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Lala Aranha


Conselheira da gestão eleita do Conrerp Rio de Janeiro (2016-2018), foi presidente do Conrerp na gestão 2013-2015. É professora convidada do MBA de Comunicação Empresarial da Estácio Rio de Janeiro; conselheira do WWF Brasil; ouvidora do Clube de Comunicação do Rio de Janeiro; colunista mensal da Aberje.com. Lançou o livro Cartas a um Jovem Relações Públicas (Ed. Elsevier 2010); foi diretora da CDN Comunicação Corporativa; fundadora e diretora da agência CaliaAssumpção Publicidade e presidente da Ogilvy RP. É bacharel em Relações Públicas pela Famecos, PUC-RS; MBA IBMEC Rio de Janeiro, dentre outros cursos no Brasil e exterior. RG Conrerp 1ª. 2965.

Saíram as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Relações Públicas

              Publicado em 17/09/2013
Por Lala Aranha e Prof. Manoel Marcondes Machado Neto*
 
No parecer do Ministério da Educação, recém-publicado, salientamos alguns aspectos esperados há muito tempo pelos relações-públicas: 
 
1. A aspiração profissional representada: a Comissão de Especialistas, instituída por Portaria MEC/Sesu para formular as Diretrizes Curriculares é constituída por membros “com atuação profissional e acadêmica reconhecidas. Nela figuraram os professores: Margarida Maria Krohling Kunsch (presidenta), Cláudia Peixoto de Moura, Esnél José Fagundes, Márcio Simeone Henriques (relator), Maria Aparecida Viviani Ferraz, Paulo Roberto Nassar de Oliveira e Ricardo Ferreira Freitas”.
 
2. A importância restabelecida: “(...) estabelecer a importância das Relações 
Públicas na sociedade contemporânea requer a compreensão das configurações sociais, econômicas, tecnológicas, políticas e culturais, que emergem da globalização econômica em suas conexões e enfrentamentos.  Exige, ainda, o reconhecimento de espaços de sociabilidade, afetividade e associativismo, permeados por processos comunicativos, hoje essenciais à institucionalização desses emergentes atores sociais, que apresentam novas agendas de atuação política, em esferas públicas e privadas, em termos locais, regionais e globais.” 
 
3. A constatação da autonomia: “(...) a autonomia do curso de Relações Públicas não significa distanciamento dos outros cursos da área da comunicação. Considera-se essencial essa inter-relação, materializada na consecução de projetos comuns de ensino, pesquisa e extensão, ou mesmo na oferta comum de atividades didáticas.” 
 
Diante disto, estamos – ao lado de nossos colegas jornalistas – livres do jugo da agora falecida "Comunicação Social", conceito herdado da Igreja Católica e das instituições militares (nada contra), e podemos, finalmente, empreender a nossa total e completa inserção na área de Negócios, como acontecia lá nos primórdios das relações públicas contemporâneas (décadas de 1950/60), com Edward Bernays, David Ogilvy, Bertrand Canfield, Rolim Valença, José Carlos Fonseca Ferreira e Whitacker Penteado Sr. Por outro lado, lembro que na década de 80, quando fazíamos uma apresentação sobre o mercado brasileiro a um diretor de Relações Públicas da Shell Londres, em visita à filial brasileira, seu espanto ao tentar entender o termo Comunicação Social no âmbito das Relações Públicas.  Para ele, na tradução literal de Social Communication se encontrava uma atividade que investigava as reações corporais e comportamentais da comunicação interpessoal. 
 
4. Vamos combinar uma coisa: cada um na sua!: Junto com este parecer, o Ministério da Educação divulgou as diretrizes curriculares para a graduação em Jornalismo. O relações-públicas Marcelo Ficher, professor da Veiga de Almeida e coordenador do Observatório da Comunicação Institucional nos passou sua tese que compartilhamos: “há alguns anos, venho defendendo uma participação diferente da atual para as especialidades em comunicação, agora corroborada pelo MEC; o Jornalismo, pela sua importância histórica, como pilar da democracia e da liberdade de expressão, não deve se misturar com a comunicação profissional a serviço dos negócios e no interesse de pessoas e organizações – a Propaganda e as Relações Públicas”. 
 
Para nós, Relações Públicas guardam ainda uma peculiaridade que as distinguem – e muito – da Propaganda: a busca da harmonia (*) entre organizações, entre organizações e pessoas e, principalmente, entre o que se faz e o que se diz – algo que em tempos de 
 
(a) manifestações populares reivindicativas pelo mundo todo;
(b) o alto nível de "exposure" consentido pelas pessoas nas redes sociais em busca de contato, aceitação e relacionamento; e 
(c) o uso dessas mesmas redes, e de seus recursos comunicacionais, pelas empresas, coloca "muito bem na foto" do mercado a nossa área, a qual opera as "relações" num contexto de transparência e verdade que as fazem mais legítimas se "públicas". Não existe, de fato, nenhuma outra formação em ciências humanas ou sociais mais adequada ao presente e ao futuro da comunidade global.
 
Frente a esta oportunidade histórica, vamos buscar e recuperar o tempo perdido, agora com a missão de posicionar nossa profissão de forma independente e pluridisciplinar.  
 

(*) “Toda profissão tem um propósito moral. A Medicina tem a Saúde. O Direito tem a Justiça. Relações Públicas têm a Harmonia – a harmonia social”. (Seib e Fitzpatrick, Public Relations Ethics, 1995). In SIMÕES, Roberto Porto. Informação, inteligência e utopia: contribuições à teoria de relações públicas. São Paulo, Summus, 2006. In MESTIERI, Carlos Eduardo. Relações Públicas: Arte de Harmonizar Expectativas, ABERJE Editorial, São Paulo, 2004. 

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Prof. Manoel Marcondes Machado Neto é presidente da Comissão Acadêmico-Científica do Conrerp/1ª.Reg, doutor em Relações Públicas pela USP e professor associado da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 4170

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