Por uma comunicação vulnerável?
Há algum tempo, uma amiga emprestou o livro “A coragem de ser imperfeito”, de Brené Brown¹. Tenho que confessar que relutei um pouco antes de iniciar a leitura. Afinal, no mundo do perfeito, como pode existir um título que à primeira vista é um manual de aceitação de erros?
Depois de certa insistência – e de olhar para o pobre livro durante algumas semanas, finalmente comecei a leitura. Ainda estou nos primeiros capítulos, mas um trecho chamou muito a atenção: “Quando estamos vulneráveis é que nascem o amor, a aceitação, a alegria, a coragem, a empatia, a criatividade, a confiança e a autenticidade.” (p.28).
Ao ler essa frase, parei e passei a refletir o quanto o nosso dia a dia é marcado pela vulnerabilidade – e acompanhado a par e passo pelo seu oposto: a tentativa de negá-la.
Eu digo com frequência que o erro, em comunicação, mesmo que seja bem simples, sempre é muito visível. Assim, invisto boa parte do meu tempo no trabalho buscando criar processos e táticas que evitem aqueles velhos e bons tropeços cotidianos aos quais todos estamos sujeitos. Ou seja, mantenho um foco bem importante em tentar reduzir as vulnerabilidades dos processos sobre os quais sou responsável.
Ao me deparar com essa frase da Brené Brown, acabei lembrando, entretanto, que os (muitos) erros que já cometi na vida profissional acabaram sendo momentos de forte aprendizado. Alguns, inclusive, até de muitas risadas – como, por exemplo, quando publiquei uma nota em um veículo interno informando que a nova ponte rolante teria capacidade para transportar 300 mil toneladas e o porteiro da siderúrgica onde trabalhava, lá no início da minha carreira, ao ler o boletim semanal, alegremente me perguntou: “Rozália, essa nova ponte rolante vai movimentar a cidade toda”? Nos momentos de imperfeição, de estar vulnerável à crítica e ao aprendizado, é onde pode residir a evolução.
Sem querer fazer uma apologia ao erro – até porque alguns podem custar bem caro e serem irreversíveis - fiquei pensando se não valeria a pena enxergar de maneira mais leve e alegre as nossas vulnerabilidades. Ainda não sei se concordo 100% com a autora – que afirma categoricamente que vulnerabilidade é sinal de coragem – mas penso que estarmos abertos a ousar e a fazer diferente, independentemente das incertezas que isso traz, pode ser um bom jeito de trabalhar e viver.
¹ Referência completa:
BROWN, Brené. A coragem de ser imperfeito. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.
Os textos que publico aqui não podem ser compreendidos como posicionamento da C&A.
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