketing eleitoral. As frases para cada assunto são praticamente as mesmas utilizadas em todas as exposições à mídia, e todos procuram mostrar-se serenos, equilibrados e respeitosos, evitando até gestos bruscos. É tudo muito chato e asséptico.
Mais grave, porém, é a retórica dissuasiva ante os grandes temas nacionais. Os candidatos tergiversam, por exemplo, no tocante aos seus posicionamentos quanto a questões de interesse das minorias ou nos assuntos diante dos quais um posicionamento firme e claro desagradaria parcela expressiva do eleitorado. Ninguém mostra coragem de entrar em bola dividida. Por isso, é mais fácil o meu Palmeiras ser campeão brasileiro (da Primeira Divisão...) do que arrancar dos presidenciáveis sua opinião sincera sobre polêmicas que contrapõem segmentos grandes da população.
Assisti a todos os debates até agora, li, vi e ouvi numerosas entrevistas. A despeito desse esforço para conhecer as propostas, não consegui saber como os candidatos pretendem tratar, inclusive no plano orçamentário, as seguintes prioridades dos setores produtivos, que constam da maioria dos documentos reivindicatórios a eles entregues pelas entidades de classe patronais e laborais: o presidente da República a ser eleito em outubro promoverá ou não as reformas política, previdenciária, tributária e trabalhista? Será mantido ou extinto o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias? Que medidas serão adotadas para a retomada da competitividade da indústria? Quanto à segurança jurídica e a burocracia, quais as possibilidades de avanço no próximo governo? O que será feito para modernizar a infraestrutura e a logística?
Sob o ponto de vista da comunicação, parece que os candidatos estão mais pra sabonetes do que pra estadistas. A sensação é a de que, nas campanhas, estão sobrando marqueteiros e faltando jornalistas. Até rimou...
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